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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

LITERATURA EM DIÁLOGOS COM OUTROS ESTUDOS
                                                              por Moisés Neto


            Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) propõem respeito às diversidades, diferenças regionais por exemplo, ao organizar conteúdos na reforma do ensino médio, também, incentiva-se investigação, comparação, análise, síntese, o pensamento divergente para que o sujeito exercite para sempre a capacidade de aprender. O texto básico é hipertexto, e, deve partir daquilo que interessa ao aluno que é o seu presente, cotidiano, e, daí, introduzir o conhecimento sistematizado. Instrumentalizar e tentar aplicar na vida prática o que aprender.
            A Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 estabelece as diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio. Queremos:

A)   Desenvolver o educando (para que possa refletir e ser protagonista no mundo social).
B)   Exercitar a cidadania (discutir contextos, confrontar pontos de vista -construir identidade).
C)   Preparar para progredir no trabalho (incluir conhecimentos/habilidades que propiciem realização/participação consciente não apenas numa profissão específica). Estimular o prosseguimento dos estudos: pesquisar, formular opiniões, ler, interpretar, aprender a aprender.

A língua portuguesa, assim como a matemática, segue como linguagem instrumental para aprendizagem de diferentes conceitos, para entender o mundo físico e natural, a realidade social e política, especialmente do Brasil, o que exige uma reflexão global sobre inter-relação do tempo e do espaço dos contextos sociais, culturais e históricos. Para isso é importante a questão dos contextos (contemporaneidade). No Brasil, diferentes culturas e etnias, não podemos nos afastar das línguas estrangeiras. Apontamos a língua inglesa como apoio.
Quanto ao nosso material didático, ele deve ser usado de modo flexível, nunca como camisa-de-força. Queremos estimular a criatividade, o espírito inventivo, a curiosidade, a afetividade. Aprendizagem como mobilizadora de competências, habilidades e atitudes no plano cognitivo e afetivo, para que o aluno reconheça os problemas que afetam a sociedade e supere dicotomias entre o público e o privado no respeito à identidade do outro, por isso as atividades em grupo devem ser estimuladas como avaliação dos diferentes contextos que caracterizam o mundo contemporâneo.

 Capa de livro editado em Recife, Pernambuco

É óbvia a necessidade da busca interdisciplinar (e contextualização): é o debate sobre a sociedade em que se está inserido (economia, política, comunicação, disputa pelo espaço, lutas étnicas, etc.). Linguagem, ciências da natureza, matemática e ciências humanas, devem refletir o contexto social e romper distanciamento entre o sujeito e o objeto de conhecimento. Devemos considerar as relações de complementaridade e convergência no sentido de permitir compreensão integrada do conhecimento: aprender, fazer, conviver, ser.
Não se aprende sem conteúdo, no “vazio”, mas é necessário rever o processo de aprendizagem, a participação dos alunos, interação com colegas e professores não apenas na sala de aula mas em outros espaços que a sociedade dispõe.
O cognitivo e o emocional exigem respostas que vêm na vivência em comunidade. Competência é a capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiado em conhecimentos, mas sem se limitar a eles: utilizar, integrar e mobilizá-los, eis a questão.
Quanto aos conhecimentos específicos: a multidisciplinaridade requer temas do interesse do aluno. A desertificação do planeta, por exemplo. Literatura e outras disciplinas poderiam discuti-la. A questão da água, etc...
A transdisciplinaridade, que busca desenvolver a personalidade do aluno, aproximar o seu projeto com o projeto da sociedade, contextualizando vida pessoal com a coletividade, visando fins sociais e o desenvolvimento humano, flexibilizando, no que for possível, a organização curricular.
Interdisciplinaridade integra disciplinas e gera novo produto, espécie de síntese de conhecimentos, e este, como mediação entre professor e aluno através de projetos que estimulem conhecimento cognitivo, socioafetivo e psicomotor dos jovens considerando a realidade em que vivem, uma alternativa para desenvolver personalidade.
Quais são as expectativas dos nossos alunos? Que características tem a nossa comunidade? O que sabem e o que precisam saber para viver melhor? A literatura busca o desenvolvimento intelectual e afetivo do aluno, gerar, pelo estudo de textos, novas formas comunicativas, adequadas às necessidades do ato interlocutivo. Deve ser, nesse caso, usada como conhecimento da língua e da cultura de um povo. É instrumento de posse, enquanto linguagem, um poder simbólico com o qual podemos argumentar, confrontar opiniões, expressar o pensamento, dentro das expectativas de diferentes usos sociais. É a revisão de um legado recebido. O estudante não deve ser passivo, deve contextualizar sua herança literária. Como usar isso a seu favor? Devemos buscar situações que motivem os alunos para sua realização individual ou em grupo, na sala de aula ou fora dela, aceitando a inter-relação dos conhecimentos, professores e alunos em um projeto coletivo.

Competências: Organizar e informar/ confrontar opiniões e pontos de vista; interpretar e aplicar recursos expressivos, relacionando texto e contexto; compreender e usar a linguagem como geradora de significação e organizadora do mundo. Buscar mudança cognitiva e comportamental. Levar o jovem para o melhor desempenho em uma sociedade contraditória e desigual, para modificá-la,  construindo um mundo melhor.

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