O termo Geração, principalmente no Brasil, é polêmico
embora críticos e historiadores usem essa repartição em gerações com finalidade
didática para sistematização dos estudos literários - históricos - estéticos. Geração 65 é um termo que agrega escritores reunidos
originalmente em Jaboatão, Pernambuco, no ano de 1964.O termo foi cunhado
por Tadeu Rocha em um breve artigo no jornal Diário de
Pernambuco. A “Geração” é formada, dentre outros, por , Maximiano
Campos, Celina de Holanda, Jaci Bezerra, Marcus Acciolly, Janice Japiassu,
Ângelo Monteiro, José Maria Rodrigues, José rodrigues Paiva, , Marco
Pólo,José Rodrigues Paiva, Tereza Tenório, Sérgio Moacir Albuquerque, paulo
Gustavo. Forma-se em plena ditadura militar e no auge da estética do
concretismo, pelo qual ela não se deixou afetar muito.Houve boa recepção na
mídia, foi marco de resistência.Seguem alguns depoimentos sobre a Geração 65: “enquanto trabalhadores intelectuais,
éramos crentes, em primeiro lugar, em que concepções ideológicas, religiosas,
políticas eram bem vindas, eram respeitadas e mesmo desejadas, mas eram
secundárias à beleza e à verdade. [...] esse traço é talvez a principal razão
do pluralismo político ideológico 'stricto sensu' de todos que integram a Geração”.( Roberto Aguiar). “Não estávamos entre aqueles que ainda
classificam os seres humanos em nobres e plebeus, prática e modo de pensar tão
persistente neste Brasil tão oligárquico e pré-iluminista, principalmente entre
os nordestinos ciosos de nomes de família. [...] E é por isso, por sermos povo,
que, na nossa arte, o povo nunca foi visto nem tratado como algo exótico,
pitoresco e engraçado” (Sebastião Vila Nova). “O
fenômeno de surgimento da Geração 65, pelas mãos de César Leal, foi um paradoxo
histórico de caráter democrático. No momento em que as oligarquias uniam-se aos
militares para interromper todo um processo que visava a uma maior distribuição
de renda no País, não foram os filhos dessas oligarquias os contemplados com
espaço nos jornais e na UFPE. Mas o paradoxo é aparente. 64 não foi 68, quando
a ditadura tirou a máscara e botou o capuz. O Brasil é muito grande e eles
precisaram de quatro anos para sufocar, mesmo, o que havia de melhor na cultura
brasileira”. (Alberto da Cunha Melo).
Quando o Grupo de Jaboatão — Alberto da
Cunha Melo, Domingos Alexandre, Jaci Bezerra e José Luís de Almeida Melo —
aportou nas páginas do Diário de Pernambuco (1966), sob a entusiástica tutela
do grande poeta e crítico brasileiro César Leal, outros escritores já haviam
merecido a acolhida do Mestre. Como na formação de uma onda que precisa de dois
fluxos para se formar — o impulso de retorno e o de chegada — estes se somariam
a um processo aglutinador contínuo de convivência e produção literária que
desaguava também nas páginas mimeografadas das antologias de Elói Editor
(1967). São essas publicações recebidas com incomum euforia, pela crítica
pernambucana e pelo público em geral, que levariam o geógrafo e historiador
Tadeu Rocha a registrar o aparecimento da "[..] mais nova geração
literária da metrópole do Nordeste", e a nomeou de Geração 65. O IMC
presta também, nestas páginas, uma homenagem à sensibilidade desses
intelectuais, somando a esse trio o exemplo maior de convivência fraterna, com
todos da Geração 65, que foi a grande poetisa pernambucana Celina de
Holanda. Antônio Campos. As reuniões se davam em locais
como o extinto Departamento de Extensão Cultural da UFPE, Fundação Joaquim
Nabuco, Bar Savoy, Livro 7 e outros pontos da boemia e de efervescência
ideológica – debatia-se a produção literária nacional e local e teciam-se
críticas a estética sulista. César
Leal, o líder natural, cujo marco inicial foi dado nas páginas do DIARIO DE
PERNAMBUCO, com a publicação dos primeiros poemas em 1966. Destacamos aqui a
obra de Alberto da Cunha Melo.
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