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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Começou a minissérie Amores roubados

Bang bang  em canyon nordestino:  perseguição em alta velocidade, sangue, desespero. Volta: quatro meses antes, um casal está acabando  de fazer sexo, quase não se entende o que Cauã Reymond diz a Dira Paes (que está completamente nua, em poses eróticas sobre ele que está com calça comprida e torso exposto). 




Corta: Ísis Valverde está para pular (rapel) sobre as águas de uma represa do rio São Francisco: “a vida é breve, mas eu passei por ela!”, grita a bela. Murilo Benício faz-nos ouvir sua voz anasalada com um sotaque nordestino. Muita grua. Patrícia Pilar aparece dizendo: “Mas minha filha, eu fiz aquela carne de sol que você gosta tanto!”. A fotografia é magnífica. Irandhir Santos, apesar de ser mostrado desagradável (interpreta João) está... grande! “Painho mudou muito... os negócios...” (diz Ísis/ Antônia a uma amiga). Osmar Prado dá conta no papel de marido traído. O grande negócio é o vinho, as uvas. E as raposas estão soltas. Gratas surpresas: rever Magdale Alves, Germano Haiut, este é uma presença notável no papel de avô de Antônia (pai da mãe dela, a Pilar). Cássia Kiss faz a prostituta, mãe de Leandro (Cauã) George Moura, autor da adaptação mostra seu talento mais uma vez. Foi uma dose homeopática, esse primeiro capítulo. Mostrou as armas, exercitou lugares comuns.

Assim começou a minissérie Amores roubados, baseada na obra de Carneiro Vilela. 


A minissérie da Globo, mostra Leandro Dantas voltando à cidade de Sertão natal, agora como sommelier que se envolve com Isabel, Celeste e Antônia, filha de Isabel e de Jaime. Distorcendo o romance de Carneiro Vilela, o rocambole é apimentado com desejo, ciúme e vingança, dirigido por José Luiz Villamarim e gravado em Petrolina e Paulo Afonso, principalmente. Trata-se de uma adaptação de “A Emparedada da Rua Nova”, folhetim publicado no Recife.
Emparedada saiu de 1909 a janeiro de 1912, centenas de páginas. Lá está o nosso Recife antigo, em 1861, onde encontramos Jaime Favais e seu sobrinho João Favais, caixeiro. É no teatro de Santa Isabel que se conhecem Leandro e Celeste. Ele seria um falso estudante de medicina, ela casada e ligada ao lar e à família, à filha Clotilde, que também se apaixona por Dantas e fica grávida. Jaime fica furioso com a traição da esposa e a gravidez da filha, resultado: manda matar o rival e (dizem que aconteceu mesmo, será?) emparedar a própria filha, na casa da rua Nova. 


Rua Nova, Recife, hoje, mas não é esse o cenário da minissérie


Em Recife já houve pelo menos duas montagens teatrais da obra. Uma com texto de Cláudio Aguiar e direção de Augusta Ferraz e outra da Trupe Ensaia Aqui e Acolá (O Amor de Clotilde por um certo Leandro Dantas) em forma de melodrama circense.

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