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domingo, 20 de dezembro de 2015

STAR WARS: o (re) despertar de qual força?

Antes de mais nada: há méritos nesta obra, certo?
Ficheiro:Starwars 06.jpg

"You still drive crazy", diz Leia (Carrie Fisher) a Han Solo (Harrison Ford), na despedida. Causa certo riso involuntário a cara dura dos dois. Ela com o rosto pétreo, ele sequer disposto a seus truques habituais de interpretação). Assisti  ao filme na estreia (final da manhã, shopping RioMar, som e imagem perfeitos, poltrona com lugar para colocar os pés etc.). Tanto conforto, querendo unir as pontas do tempo, quando quase um menino vi o primeiro da "saga", no Cine Veneza, também pela manhã. Agora, com mais respaldo para minha hermenêutica diante da prepotência de Hollywood. O filme tem raros pontos altos, todos eles ligados à qualidade da imagem

Já é o oitavo filme e entendo quando Coppola diz que Lucas estava desperdiçando seu talento, mas não apoio a crítica de arte Camille Paglia (com quem estive em Olinda) quando ela coloca Guerra nas estrelas num patamar superior até a algumas obras do Renascimento, por unir ciência e arte e também criar todo um universo mitológico ("Da Vinci e Lucas compartilham a ambição de explorar fronteira entre arte e tecnologia; não há artista em qualquer campo, até no literário, que tenha maior impacto na imaginação de milhões, como a obra de George LUCAS"). 
Cercado de mais propaganda que a Coca-cola, om filme traz um protagonista negro como ícone maior numa trama que exige uma continuação (várias partes da trama ficam em aberto, reforçando assim a questão do "seriado", tão comum na indústria cinematográfica norte - americana).  A Disney, detentora dos direitos sobre a distribuição do filme, entende do riscado sobre como manter uma chama acesa mesmo quando a mercadoria é requentada pela enésima vez.
Chewbacca, RD-D2, C-3PO e outros são trazidos ainda empoeirados, mas prontos para a venda numa sociedade cada vez mais fragmentada que vive à base mais da propaganda e da incerteza sobre seus "valores". 
É sim propaganda de armas e de guerra; roupas e cenários lembram tanto a idade média quanto um futuro (improvisado), como a dizer que sempre haverá dois lados brigando pelo poder e vai vencer que souber disparar melhor, e disso os americanos entendem.
Monga está armada e pronta para matar

Bons tempos, maus tempos: Fritz Lang já anunciava há quase cem anos a automação do homem (seu filme "Metrópolis" é muito bom nisso). Não há preocupação em delinear personagens e sim de fazê-los agir como peças de uma engrenagem que em tudo induz ao fast food cerebral com sérias consequências financeiras para  outros filmes que teimem em não seguir a dinâmica norte-americana de pensar, ou lavar mentes.
A diegese do filme é propositalmente estonteante, desde os recorrentes letreiros iniciais até a montagem amalucada calcada em efeitos cinematográficos da primeira metade do século XX. Uma informação que poderia ser "fundamental" no sentido de destrinchar a trama, é dada de maneira displicente por atores nem sempre com talento para a interpretação. O roteiro tem buracos imensos (se é que algo ali não seja tão misterioso quanto os inexplicáveis buracos negros).
Destaco o personagem que se emparelha ao de Yoda (de outros filmes da série): é uma espécie de velhinha mutante, ao lado dos rebeldes, lógico, com sábios conselhos e tiradas que misturam sentimento e brutalidade adquiridos por  certa vivência em ambiente hostil; ela dirige uma espécie de fortaleza.
A cena final é de uma pretensão que desafia qualquer psicanálise (vamos lembrar que o filme é calcado nas relações de pai e filho duelando pelo poder, ou pelo menos em como se pode servir à "força").
A curta participação de Max von Sydow ("O sétimo selo", de Bergman, ainda tenho na memória...) que já interpretou Mingo em uma produção dos anos 80, é um luxo mal compreendido; o contrastge entre ele e os outros atores é brutal.

Moisés Monteiro de Melo Neto



ANEXOS


A trama de J.J. Abrams (roteiro/ direção) e Lawrence Kasdam (roteiro) é mirabolante. Vejamos o que diz a WIKIPEDIA sobre o assunto:
Aproximadamente 30 anos após a destruição da segunda Estrela da Morte n'O Retorno de Jedi, a Aliança Rebelde conseguiu restaurar a República Galáctica, mas reminiscentes do Império Galáctico reorganizaram-se como a Primeira Ordem, cujo crescimento é combatido pela Resistência da República.
Poe Dameron (Oscar Isaac), um piloto da Resistência, é mandado ao planeta Jakku pela General Leia Organa (Carrie Fisher) para obter um mapa que, acredita-se, indica a localização de Luke Skywalker (Mark Hamill), o último Jedi, que está desaparecido há anos. Kylo Ren (Adam Driver), um poderoso conhecedor do Lado Negro da Força e discípulo do mestre Snoke (Andy Serkis), está tentando roubar o mapa. Dameron viaja até o planeta Jakku para tentar reaver o mapa. Quando Kylo Ren o ataca, ele coloca o mapa em seu droide, BB-8, e o manda fugir para longe. Kylo Ren captura Dameron e ordena o assassinato de todos no vilarejo onde ele foi encontrado. Um Stormtrooper (John Boyega) fica ultrajado com a brutalidade da Primeira Ordem e deserta para ajudar Dameron, que passa a chamá-lo de Finn, uma vez que o stormtrooper não tem um nome, apenas um número: FN-2187. Eles não conseguem escapar e caem de novo em Jakku, e Dameron presumidamente morre. Enquanto isso, BB-8 fica na posse de Rey (Daisy Ridley), uma jovem que sobrevive catando lixo e espera pelo retorno de seus pais. Após Finn encontrar Rey e BB-8, a Primeira Ordem os localiza e os três escapam do planeta numa velha nave, a Millennium Falcon, que pertenceu a Han Solo (Harrison Ford). Na fuga com a Millennium Falcon, esta é capturada por Han Solo e Chewbacca (Peter Mayhew), de quem a nave havia sido roubada há alguns anos. Após escaparem de um ataque de piratas que demandam o pagamento de uma dívida, eles viajam ao planeta Takodana para encontrar Maz Kanata (Lupita Nyong'o), uma velha pirata de mil anos de idade, que eles acreditam que pode ajudar. No castelo de Kanata, Rey é atraída pela Força até o porão, onde acha o sabre de luz de Anakin Skywalker e tem uma visão do passado e do futuro através da Força, da qual ela foge assustada. Finn pega o sabre de luz. Quando a Primeira Ordem ataca o castelo, Rey é capturada por Kylo Ren, enquanto os outros escapam graças à chegada das naves da Resistência, liderados por Dameron, que havia de fato sobrevivido da queda em Jakku. Eles vão para a base da Resistência em D'Qar, onde descobrem que Han Solo e Leia se separaram após seu filho, Ben Solo, que estava sendo treinado por Luke para ser um Jedi, ter se voltado para o Lado Negro da Força e se tornado Kylo Ren. O mapa, entretanto, é apenas parcial. Enquanto isso, Kylo Ren tenta torturar Rey para obter o mapa direto de sua mente, mas é impedido pela forte conexão de Rey com a Força, que ela usa para escapar. A Primeira Ordem utiliza uma nova arma construída diretamente dentro de um planeta, a Starkiller, comandada pelo General Hux (Domhnall Gleeson). A Starkiller absorve a energia de um sol e destrói um sistema de planetas, numa tentativa de minar a República. Eles planejam destruir também D'Qar. Solo, Chewbacca e Finn são enviados para desativar o escudo, de modo que as naves da Resistência possam atacar. Finn, entretanto, apenas quer salvar Rey. Após encontrá-la, eles colocam explosivos para sabotar a arma da Starkiller. Solo vê Kylo Ren e o confronta; Kylo Ren parece hesitante sobre abandonar o Lado Negro da Força, mas acaba matando seu pai, Han Solo, fato que Leia sente através da Força.

Os explosivos causam dano à arma da Starkiller, permitindo a Dameron e os outros pilotos adentrarem os sistemas de defesa. O ataque a D'Qar é evitado e a Starkiller começa a entrar em colapso. Kylo Ren confronta Finn, que usa o sabre de luz de Anakin mas é derrotado e cai inconsciente. Kylo Ren tenta pegar o sabre de luz, mas é Rey que consegue atraí-lo, e eles entram em confronto. Rey chega perto de derrotá-lo, mas à medida em que o planeta entra em colapso, o chão abre-se e eles são separados. A Starkiller é destruída e ambos escapam: Kylo Ren e General Hux vão encontrar-se com Snoke, e os outros retornam a D'Qar, onde o mapa completo é composto com a ajuda de R2-D2, que acorda. Rey viaja com Chewbacca na Millennium Falcon e encontra Luke Skywalker, que vive isolado numa ilha remota, e mostra a ele o sabre de luz de Anakin.

 PERGUNTAS FINAIS:

É para as crianças entenderem? 
A que tipo de plateia isso se dirige?
O que há de épico e de caça níquel aqui?
Quais os efeitos deste produto da cultura de massas?

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