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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Rascunhos para possível estudo sobre pós-estruturalismo e desconstrutivismo

Derrida, Deleuze, Baudrillard, Judith Butler, Guatarri, nos ensinam que  prefixo pós não deveria ser  interpretado como contraposição ao estruturalismo. De fato, esses pensadores levaram às últimas consequências os conceitos e desenvolvimentos do estruturalismo, até dissolvê-los no desconstrutivismo, relativismo, pós-modernismo (?)  observando no texto a pluralidade de sentidos (realidade enquanto construção social subjetiva). Há uma diversidade de métodos e a recusa em atribuir cogito cartesiano, contrapondo a isto uma análise das formas simbólicas, da linguagem, mais como constituintes da subjetividade, enfim, do que como “constituídas” por esta. É perspectiva antidogmática, contra verdades absolutas, retóricas vazias, , pondo um "ponto" no significante e libertando a pluralidade de significados.
Por exemplo, há uma retomada de temas nietzschianos como a crítica da consciência e do negativo (por Deleuze) e outros por Foucault, a radicalização e a superação da valorização ontológica da linguagem por Heidegger.
O estruturalismo não foi invenção francesa. Foucault sugere que, à parte aqueles que aplicaram métodos estruturais na linguística e na mitologia comparativa, nenhum dos protagonistas do movimento estruturalista sabia muito bem o que estava fazendo. Ele declara não ter sido estruturalista, embora reconheça que o problema discutido pelo estruturalismo era próximo de seus interesses (o sujeito e de sua reformulação). Para Foucault, as investigações estruturalistas tendiam à oposição filosófica ao primado do sujeito, que tinha sido dominante na França desde Descartes até as abordagens filosóficas, dos anos 30 aos 50, exemplo: o existencialismo fenomenológico e as tendências que negam o inconsciente.
 Os "pós-estruturalistas" e Marx: em Observações sobre Marx (1991) Foucault faz em entrevista com Duccio Trombadori (marxista italiano); já em Espectros de Marx,  Derrida (1994) faz sua análise; e com a tese da mercantilização "marxista" no livro, A condição pós-moderna , Lyotard apresenta suas armas Deleuze estava escrevendo um livro sobre Marx - ele se via marxista. Esses pós-estruturalistas tratam o capitalismo como um problema central e tentam compreender a forma pela qual o capitalismo se transforma para não ter que agir contra suas próprias limitações, "decodificando" a nova axiomática (capitalista) que governa um sistema financeiro (global), claramente evidente nas sociedades de controle de economia simbólica.
O pós-estruturalismo é termo / rótulo utilizado na comunidade acadêmica de língua inglesa para descrever uma resposta distintivamente filosófica ao estruturalismo que caracterizava os trabalhos de Louis Althusser (marxismo), Claude Lévi-Strauss (antropologia), Jacques Lacan (psicanálise) e Roland Barthes (literatura). Alguns preferem "neoestruturalismo” (crítica ao estruturalismo, feita a partir ele seu interior): é movimento de pensamento, rede de pensamento interdisciplinar, tem muitas e diferentes correntes.
O pós-estruturalismo inaugura e registra a recepção francesa de Nietzsche, o qual forneceu as fontes de inspiração para muitas de suas inovações teóricas. Enquanto Marx privilegia a questão do poder e Freud prioriza o desejo, Nietzsche não privilegia qualquer um desses conceitos (em prejuízo do outro): combina poder e desejo. A desconstrução e a formulação do conceito de pós-estruturalismo vieram com Derrida em 1966, exibindo o pensamento estruturalista enquanto um fenômeno interdisciplinar, transdisciplinar; o conceito de estrutura foi mostrado como uma série de substituições e encadeamentos. Todos os nomes do fundamento, do princípio, ou do centro, sempre designaram o invariante de uma presença: eidos, arche, telos, energeia, ousia (essência, existência, substância, sujeito), aletheia, transcendentalidade, consciência, Deus, homem, etc. confirmavam isto e o descentramento desta estrutura poderia ser encontrado, especialmente, na critica dos conceitos de ser e de verdade.
Nietzsche na sua crítica da verdade e suas ideias sobre a pluralidade de interpretação; o estilo num processo de perpétuo autodevir; a vontade de potência e vontade de verdade e de saber. Os pós-estruturalistas observaram isso. Foucault, com seus conceitos de proveniência emergência, Lyotard contra as tendências universalizantes, Derrida, questionando o pensamento binário. Eles enfatizam que o significado é uma construção ativa, na pragmática do contexto, não havendo universalidade na asserções de verdade.
Fortemente influenciado pelos princípios da Física Quântica, Foucault fala numa "microfísica do poder”, em "poderes”, ou melhor, uma diversificada forma de dominação: "Poderes, quer disser, formas de dominação, formas de sujeição, que funcionam localmente, por exemplo, na oficina, no exército, numa propriedade do tipo escravista ou, numa propriedade onde há relações servis. Tudo isso são formas regionais de poder, que tem seu próprio modo de funcionamento, procedimento e técnica. Todas essas formas de poder são heterogêneas" (As malhas do poder ). Esta ideia de poder, de um poder, que não está "localizado", de um poder que não é propriedade de, que não se restringe a uma concepção jurídica...

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