Destaque: Douglas Duan
A peça teatral “Angelicus” se despede, temporariamente, dos
palcos recifenses, hoje à noite. Que espetáculo interessante. Desde a arquitetura do texto, de Hamilton
Saraiva, até a programação visual do programa, assinada por Cláudio Lira. O
trabalho dos atores, alguns iniciantes outros com o quilate de Carlos Lira e Marcelino Dias. Um grupo coeso sob a batuta de
Rudimar Constâncio, tendo como assistente de direção Almir Martins.
Uma trupe afinada
O que dizer sobre este projeto ousado numa época de vacas
magras? Que esta trupe está, mais uma vez, a unir as pontas do tempo e
revitalizar nosso desejo de ver a vida representada na ribalta de modo mais
profundo, misturando humor e reflexão; que em Recife os atores estão mais uma
vez pintando o rosto, treinando e exibindo seus corpos como instrumentos de uma orquestra tão
fundamental como esta das artes cênicas. E o trabalho de Douglas Duan e dos
atores e atrizes que ali estão como uma família, com seus altos e baixos? E a
representação naquele espaço delicioso que é o Forte das Cinco Pontas? No dia
que assisti ao espetáculo, vi a lua
cheia nascer por trás da tremulante bandeira do Recife, havia vários artistas também na plateia, ao
meu lado, por exemplo, estava Antônio
Cadengue, homem que dedica sua vida ao teatro, pensador que merece atenção
especial. A direção de arte de Célio de Pontes é um espetáculo à parte, também.
O programa é um livro que deve ser lido intensamente.
Que bom que há gente que pensa o teatro deste modo.
Parabéns para esta trupe.
Longa vida a ANGELICUS.
Moisés Monteiro de
Melo Neto
Professor e escritor
Obrigado, Moisés!
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