Moisés, a psicanalista Noemi e JMB
Moisés, caríssimo,
Conforme prometido, segue minha fala sobre sua
obra, de ontem.
São palavras prenhes de minha verdade sobre o que
seu livro provocou em mim, leitora atenta que sou e viciada em literatura. Dê a
destinação que quiser, inclusive, a cesta de papeis inúteis," fast
foods"....
Comentário à parte e pessoal: como disse
ontem, acostumei-me a ler desde que fui alfabetizada. O fascínio era imenso e
fui estimulada por meu pai porém, na medida em que ele entendia que havia
livros para " moças" e outros, não, até atingir certa idade...
Assim, acostumei-me a ter os livros como meus grandes parceiros, companheiros,
mesmo.
Nunca, porém, tive pretensão à escrita,
não é minha vocação. Prefiro ler aqueles que já disseram por mim o que eu
gostaria de dizer, ou de poder ter dito, ou que gostaria de ouvir.
Não sou adepta da teoria em voga de que quem lê, escreve. Não ... Assim, quem conhecesse as matizes das cores, pintaria, o que também não é verdade.Entendo, e, não sei se vc concorda, redigir é uma coisa, escrever, é outra.
Não sou adepta da teoria em voga de que quem lê, escreve. Não ... Assim, quem conhecesse as matizes das cores, pintaria, o que também não é verdade.Entendo, e, não sei se vc concorda, redigir é uma coisa, escrever, é outra.
Talento é para poucos. A leitura atenta, também...
Sinto, não nego, falta de algo da teoria literária,
como por exemplo, saber que tal escritor pertencia a uma época/escola tal da
literatura, o que veio a influenciar sua obra, seus personagens, coisas assim.
Para não mentir, digo-lhe, muito particularmente,
que escrevi alguns contos. muito mais como desabafo solitário do que pela
escrita em si... Uns, publicados em antologia de Oficina, outros
engavetados...e um conto infantil do qual gosto muito e que pretendo
publicar ( não sei quando) pois gostaria que ele fosse aquarelado e perdi a oportunidade de entregar, por timidez, a Leo
Filho grande aquarelista que morreu este ano...Mas, isto não faz de mim uma
escritora nem me atiça a vontade de sê-lo...
Pretendo ( quanta pretensão!!!) que esse livrinho
ao ser publicado, seja doado a escolas públicas ou creches, Nunca vender...
livros deveriam ser gratuitos para compra e escritores, ( mas escritores do seu
quilate) ser bem remunerados pelas horas de uso da inteligência e pelo que
legam para a humanidade.
Para mim, os livros assim como as artes em geral,
salvam, criam universos paralelos..
Bem, querido, já me estendi demais, ( falo pelos
cotovelos,,rsrsrs).
Muito grata pela oportunidade de conhecer sua obra,
mais um pouco de você e, de um tanto de Jomard.
Grande abraço
Angela Cysneiros
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