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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Poema desejo na tela e no divã (poema de Moisés Monteiro de Melo Neto para Dinara Guimarães)





Escuta do Desejo
Com ou sem medo
Alguém escuta?
Alguém se pratica ou se esconde?
Na
Da
Escuta do Desejo
No cinema,
na psicanálise
na literatura
nos mais variados planos...aeroplanos...sem planos
Sétimo selo rompido da Arte
Na cama na cena campo de trabalho... na  escatologia nossa de cada passo
Descompasso de toda e qualquer fantasia voyeur do desejo do OUTRO
olhar, voz , OU QUEM CONFESSA? ALUCINADA exploração estética da repressão
NUNCA BEM  delineados anseios de compreender a realidade objetiva
como uma construção fantasiosa em correlações de desobsessão, sempre!
Diante de nós a produção cinematográfica como representação do RSI, IMPRATICÁVEL
VIDA fantasiosa ou não COM psicanalistas a avaliar (o preço da pressão)
NOSSO GOZOS E pesadelos , materializados pelas novas expressões do homem moderno.
Em NÓS os mecanismos dos objetos-causa-de-desejo
Seguem sugando e jogando fora o objeto internalizado e a causa por motivos iguais ou distintos?
Já não sei se na minha ficção imaginária ressalto a ilusão da imagem
Ou a uso sem ousadia para manobrar meu objeto escravizado (dentro e fora de mim)
Destrincho-o na ficção simbólica
atingirei a causa do nosso mal-estar no transtorno do mundo contemporâneo?
Tento decifrar o enigma do cinema pós-pornográfico: ele conseguiria (ou não?)
expressar a fidelidade ao desejo como lei moral?
To be or not to be integrado no universo simbólico do sujeito
e apoiar ou não apoiar  o seu entendimento que no cinema existe
a (fa) tal narrativa ética orientada ao imperativo do gozo?
Help! A psicanálise hoje desacorrenta o demônio da liberdade
Permitindo ao seu interlocutor armar seus próprios voos?
Demasiado humano somos apenas criadores da arte
Em toda parte.
Pessoas no escuro do cinema
Ventre, falo, solução, problema
Sem desejo? Mas aí não há ensejo na alma clandestina
Mulher+ homem= HOMULHER (fera?)
Não esquecer: ainda é primavera (nordestina...)
No baixio das bestas
Do amarelo MANGO
Do cone do falo
Na letargia do embalo
No fim dessa tarde ligeira
Cruzando em versos, palavras
Na Livraria Jaqueira


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