Enquanto muitos já pensam até em "ocupar" a Rede Globo (?!), a pensadora Marilena Chauí está na internet mais uma vez para hablar
conosco, desta feita sobre las manifestaciones ocorridas em PINDORAMA, PAÍS DA DECADÊNCIA E EMERGÊNCIA a
qualquer custo, se bem que ela prefere a cidade de São Paulo, à la FH (que
ela não apoia). Ela fala do transporte coletivo acho que ela não usa, pero... da
desconfiança com política e dos direitos dos cidadãos, tudo rolando texto abaixo, sempre à direita da
telinha/folha, que é assim que lemos, embora a turma de hoje prefira a vertical
(risos e sisos). Instabilidade política, então? Ai, ai, ai minha
machadinha: o uso do automóvel individual atrapalhando quem pega ônibus, ela não
detona a burguesia que engarrafa tudo, mas pelo menos questiona isto. Uma boa
parcela da classe média também nem pensa em melhoria dos ônibus, pra quê? Se
pode pagar cerca de $400 numa prestação do carango e tentar se isolar no
ar-condicionado, pelas ruas da mendicância
recifense, por exemplo. Quanto à explosão
imobiliária, água, eletricidade, salário dos professores, esgoto, desigualdade,
especulações imobiliárias, aumento das periferias a delinquência na
responsabilidade municipal, a posicionamento de dona Marilena se resume à ideia
de direitos sociais, econômicos e culturais “para além dos direitos civis
liberais”; Santa Recife nos proteja! Nossa
intelectual querida vem com a linha assim: “a cena histórica como efeito do
neoliberalismo”... Nossa! E agora? Só
resta a depressão ou a depredação! Vivemos uma fragmentação em meio a um país
que foi dispersando a classe trabalhadora e esta se arrisca a perder seus “referenciais
de identidade e de luta”; Um tapinha não dói na nova classe trabalhadora
heterogênea, fragmentada, ainda desorganizada? Dói. Mas nós podemos atacar
também, nesta competição, isolamento, conflito
interpessoal, tudo corroendo o coletivo em pleno caos urbano que se estende
mata e sertão adentro, até 200 milhas do Atlântico, arrastando nossa nostalgia
de canibalismo, de Trás-os-Montes, da morena de Angola que leva o chocalho
amarrado na canela, da Gabriela, do Zé Carioca, da farofa, da urina e fezes nas
calçadas dos outros, ESPETINHOS E CERVEJA NAS RUAS DO RECIFE, sacanagem para
todos! Enquanto tivermos redes sociais, estamos SEGUROS. Chauí nos lembra que é
indiferenciado o uso da rede: um show da Madonna, uma maratona esportiva, mas “calhou
ser por causa da tarifa do transporte público” Uhu! Temos nossa ocupem Wall
Street (dos jovens de Nova York, aqui o Saudoso Rutílio de Oliveira lutou pela
não verticalização do cais José Estelita,
tomado pelas empreiteiras que compraram o melhor do Recife e estão problematizando
tudo com uma fome de grana que vou te contar. ADORO MARILENA CHAUÍ, mesmo, é
porque eu sou assim, repleto de AMORÓDIO, mas ela é uma das maiores
intelectuais que nós temos, vejam este trecho dela sobre as ocupações/
manifestações de rua atuais: assumem “gradativamente uma dimensão mágica, cuja
origem se encontra na natureza do próprio instrumento tecnológico empregado,
pois este opera magicamente, uma vez que os usuários são, exatamente, usuários
e, portanto, não possuem o controle técnico e econômico do instrumento que usam
– ou seja, deste ponto de vista, encontram-se na mesma situação que os
receptores dos meios de comunicação de massa”, entendeu? Então não complique. Quanto
à recusa das mediações pelas instituições: é óbvio que o inferno urbano é,
efetivamente, “responsabilidade dos partidos políticos governantes”; discordo:
SOMOS TODOS CULPADOS, o país está neste carnaval desde 1500, mas evoluímos
intelectualmente e estamos aptos a nos recuperar, não é? FHC e Lula, seguiram
de certo modo pai Getúlio Vargas e deram
um jeito (peculiar, cada um ao seu modo) no Brasil, antes uma “sociedade autoritária e excludente”, mas os
partidos políticos são uma espécie de maldição hoje. O que fazer com eles? A
CONCHAMBRANÇA ESTÁ NO LIMITE DA INDECÊNCIA OU JÁ ULTRAPASSOU-O? Instaurou-se uma ditadura ideológica. Alhos e bugalhos: Se não fossem estas
manifestações o negócio ia ficar muito pior. Mas voltemos a Marilena: “A ética
da política, no nosso caso, depende de uma profunda reforma política que crie
instituições democráticas republicanas e destrua de uma vez por todas a
estrutura deixada pela ditadura, que força os partidos políticos a coalizões
absurdas se quiserem governar, coalizões que comprometem o sentido e a
finalidade de seus programas e abrem as comportas para a corrupção”. Está
claro? Ela afirma que o “pensamento
mágico” dos manifestantes esquece que NINGUÉM GOVERNA SEM UM PARTIDO, pois é “ESTE
QUE CRIA E PREPARA QUADROS PARA AS FUNÇÕES GOVERNAMENTAIS PARA CONCRETIZAÇÃO
DOS OBJETIVOS E DAS METAS DOS GOVERNANTES ELEITOS”. Aha! Bingo! Agora chegamos ao cerne da questão. Ora, contestar
ações dos poderes executivos municipais, estaduais e federal, do poder
legislativo nos três níveis, “praticando a tradição do humor corrosivo”, parece
uma solução ou é o estopim de uma bomba? Concordo quando ela diz que uma nova possibilidade
política está aberta, mas tanto a direita conservadora quanto a esquerda
reacionária merecem observação atenta. Sexo, política e afetividades
contemporâneas são assuntos sérios e interligados lembrem-se de Freud, Marx,
Sartre e Jesus: Vigília e punição?
Cuidado com cão! Quanto a isto (a nem Santa, nem diaba) Marilena dá o último
recado, depois de insinuar que os jovens burgueses reclama junto com os pobres
, mas todos têm que ter CONSCIÊNCIA AMPLA do que está em jogo, pois “convém
lembrar aos manifestantes que se situam à esquerda que, se não tiverem
autonomia política e se não a defenderem com muita garra, poderão, no Brasil,
colocar água no moinho dos mesmos poderes econômicos e políticos que
organizaram grandes manifestações de direita na Venezuela, na Bolívia, no
Chile, no Peru, no Uruguai e na Argentina”.
Protesto no Recife, junho de 2013
Pois é, vamos à luta, mas temos que mudar a estrutura como um todo: não ao racismo, homofobia, discriminação social, respeito ao silêncio, menos selvageria no Recife, vamos ser mais intelectuais e aproveitar os nosso prazeres sem pisar tanto nos outros. Aliás, vamos começar a pensar no coletivo, só assim NOSSA CIDADE (país) ficará mais... civilizada(o).
Protesto no Recife, junho de 2013
Pois é, vamos à luta, mas temos que mudar a estrutura como um todo: não ao racismo, homofobia, discriminação social, respeito ao silêncio, menos selvageria no Recife, vamos ser mais intelectuais e aproveitar os nosso prazeres sem pisar tanto nos outros. Aliás, vamos começar a pensar no coletivo, só assim NOSSA CIDADE (país) ficará mais... civilizada(o).
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