GERAÇÃO
80 RECIFE
Augusta Ferraz retratada por Marco Hanois, programa da peça A Noite dos assassinos
Augusta Ferraz retratada por Marco Hanois, programa da peça A Noite dos assassinos
A GERAÇÃO 80 RECIFE, assim nomeada pelo saudoso Eneas Álvares, autor do estatuto inicial do grupo Ilusionistas, tem como representantes autores como Douglas Tabosa (romance Saudade do Futuro), Henrique Amaral (peças teatrais, poemas, roteiros e direção teatral/cinematográfica), Marco Hanois (cinema, teatro, artes plásticas, performance, happening), Moisés Neto (dramaturgo, professor, pesquisador, poeta, diretor teatral), Miriam Juvino (atriz, produtora), Luci Alcântara (atriz, diretora de cinema), Gê Domingues (músico, artista plástico, performer), Simone Figueiredo (atriz, arte-educadora, produtora, gestora cultural), Augusta Ferraz, Magdale Alves (atrizes), Mozart Guerra (artista plástico), Vavá Paulino, Henrique Celibi (atores, performers), Ricardo Valença (jornalista, músico e crítico), João Falcão (autor, diretor), Adeilson Amorim (fotógrafo), Aramis Trindade (ator, produtor), Mísia Coutinho (atriz, produtora), Bruno Garcia (ator), Heitor Dhália (ator, diretor de cinema), Paulo Smith (músico), Paulo Barros (ator, poeta, profissional do cinema e TV), Felipe Botelho (dramaturgo), Paulo Falcão (ator, poeta, designer, diretor, publicitário), Carlos Sales (ator, diretor especialista em teatro de rua), Ana Célia Bandeira, Manuel Constantino (ator, diretor, poeta, romancista), Rivaldo Casado (ator), José Manuel Sobrinho (diretor, ator), João Júnior (produtor de cinema), Nelson Caldas (escritor), Vladmir Combre de Sena (ator, autor, designer, produtor), João Augusto Lira (ator, professor), Black Escobar (dança, teatro, professor, produtor), Paulo Caldas e Cláudio Assis (cineastas) dentre outros.
O Depois do Escuro era o bar favorito dos performers nos anos 80, Recife
A
característica maior desta geração é
um faça você mesmo, muito irreverente e... iconoclasta. Seu signo-mor; o paradoxo. Suas
influências vão de Andy Warhol (pop arte), Nelson Rodrigues, Glauber Rocha,
Drummond, Fernando Pessoa, cinema expressionista alemão, Jomard Muniz de Britto
(pop filosofia?), ciclo de cinema de Recife, Tropicália, Roland Barthes,
Beatnik, BRock, Ionesco, Jazz, Clarice Lispector, Artaud, Peter Brook, Antunes
Filho, Orson Welles, o carnaval, Tennesse
Williams, Millor Fernades, Qorpo Santo até
várias outras tendências.
Simone Figueiredo, uma das atrizes basilares deste período
Simone Figueiredo, uma das atrizes basilares deste período
Veja abaixo o registro do musical Muito pelo contrário,de João Falcão em Filme de Henrique
Amaral. Recife anos 1980. Peça que mudou o teatro em Recife, ficando em cartaz
durante anos lotando casas como o teatro de Santa Isabel. Amaral é um dos
artistas da “Geração 80” que ao lado de Moisés Neto reinventaram a cena
pernambucana com o grupo ILUSIONISTAS. No elenco Suzana Costa, Paulo Falcão,
Sandra Mascarenhas, Moisés Neto, Augusta
Ferraz (elenco original), Magdale Alves, Rutílio Oliveira, Ivonete Melo, dentre
outros. Elaborado
por um grupo de jovens artistas recifenses, o espetáculo mostra o olhar de uma
geração sobre sua cultura e sua realidade, e busca desconstruir, com humor e
ironia, ideias e imagens cristalizadas a respeito da Região Nordeste,
frequentemente associada à seca, à fome e ao folclore. Segundo seu autor, Muito
pelo Contrário fala "das raízes um tanto deterioradas e do folclore de
uma região, que se prende a estas coisas como meio de sobrevivência de suas
artes. Porém, o espetáculo não é um lamento, é uma viagem ao avesso do
cartão-postal, ou melhor, a uma realidade que transcende o colorido das festas
populares e a virtuosa e heroica imagem da miséria nordestina".
Parte do elenco do musical Muito pelo Contrário, com o diretor João Falcão
O crítico
carioca Macksen Luiz explicita que isso se dá paulatinamente ao longo da
apresentação, firmando-se "a partir da visita da socióloga a Olinda,
quando é assediada pelos garotos-guias [...]. E, ao se iniciar o quadro da
família de classe média de Caruaru, que resolve assumir toda imagem
estereotipada do nordestino para ganhar um concurso da família típica, o
público já está definitivamente conquistado". Em segunda temporada no Rio
de Janeiro, em 1982, o crítico Yan Michalski louva em Muito pelo Contrário aquilo que o diferencia do panorama
teatral carioca e paulista, especialmente sua instigante vitalidade: "O
texto procede à demonstração proposta com inteligente e contundente espírito
crítico e com atraente senso de humor. O espetáculo através do qual a ideia é
cenicamente traduzida é singelo e sem maiores lances de inventividade, mas
charmoso e envolvente, e interpretado com simpática mordacidade pelo elenco,
cuja protagonista, Suzana Costa, destaca-se pela sua presença elegante e
maliciosa. A música, cantada com apreciável competência, desempenha um papel de
grande importância na realização: por um lado, ela contribui para reforçar, com
suas características, a carga crítica do texto; por outro, constitui-se no
principal trunfo estético de um trabalho cujas qualidades, de uma maneira
geral, situam-se no plano da ideia, mais do que da estética".
Assista a um trecho de vídeos da ILUSIONISTAS:
http://www.youtube.com/watch?v=WOUC92N1c2U
Parte do elenco do musical Muito pelo Contrário, com o diretor João Falcão
Assista a um trecho de vídeos da ILUSIONISTAS:
http://www.youtube.com/watch?v=WOUC92N1c2U
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