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domingo, 4 de dezembro de 2016

Ópera Domitila é uma graça

Marisa, Misia Coutinho, Gueber Santos, Neti Szpilmann e eu 

(Moises Monteiro de Melo Neto), ontem, em Recife. A night at the opera



Domitila de Castro Canto e Melo (1797-1867) é a famosa Marquesa de Santos, marcada por alguns como amante do imperador Dom Pedro I (por sete anos). Agora as cartas trocadas deles vira ópera, composta por João Guilherme Ripper, músico do Rio de Janeiro, e está sendo apresentada com entrada franca (é bom pegar o ingresso com antecedência!), no Teatro Hermilo Borba Filho, Recife, até o dia 11 de dezembro, de quinta a domingo. Assistimos ontem, eu e Mísia Coutinho, e eu recomendo, no clarinete está um ex-aluno meu, Gueber Santos, ao piano Antônio Nigro, que também assina a direção musical, no violoncelo Pedro Huff, na direção de movimento Marisa Avellar; Luiz Kleber Queiroz fez a direção cênica. Esta é uma personagem feminina das mais importantes do Brasil, é o fim de um relacionamento e Domitila escreve a última carta ao pai dos seus filhos, o folgazão Pedro I, que nenhuma princesa européia queria mais como marido, depois do que ele fez com Leopoldina; ele “arranjou” para se casar com Amélia de Leuchtenberg. “Domitila era uma mulher autossuficiente, que tinha voz e não engolia qualquer coisa calada”, comenta a soprano carioca Neti Szpilmann, que tive oportunidade de conhecer, ontem, quando o Recife Antigo teve proibido o trânsito de carros sobre suas pontes de acesso, por causa de uma corrida.
Não é comum uma ópera para uma só personagem, mas o ambiente é encantador e a modesta produção ganha ares intimistas, provocantes até. Um bom programa; não percam. É uma história de amor. Ah, a obra é toda cantada em português , esta ópera de câmara, e a voz da soprano: piano, clarinete e violoncelo. Temos também o auxílio luxuoso de Marcondes Lima, responsável pelos figurinos e pela direção de arte e o cenário envolvente e muito simples/ eficaz de Thiago Luna. Uma graça. E de graça! Produção Aymara Almeida e Alice Alves.

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