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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Delmiro Gouveia, peça de Moisés Monteiro de Melo Neto, na Rádio Folha, hoje, às 17h

HJ NA RÁDIO FOLHA, ÀS 17H, PEÇA RADIOFÔNICA MINHA, COM Patrícia Breda, JOTA FERREIRA, MARISE RODRIGUES, dentre outros

Peça Um Certo Delmiro Gouveia, texto de Moisés Monteiro de Melo Neto


Peça Um Certo Delmiro Gouveia, texto de Moisés Monteiro de Melo Neto


A nova peça radiofônica da Rádio Folha, UM CERTO DELMIRO GOUVEIA, vai ao ar dia 16 de dezembro, às 17h. Mas quem foi Delmiro Gouveia e qual a  sua importância para o Recife? Para o Brasil? O que representa o seu assassinato há  quase 100 anos atrás (1917, um crime que até hoje não foi bem esclarecido)?


O pai de Delmiro lutou como voluntário na Guerra do Paraguai e não mais voltou, a mãe dele foi para o Recife e depois da humilhação imposta pela família do dele, com quem ela não era oficialmente casada, ela morreu quando ele tinha quinze anos. Não, não foi nada fácil para Delmiro que foi condutor e bilheteiro da Maxambomba, o bonde que ia de Apipucos para o Recife. Entrou para o comércio de couro e foi trabalhar para o americano John Sanford, intermediário de um curtume da Filadélfia, que se instalou no Recife. Aprendeu inglês e se tornou o melhor empregado do curtume, aí assumiu a gerência da filial, mas a empresa não atingiu o lucro esperado e terminou fechando. Foi para Filadélfia, comprou as instalações do escritório e em 1895, voltou ao Recife como patrão. E em 1898, instalou o Mercado Modelo no terreno que comprou ao Derby Club. Um shopping Center com muitas lojas decoradas com mármore e outros materiais nobres. Mandou erguer um palacete perto do mercado e morava nele com a primeira esposa, que o abanou. Mas o poder político em Pernambuco estava nas mãos de Rosa e Silva, vice-presidente da República e Delmiro, que promoveu reformas urbanas em Recife e se tornou conhecido no Brasil, era visto como ameaça aos grandes interesses da elite local por seu atrevimento. Apreendiam as mercadorias dele e o  ameaçavam de morte; então, no dia 2 de janeiro de 1900, seu mercado é incendiado e reduzido a cinzas. 



Foi preso, por ter agredido o vice-presidente, Rosa e Silva. No dia seguinte um habeas corpus restituiu sua liberdade.Voltou ao comércio de couro e abriu nova firma a Iona & Krause. Foi 1902, que  fugiu com Eulina, Carmélia Eulina do Amaral Gusmão, protegida de um importante político local. Teve três filhos, Noêmia, Noé e Maria Em 1913, inaugurou a primeira Usina Hidrelétrica do Brasil (Paulo Afonso e uma fábrica de linhas e fios, que desbancou  uma multinacional na América Latina, com uma vila operária  invejável e pretendia expandir os negócios. Foi assassinado em outubro de 1917; crime envolvido em muitas intrigas, mistérios.



Na nova peça radiofônica da Rádio Folha, UM CERTO DELMIRO GOUVEIA, o autor e diretor, Moisés Monteiro de Melo Neto, traça um painel do que teriam sido os últimos dias de Delmiro, um dos maiores empresários do Brasil, na época. Aborda sua fama de mulherengo e trata dos seus problemas com as autoridades; o texto ganhou prêmio de dramaturgia entregue pelo Governo de Pernambuco no final dos anos 80, quando foi escrita.
No elenco estão: Jota Ferreira (que já fez rádio novelas), no papel de Delmiro, agora; Patrícia Breda (no papéis da segunda mulher de Delmiro e de Carmen, uma amante do empresário), Patrícia é atriz com vasta experiência na área das artes cênicas, o próprio Moisés Neto, nos papéis de Dantas Barreto e do judeu Iona, sócio de Delmiro; Fernando Alvarenga, no papel do norte-americano Mister Moore; Marise Rodrigues, no papel de Maria Augusta, irmã de Delmiro, Jorge Neto, dando voz ao prepotente representante inglês da firma Machine Cotton (que comprou e destruiu a fábrica de Delmiro após o seu conveniente assassinato); Geraldo Moreira (um inescrupuloso político nordestino); a sonoplastia está a cargo de Anderson Ricardo.
Esta já é a segunda peça radiofônica que o grupo vai transmitir pela Rádio Folha, a primeira foi no dia 25 de novembro (O JULGAMENTO DE PADRE CÍCERO, texto e direção de Moisés Neto, que é professor, escritor e pesquisador).

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