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quarta-feira, 2 de maio de 2018

Fortuna crítica de ELES NÃO USAM BLACK-TIE


Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri

Primeira peça de Gianfrancesco Guarnieri, Eles não usam black-tie, de 1958, foi encenada pela primeira vez quando o movimento Cinema Novo começava a surgir e a convocar a arte ao neo-realismo. No lugar de cenários pomposos e figurinos luxuosos, ficaram apenas os elementos de cena indispensáveis. Ao invés de personagens ricos e nobres, operários e moradores do morro tomaram o palco. Ali, em plenos anos 50, negros eram cidadãos comuns. Pela primeira vez, os conflitos da realidade brasileira ganhavam espaço na caixa cênica.

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Eles não usam black-tie situa-se numa favela, nos anos 50, e tem como tema a greve, e ao lado da greve a peça tem como pano de fundo um debate sobre as grandes verdades eternas, reflexões universais sobre a frágil condição humana, sobre os homens e seus conflitos. É a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.
O pai, Otávio, é operário de carreira, um sonhador, um idealista, leitor de autores socialistas e, ao mesmo tempo um revolucionário por convicção e consciente de suas lutas. Forte e corajoso entre os seus companheiros, experimentou várias lideranças, algumas prisões, com isso ganha destaque entre os seus transformando-se num dos cabeças do movimento grevista.
O filho, Tião, em razão das prisões do pai grevista, é criado praticamente, na cidade, longe do morro, com os padrinhos, sem conviver com esse mundo de luta e reivindicação da classe operária. Hoje adulto e morando no morro com os pais, vive um dos maiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar não quer aderir à greve, pois acha que essa é uma luta inglória, sem maiores resultados para a classe. Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moça simples, porém determinada e leal ao seu povo, e está esperando um filho seu. Desta forma, Tião está mais preocupado com o seu futuro do que com a luta de seus companheiros, que sonham com melhores salários. Para Tião, greve é algo utópico. Ele não tem tempo para esperar, precisa resolver seus problemas de imediato, ou seja, se casar.
É preciso esclarecer que Tiäo, ao contrário de seu amigo Jesuíno, malandro, fraco e oportunista, é um jovem corajoso, mesmo porque fura a greve sem medo dos companheiros, achando que está agindo corretamente. Por essa atitude, acaba perdendo a amizade de todos de seu grupo, restando apenas um colega da fábrica e João, irmão de Maria, um homem ponderado e maduro capaz de compreender a situação conflitante vivida pelo amigo Tião e ainda apoiar sua irmã neste momento difícil.
Na realidade, Tião não tem medo do confronto com o inimigo. O seu medo é outro, é o grande medo de toda a sociedade, o medo de ser pobre, por isso quer subir na vida e deixar para trás a condição difícil e miserável do morro, que, por sinal, é desafiada cotidianamente pela coragem e bravura de Romana, sua mãe, mulher de pulso e determinação e responsável pelo equilíbrio da casa e da família.
Eles não usam black-tie é um texto político e social, sempre atual no qual Gianfracesco Guarnieri criou de um lado, personagens marcantes e populares como Terezinha, Chiquinho, Dalvinha e Jesuíno que nos revelam um mundo alegre, descontraído e aparentemente feliz. Já por outro lado a peça se apresenta forte e densa revelando de maneira real os conflitos que atormentam personagens como Otávio, Romana, Tião, Maria e Bráulio. São tais encontros e são esses momentos alegres e comoventes , que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza. Assim, se por um lado mostra um olhar profundo dentro da sociedade brasileira, por outro esse olhar vem embalado por um valor poético materializado na visão romântica do mundo de seus personagens.
Embora, na convencional teoria de dramaturgia teatral não se enquadre essa abordagem, o drama social é de natureza épica e por isso mesmo uma contradição em si mesma. Aqui, novamente Guarnieri quebrou também outra regra essencial, presente nos manuais do "bom drama": ao invés de trazer personagens "superiores" como protagonistas, ele se utilizou de gente humilde, trabalhadores comuns, para conduzir sua história. Mesmo as mais simples metáforas, foram pinçadas nos mais básicos valores de nossa cultura popular, como por exemplo, na metáfora do amor, o feijão, prato massivo na América do Sul, teria um "coração de mãe".
A temática não é política, muito menos panfletária. O que discorre são relações de amor, solidariedade e esperança diante dos percalços de uma vida miserável. Assim, a peça alia temas como greve e vida operária com preocupações e reflexões universais do ser humano. Sob o olhar de Karl Marx, em um retrato iluminado por um feixe de luz na parede do cenário, o debate entre a coletividade e o individualismo, simultaneamente cru e sensível, vai crescendo.
Eles não usam black-tie é um marco do teatro de temática social.
Foi com a encenação de Eles não usam black-tie, que se iniciou uma produção sistemática e crítica de textos dispostos a representar as classes subalternas, com ênfase para a representação do proletariado. Nesse sentido, a peça de Guarnieri insere-se num quadro que se ampliou a partir da década de 1950, quando surgiu uma dramaturgia com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira e, para além disso, em busca da construção de uma identidade nacional pautada em variedades culturais internas.
Histórico
Espetáculo que inicia a fase nacionalista do Teatro de Arena e lança o autor Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), que serve de modelo e estimulo para outros jovens escritores dramáticos brasileiros.
Em 1957, José Renato resolve assumir a produção de O Cruzeiro Lá no Alto, texto de Gianfrancesco Guarnieri, prevista para ser a última montagem do grupo, que passa por graves dificuldades financeiras.
Rebatizada, por sugestão de José Renato, como Eles Não Usam Black-Tie, provocativa referência ao Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e a seu público. A peça trata de uma greve operária, colocando em cena moradores de uma favela e seus problemas socioeconômicos. O texto faz um recorte preciso de um momento altamente dramático: o jovem operário Tião fura o movimento grevista, pois, tendo engravidado a namorada, teme perder o emprego na hora em que mais necessita dele. As conseqüências de sua atitude são dolorosas e ele é obrigado a enfrentar não apenas seu pai, o líder grevista, mas também sua própria namorada, que o impele à frente de luta e o abandona.
Eugênio Kusnet (1898-1975), com sua larga experiência no método de Stanislavski, encarna o velho Otávio; Lélia Abramo (1911-2004), politizada intelectual vinda de experiências junto a grupos operários anarquistas, vive a mãe Romana; Miriam Mehler (1935), recém-formada pela Escola de Arte Dramática (EAD), encarrega-se de Maria, amor de Tião, interpretado pelo melhor ator do Arena no período - Gianfrancesco Guarnieri, depois substituído por Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974). Os outros papéis cabem a Flávio Migliaccio, Riva Nimitz, Chico de Assis (1933-2015) e Milton Gonçalves (1934).
A encenação de José Renato é simples, direta e eficiente. Valoriza o enredo e dá corpo às personagens, imprimindo dramaticidade e energia à ação. Utiliza um samba composto por Adoniran Barbosa para pontuar passagens significativas da trama. Êxito surpreendente para quem pensava em fechar as portas, Black-Tie permanece um ano em cartaz, cumprindo posteriormente bem-sucedida carreira no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro. Animado pelo sucesso, o Arena investe forças na criação de outros textos nacionais, instituindo o Seminário de Dramaturgia, de onde sairão os textos para as montagens seguintes, que respondiam à necessidade do público de ver nos palcos a realidade nacional. Até 1960, foram montados, entre outros: Chapetuba Futebol Clube, de Oduvaldo Vianna Filho; Quarto de Empregada, de Roberto Freire (1927-2008); Fogo Frio, de Benedito Ruy Barbosa.
Destaca o crítico Sábato Magaldi (1927): "A encenação de José Renato foi, até aquele momento, a mais homogênea e de rendimento uniforme e satisfatório. E a recompensa supunha muitas dificuldades para transmitir a veracidade do texto, porque formavam o elenco atores inexperientes ou estrangeiros. Valorizou a montagem a maturidade, orientada no sentido do despojamento. [...] Em poucos trabalhos ele não revela a preocupação de inventar algo, para que sua presença ficasse marcada. Aqui, o encenador se libertou da sedução de impor os próprios achados e atingiu a autenticidade, por despir o conjunto de efeitos. Não seguiu, também a falsa pista do pitoresco no morro, despreocupando-se da tarefa quase impossível, na arena, de mostrar a cor local".1
Eles Não Usam Black-Tie é a primeira de muitas outras encenações que colocam o Teatro de Arena como o conjunto de maior representatividade em São Paulo até meados da década de 1960.
Notas
1. MAGALDI, Sábato. Um palco brasileiro: o Arena em São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1984.

·         PRADO, Décio de Almeida. Teatro em progresso: crítica teatral, 1955-1964. São Paulo: Martins, 1964. 314 p.
·         ELES NÃO USAM BLACK-TIE. Direção José Renato. São Paulo, 1958. 1 folder. Programa do espetáculo, apresentado no Teatro de Arena em fevereiro de 1958.
·         MAGALDI, Sábato. Um palco brasileiro: o Arena em São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1984. 100 p.
·         MARQUES, Fernando. Poesia do real: Black-tie 50 anos, Folhetim n. 27. Rio de Janeiro: Teatro do Pequeno Gesto, 2008, p. 40-49.
·         MARTINS, Maria Helena Pires. Literatura comentada: Gianfrancesco Guarnieri. São Paulo: Abril Educação, 1980. 
·         MOSTAÇO, Edelcio. Teatro e política: Arena, Oficina e Opinião. São Paulo: Proposta: Secretaria de Estado da Cultura, 1982. 196 p.
·         PRADO, Décio de Almeida. Teatro em progresso. São Paulo: Martins, 1964. 316 p.
·         RENATO, José. Entrevista. Folhetim, Rio de Janeiro, n. 26, jul-dez 2007, p. 85-115.

Há 60 anos estreava no palco do Teatro Arena a peça Eles Não Usam Black-Tie escrita por Gianfrancesco Guarnieri. A peça ficou mais de um ano em cartaz em São Paulo, o que era inédito no teatro brasileiro. Ela aliou temas importantes como o movimento operário da década de 50 no Brasil e as difíceis condições de vida dos trabalhadores brasileiros, traçando um panorama realista das favelas dos grandes centros urbanos e apontando o cerne do abismo social entre dominantes e dominados.

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Guarnieri e Fernanda Montenegro em cena do filme de 1981
O Teatro de Arena foi fundado na cidade de São Paulo, em 1953, como o objetivo de se tornar uma alternativa à cena teatral da época. A intenção de seus idealizadores e fundadores era nacionalizar o palco brasileiro em contraposição ao tipo de teatro que se via praticado pelo TBC — Teatro Brasileiro de Comédia (um repertório exclusivamente internacional, com produções "sofisticadas" e que pouco ou nada retratavam a realidade nacional).

Esse novo tipo de teatro, voltado para discussões sobre a realidade do país, chamou a atenção de vários segmentos da sociedade (e incomodou outros tantos), já que personagens como operários em greve e moradores das periferias, por exemplo, passaram a ser protagonistas de uma peça de teatro.

Em 1958, o Teatro Arena enfrentava sérias dificuldades econômicas e estava prestes a fechar suas portas quando ingressa no grupo o jovem ator e dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri. Este jovem talento, que tinha sérias convicções sobre o teatro que deveria ser feito no Brasil, contribuiu enormemente para reerguer o grupo, que alcançou um estrondoso sucesso com Eles Não Usam Black-Tie.

Um teatro nacional é possível

Eles Não Usam Black-Tie,escrita por Guarnieri e dirigida por José Renato, um dos fundadores do movimento do teatro de arena no Brasil, trata da greve operária, colocando em cena  trabalhadores (moradores de uma favela) e seus problemas socioeconômicos. O TBC e a grande maioria das peças produzidas no país antes da década de 50 não tratavam da realidade vivida pelo nosso povo, ou seja, era o chamado teatro do entretenimento, muito presente ainda no cenário do teatro nacional. Ademais, esses textos tratavam da burguesia em peças geralmente cômicas, muito distantes da realidade brasileira. Daí o próprio nome Eles Não Usam Black-Tie, uma clara provocação a este velho teatro engessado das classes reacionárias.

A peça escrita por Guarnieri pode ser considerada precursora do movimento por um teatro realmente brasileiro. E por que não dizer, além de uma bandeira nacional, Eles Não Usam Black-Tie também desfraldou uma bandeira antiimperialista e democrática, haja vista o ódio que despertou nos "Generais de 64" a temporada da peça em Salvador.

Dramaturgia da vida operária

Com trilha musical de Adoniran Barbosa, a primeira apresentação em público teve um "elenco de primeira": Eugênio Kusnet, ator experiente do teatro e cinema nacional, viveu o velho Otávio; Lélia Abramo, intelectual, politizada, vinda de experiências junto a grupos operários anarquistas, vive a mãe Romana; Miriam Mehler, recém-formada pela Escola de Arte Dramática, EAD, encarrega-se de Maria, amor de Tião, interpretado pelo autor da peça — o jovem Gianfrancesco Guarnieri. Outros papéis cabem a Flávio Migliaccio, Riva Nimitz, Chico de Assis e Milton Gonçalves.

A peça tem um roteiro consistente: o jovem operário Tião fura o movimento grevista, pois tendo engravidado a namorada teme perder o emprego na hora em que mais necessita de recursos. As consequências de sua atitude são dolorosas, enfrentando não apenas seu pai, o líder grevista, como sua própria namorada grávida, que o impele a frente da luta e o abandona no final.

Tudo isso tendo como pano de fundo a São Paulo do final dos anos 50, o grande impulso industrial e com isso a carestia que passava o proletariado, o que exigia um movimento operário à altura.

E mais do que isso, a peça é a história de um choque entre pai e filho com posições ideológicas e morais completamente opostas e divergentes, o que, por sinal, dá a tônica dramática ao texto.

O pai, Otávio, operário de idéias progressistas, leitor de autores socialistas e, ao mesmo tempo um revolucionário por convicção e consciente de suas lutas. Forte e corajoso entre os seus companheiros, experimentou várias lutas, algumas prisões, com isso ganha destaque entre os seus transformando-se numa das principais lideranças da fábrica que trabalhava.

O filho Tião, que, em razão das prisões do pai grevista, é criado praticamente na cidade, longe do morro, com os padrinhos, sem conviver com esse mundo de luta e reivindicação da classe operária. Já adulto e morando no morro com os pais, vive um dos maiores conflitos de sua vida. Em primeiro lugar não quer aderir à greve, pois acha que essa é uma luta inglória, sem maiores resultados para a classe. Em segundo lugar pretende se casar com Maria, moça simples, porém determinada e leal ao seu povo, e está esperando um filho seu. Desta forma, Tião está mais preocupado com o seu futuro do que com a luta de seus companheiros por melhores salários e pela transformação da realidade que viviam.

Com diálogos emocionantes e o bom samba de Adoniran no fundo, todas as contradições vividas por aquela família operária são retratadas, apontando uma realidade que certamente era vivida por outras famílias de trabalhadores pelos outros cantos do país e do mundo.

Riso e dor, alegrias e tristezas...e reflexões!

Foi quase uma década de sucesso em turnês por todo o Brasil. Assistida por milhares de pessoas, dentre estudantes, operários, intelectuais, pode-se dizer que os sessenta minutos de peça provocavam grandes reflexões.

Eles Não Usam Black-Tie é um texto político e social, sempre atual, no qual Gianfracesco Guarnieri trouxe ao público uma peça forte e densa, revelando de maneira real os conflitos que atormentam personagens como Otávio, Romana, Tião, Maria e Bráulio. São tais encontros e são esses momentos alegres e comoventes que nos provocam o riso e a dor, alegria e tristeza.

A qualidade da peça fez com que anos depois, em 1981, ela fosse adaptada para o cinema. Coube a Leon Hirszman produzir o roteiro e dirigir o filme. Ele convidou Guarnieri, 20 anos "mais vivido" para encarnar o velho Otávio. Fernanda Montenegro viveu a brava Romana. Carlos Alberto Riccelli e Bete Mendes interpretaram Tião e Maria respectivamente.

O filme recebeu o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cannes e com certeza é um dos clássicos do cinema nacional.
Teatro de Arena Eugenio Kusnet

Informações ao público:(11) 3259-6409(11) 3256-9463comunicacaosp@funarte.gov.brLocal:Rua Teodoro Baima, 94 - Vila Buarque - Centro, São Paulo
CEP 20220-202


Leia mais:
Sala Augusto Boal
Sala de espetáculos do Teatro de Arena Eugênio Kusnet, espaço histórico do teatro brasileiro que foi aberto nos anos 1950 e é administrado pela Funarte desde o final dos anos 1970. Com capacidade para 99 espectadores, mantém até hoje as mesmas características de sua concepção original, com o palco circular e as arquibancadas circundantes, em formato de arena. Sua ocupação se dá por meio de edital ou cessão de espaço.
Sala Umberto Magnani
Batizada e inaugurada para a finalidade atual em 2017, destina-se a exposições relacionadas às artes cênicas, especialmente ao teatro. Localizada no segundo andar do Teatro de Arena Eugênio Kusnet, cumpre assim a vocação do espaço para a preservação da memória do teatro brasileiro. Sua ocupação acontece por termo de cessão, mediante apresentação de projeto.  A Sala tem aproximadamente 108 metros quadrados.
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Sobre Eugênio Kusnet (1898, Kherson – 1975, São Paulo)
Considerado o mais importante ator de formação stanislavskiana do teatro brasileiro, teve atuação fundamental também como professor.  Formado em Moscou, mudou-se para o Brasil em 1926. Estreou nos palcos brasileiros apenas em 1951, a convite de Ziembinski, pelo TBC – Teatro Brasileiro de Comédia. Depois, trabalhou no TPA – Teatro Popular de Arte, no Teatro de Arena e no Teatro Oficina. Sua reflexão pedagógica pode ser conhecida pelo livro Ator e Método, organizado no início dos anos 1970.
Sobre Augusto Boal (Rio de Janeiro, 1931 – Rio de Janeiro, 2009)
Além de diretor e autor, foi também um teórico do teatro. Bastante reconhecido dentro e fora do Brasil – possivelmente o artista brasileiro mais famoso no mundo –, notabilizou-se entre outras coisas pela criação de métodos como o Teatro do Oprimido, que estreitam os laços entre o palco e a ação social. Sua intensa colaboração com o Teatro de Arena teve início em 1956 e se estendeu até o início dos anos 1970. Em espetáculos como Arena Conta Zumbi (1965) e Arena Conta Tiradentes (1966) aliou a pesquisa de linguagem à reflexão atuante sobre a realidade brasileira.
Sobre Umberto Magnani (Santa Cruz do Rio Pardo, 1941 – Rio de Janeiro, 2016 )
Reconhecido pela longa e premiada carreira como ator, com atuações em mais de 70 montagens teatrais, foi também produtor e gestor cultural. Sua colaboração com o Teatro de Arena teve início em 1968, a convite de Augusto Boal, e prosseguiu nos anos seguintes. Entre 1977 e 1990, dirigiu o Serviço Nacional de Teatro – SNT (integrado à Funarte em 1978), que havia comprado a sede física do Arena.  Ajudou a fundar e foi também diretor da Associação dos Produtores de Espetáculos Teatrais do Estado de São Paulo – APETESP.




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