23168 Quinta-feira 12 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Julho
de 2007:
O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB – AP)
– Muito obrigado, Senador Gerson Camata, que fez
uso da palavra para uma comunicação inadiável.
Concedo a palavra ao nobre Senador Marco Maciel,
como orador inscrito. V. Exª terá dez minutos para
o seu pronunciamento.
O SR. MARCO MACIEL (PFL – PE. Pronuncia
o seguinte discurso. Com revisão do orador.) – Ilustre
Senador Papaléo Paes, que preside esta sessão, Srªs
e Srs. Senadores, venho, hoje, à tribuna registrar uma
data signi.cativa para o teatro brasileiro e, de modo
especial,
para o teatro do Nordeste. O objetivo de minha
presença, hoje, aqui, é justamente lembrar a memória
de Herrmilo Borba Filho.
A arte e a cultura no Brasil reverenciam esta semana
a memória de Herrmilo Borba Filho, um dos mais
expressivos teatrólogos e romancistas nordestinos, e
extraordinário animador cultural.
Se ainda entre nós, Herrmilo completaria este mês,
no dia 8 passado, noventa anos de amor e dedicação
ao teatro e às letras.
Pernambucano de Palmares, teve a sua primeira
peça – A Felicidade – levada à cena na Sociedade de
Cultura de Palmares.Formado em Ciências Jurídicas
e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, nunca
advogou. Seus interesses sempre foram o teatro e a
literatura. Marca presença no Teatro de Amadores de
Pernambuco, traduzindo peças e atuando em espetáculos.
Em meados da década de 40, cria, em conjunto
com Ariano Suassuna, o Teatro de Estudante de
Pernambuco,
sempre voltado para o fortalecimento de
uma estética nordestina.
Aliás, falar em Herrmilo e em Ariano Suassuna
é também falar em Luiz Marinho, amigo de Herrmilo
Borba Filho, que muito o ajudou no desenvolvimento
de suas iniciativas.
Impressiona o vigor de Hermilo Borba Filho. Na
Escola de Belas Artes criou o Curso de Formação de
Ator e fundou o Teatro Popular Nacional que profissionalizou
o movimento teatral do Recife. Ao fazer surgir,
nos anos 60, o Teatro de Arena, Herrmilo deu origem
a um importante centro cultural.
Herrmilo foi também professor de Arte Dramática
nas Universidades Federais de Pernambuco, Paraíba
e Rio Grande do Norte, crítico teatral e jornalista em
jornais e revistas de São Paulo e do Nordeste.
A par dessa impressionante atividade, Herrmilo
não descuidou de sua produção dramatúrgica e literária.
“A Margem das Lembranças”
(1966), “A
Porteira do
Mundo” (1967), “O
Cavalo da Noite”
(1968) e “Deus
no Pasto” (1972), que compõem os quatro romances
da tetrologia “Um Cavaleiro de Segunda Decadência”,
respeitada como a sua obra mais importante e
também a mais conhecida. Além dos romances, a fértil
produção de Hermilo deu-nos peças teatrais, inclusive
para o mamulengo, contos e novelas.
O conjunto da obra de Hermilo Borba Filho contribuiu
sobremaneira para a renovação do teatro brasileiro
e na criação de uma sólida dramaturgia nordestina.
Sr. Presidente, falar de teatro é ressalvar uma
arte tão antiga quanto apreciada.
Antes de concluir, Sr. Presidente, gostaria de
lembrar que Hermilo Borba Filho está sendo homenageado
em Pernambuco e no Nordeste. Os três principais
jornais de meu Estado registraram reportagens
a respeito de sua vida e de sua obra.
O Diário de Pernambuco, com a matéria
“Luzes
na cena hermiliana”, de autoria de Carolina Leão, no
caderno Viver e ainda queria mencionar um artigo de
Juarez Correya, intitulado “Hermilo 90 anos”.
A Folha de Pernambuco também tratou
do homenageado
através de uma matéria de Andréa Cortez,
também exaltando o trabalho que ele realizou.
Finalmente, o não menos importante, Jornal do
Commercio fez, no seu caderno “C”, dedicado à cultura,
excelentes trabalhos, valendo destacar trabalhos
de Bruna Cabral, de Schneider Carpegiani e de Paulo
Sérgio Scarpa, intelectual que tem uma coluna no JC e
muito bem conhece a obra de Hermilo, pessoa também
preocupada, embora não nascida em Pernambuco, com
o desenvolvimento da cultura em nosso Estado.
Sr. Presidente, solicitaria a V. Exª que se dê ciência
da homenagem que ora prestamos a sua família,
na pessoa de Leda Alves, sua segunda esposa, atual
Diretoria do Teatro Santa Isabel de Pernambuco, que
ele chamava de Léo minha, e aos .lhos dele: Alfredo
Borba, Liane Freire Borba e Márcia Borba.
Por .m, Sr. Presidente, pediria que fosse apensado
ao meu pronunciamento artigo intitulado “Hermilo
Borba Filho”, de
autoria de Moisés Neto. Trata-se de
uma resenha da obra e de toda uma vida dedicada
ao desenvolvimento cultural do Nordeste e do Brasil
e ao crescimento do teatro, arte tão importante para
os povos que desejam desenvolver essa antiga
manifestação
de sensibilidade artística.
Meus agradecimentos a V. Exª, Sr. Presidente.
DOCUMENTO A QUE SE
REFERE O
SR. SENADOR MARCO
MACIEL EM SEU
PRONUNCIAMENTO.
(Inserido nos termos
do art. 210, inciso
I e § 2º, do Regimento
Interno.)
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