Vale lembrar: desde dezembro de
2005, Capiba, Manuel Bandeira,João Cabral de Melo Neto, Carlos Pena Filho e
Clarice Lispector estão instalados no Recife que já foi tão deles, que nasceram
ou viveram na capital pernambucana e
agora recebem uma homenagem póstuma singular imortalizados em esculturas em
tamanho natural integrando a cidade, colocadas às margens do Rio Capibaribe e
em praças públicas, no Centro. Trata-se do Circuito da Poesia, desenvolvido
pela Secretaria de Serviços Públicos do Recife e Empresa de Manutenção e
Limpeza Urbana (Emlurb). Executadas num período de quatro meses, as esculturas
de concreto procuram retratar o espírito de cada um dos homenageados. Assim, o
compositor de frevo Capiba surge de pé, acenando para cidade, na Rua do Sol. Maria
José da Silva, Zezita, a viúva de Capiba declarou na época: “Ele gostava desse
lugar, foi uma boa escolha”. O poeta João Cabral de Melo Neto, sentado num
banco de madeira com um livro no colo, na Rua da Aurora (em frente ao
Teatro Arraial), contempla o Capibaribe que ele tão bem descreveu em seus
versos. Na inauguração, o poeta Pedro Américo recitou poesias de João Cabral e
também na Rua da Aurora, o poeta Manuel Bandeira descansa num banco, sob um
portal como se estivesse na vida, com a mão esquerda segurando a cabeça e a
perna esquerda apoiada na direita. Fica perto do Ginásio Pernambucano, nas
imediações da Rua da União, onde ficava a casa do avô do poeta, citada em Evocação
do Recife. Na Praça Maciel Pinheiro, onde ela morou durante anos, Clarice
Lispector está sentada numa cadeira, junto a uma luminária. No colo, uma
máquina de escrever, de onde saíram Perto do Coração Selvagem, Laços de Família,
Felicidade Clandestina. Vera Lispector, prima de Clarice, e Rosa, cunhada da
escritora, acompanharam a cerimônia. Pena que dois meses depois as esculturas
já tenham sido várias vezes atacadas por vândalos, mas não chegaram a destruir,
apenas danificar um pouco. Na escultura sua
escultura, o poeta Carlos Pena Filho, na Praça da Independência, aparece sentado
à mesa, com dois bancos vazios, é como se convidasse o povo para um dedo de
prosa. A viúva dele Tânia Carneiro Leão e as netas, Maria Luíza e Maria Joana
Pena, na ocasião, aprovaram a iniciativa. Elas definem a peça como uma
escultura participativa. “É maravilhoso, porque faz com que o povo conheça
melhor essas pessoas”, observa Tânia.As obras custaram, na época, R$ 75 mil
(Fundação Banco do Brasil) e foram confeccionadas por Demétrio Albuquerque.Além
destas podemos apreciar Luiz Gonzaga, Ascenso Ferreira (Cais da Alfândega,
Chico Science (Rua da Moeda), Solano Trindade (Pátio de São Pedro) e Antônio Maria
(Rua do Bom Jesus). Que venham outras.
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