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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Por uma poesia de poetas novos! (moisesneto)



O que é uma ação poética? É o que esses caras estão fazendo aqui.
Falam de temas e fatos (externos ou emocionais)? Talvez. Mas, exploraram significados e contradições possíveis e atuantes observando elementos que confiram a suas  realidades e, claro,  existência(s);
 O vocabulário deles (da área, não o de cada autor), parte para a sintaxe de manipulação (do vocabulário)  numa pragmática que parte do vocabulário até o (pré) texto;
Parecem incentivar o leitor a praticar tal  processo;
Alguns desses   poemas são  autocentrados, mas submetem-se também  à realidade social, sem perder a  subjetividade lírica...
Dão vez  também ao quaseautobiográfico, mesmo beiram o anárquico, afinal desejo e memória são, em poesia, um viés de  experimentalismo que envolve o caráter público-político, tal autocentramento (um, digamos assim: auto-espelhamento?)  expõe  o objeto poético à verdade (pós-kantianamente falando: o que  é o Real? Translacanianamente o que é o simbólico e enfim: o imaginário?) do grupo e, claro do sujeito poético (kkkkkkkkkk);
Sim! Eles também trazem à baila a fragmentação do discurso, o fluxo de consciência, a intertextualidade intensa!
São pessoas do o cotidiano, na veia da autoironia, do existencial, do social, do jogo e (oh!) do...político!
Aqui temos obras (im)puras que tripudiam fragmentação e deglutição;
Que justapõem imagens em enunciação meio caótica, louvando e destruindo a rebeldia  através  da intervenção na problemática do cotidiano, do ser e estar no mundo.
Surgem esses novos poetas assim: querendo mais vida, corpo, cultura em sentido bem mais amplo, louvando e destruindo, simultaneamente, a (nova?) indústria cultural!
Querem refletir o jogo do século XXI, seu atrito, tensão (não apenas na linguagem poética, mas na pegada , ao tratar dos nossos corpos, sexos, jeito de comer, beber, transar tudo e falar, sempre!
Guerrilha, de novo! Pela gozo do CIBERDESEJO, já!
Sim à linguagem fragmentada das cibernéticas passeatas/ cruzadas, com suas POSTAGENS -relâmpago, enfrentemos com versos (também) a CIBERRETÓRICA descentralizadora;
Que bom que novos poetas publiquem a revolução do conhecimento, a dissolução regenerativa de qualquer possível consciência política!
Que se lancem ainda com mais forças numa revolução lírica e antilírica (em versos!), e estilhacem a própria gênese de todos os fenômenos; retrabalhem signos, metáforas, símbolos; (re) anunciem o poeta como imperador e escravo colonial, no CIBERCOLISEU, espaço poético virtual em que a vida possa se cumprir SATILIRICAMENTE;
Tela-praça, portátil/fixa, doa em quem doer (é bom que seja no outro, não em você!);
Luta e fúria: viver é guerra! Vamos publicar poesia: UAU!
Viva os poetas esgrimistas! Touché!
Que venham esses textos com suas INTERSECCIONADAS  coexistências, isto é: o CRUZAMENTO: tempo VERSUS  poesia: presença versus eterna ausência antifreudiana materna da pátria ou do ser que pariu o poeta e/ou o leitor.
Urgência no COLAR de tantos escritores em coletânea  INESPERADAMENTE NUA e parindo unidade!
Que o corte recupere sua autonomia: Poesia–cirurgia!
Pela  invencionice destabocando o papai e mamãe pós-marxista!
Contra o tratamento da elegância e delicadeza,  sim à exploração da eterna e trágica solidão do homulher luciferinos, pré-edênicos nesta vida tão cheia de... palavras, olhares de cobiça!
Pelo desnudamento total da verdade, pois a mentira triunfou até agora de qualquer modo através da linguagem áspera dos tribunais populares e eruditos!
Se você disser que é mentira será mentira sua...
Malvados, tremei!  Aí estão as nossas armas e armações: Mais poetas no front!



 Moisés Monteiro de Melo Neto



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