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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Ariano Suassuna está de volta conclui novo livro e pretende desfilar no Carnaval



No dia 16 de dezembro de 2013, Ariano foi ao Teatro Beberibe dar uma aula chamada  Tributo a Capiba. Aos 86, quatro meses depois do seu infarto ( e tratando um aneurisma cerebral). Depois de uma hora e 45 minutos de aula, disse que vai  no Carnaval no bloco Galo da Madrugada (como  homenageado). Na audiência estava o candidato a presidente  Eduardo Campos (Ariano é assessor especial do governo dele). 


Ariano Suassuna, sobre a banda Calypso: "Eu falo mal deles porque são brasileiros, tendo uma música boa à disposição, mas escolhem cantar o que cantam" (Foto: Débora Soares / G1)

Suassuna trouxe um jornal de 2007 para exemplificar alguns produtos culturais equivocados, citou a banda Calypso 


Ariano ainda se diz capaz de recitar o episódio de Inês de Castro, de 'Os Lusíadas'", mas cansado,  falou deitado em sua cama, magro e um tanto fraco é capaz de dizer de memória  trechos do romance no qual trabalha há 33 anos "Fiz um pacto com Deus: se ele achasse que o romance tinha alguma coisa de sacrílego ou de desrespeitoso, que interrompesse pela morte.", declarou recentemente a um jornal de São Paulo (A Folha). É  uma narrativa epistolar: "O Jumento Sedutor", em referência a "O Asno de Ouro", de Lucius Apuleio, do século II; depois virá "A Ilumiara". Foram dois enfartes e um aneurisma estourou no seu cérebro. Ele voltou a dar aula para avaliar suas forças: “se a gente for pensar na morte como uma coisa fundamental, inevitável e próxima, a gente vai perder o gosto de viver, vai perder o gosto de tudo. A gente tem uma tendência a acreditar que não morre.” (disse à FSP). No "Romance da Pedra do Reino", Quaderna tem um sonho no qual a Caetana [a morte] como que dita para ele palavras de fogo.  O novo livro são vários livros. Cada capítulo do livro é escrito em forma de cartas, sob certo aspecto é um romance epistolar, e toda carta termina do mesmo jeito, todas terminam com um verso, um martelo gabinete e um martelo agalopado, martelo gabinete é um martelo de seis versos de dez sílabas, e o martelo agalopado são dez versos de dez sílabas; um martelo agalopado dele diz: "Pois é assim: meu circo pela estrada/ Dois emblemas me servem de estandarte/ No sertão, o arraial do bacamarte/ Na cidade, a favela consagrada/ Dentro do circo há vida, onça malhada/ Ao luzir do teatro o pelo belo transforma-se num sonho, palco e prelo/ e é ao som deste canto na garganta que a cortina do circo se levanta para mostrar meu povo e seu castelo". Ele pediu a um estudioso da sua obra para concluir o livro, caso ele venha a falecer: “Então se eu morrer o romance está terminado”. Ariano cita versos de Fernando Pessoa (Mensagem) que falam do navegador na costa da África que quando parava plantava um marco: "O esforço é grande e o homem é pequeno/ Eu, Diogo Cão, navegador, deixei/ Este padrão ao pé do areal moreno/ E para diante naveguei./ A alma é divina, a obra é imperfeita./ Este padrão sinala ao vento e aos céus/ Que, da obra ousada, é minha a parte feita:/ O por-fazer é só com Deus". Sobre o novo romance ele decidi que publicaria as duas primeiras cartas, mas depois do infarto, juntou mais quatro: seis, concluindo assim o primeiro volume, o  nome “geral” é "A Ilumiara", seriam sete volumes. O herói é Antero Savedra, encenador e ator (alter ego de Ariano) que tem 3 irmãos: Altino (poeta); Áureo (romancista); Adriel (dramaturgo);  Antero diz que parece Orestes e Hamlet, filhos de reis assassinados.  Há 2 subtítulos: Autobiografia musical, dançarina, teatral, poética e videocinematográfica" e Romance musical, dançarino, teatral, poético e videocinematográfica." A epígrafe é de Roberto Motta, filho de Mauro Motta. Ariano já fez ilustrações 
A parceria de Ariano Suassuna nas campanhas não vem de hoje, segundo Campos: "Poucas pessoas me conheciam em Pernambuco. Ariano foi um avalista para o grande público que o conhecia e não me conhecia. Era uma palavra que vinha não da política, mas da sociedade." Já o Mestre da Pedra do Reino resumiu: "Eduardo tem me apoiado há muito tempo, desde que fui secretário de Cultura do avô dele, Arraes". Ariano disse não simpatizar muito com o PT. Ele disse a  Arraes que entrasse no PSB. Suassuna também apoia o papa, Francisco, o primeiro latino-americano. 

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