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domingo, 24 de julho de 2016

IMPECÁVEL? Luiz me decepcionou no teatro

por moisemonteirodemeloneto


Luiz não estava num bom dia, mas é sim, um grande ator




Futilidade excessiva ao alcance de todos.
Fui ao Teatro Guararapes ontem assistir a um ator com sotaque e humor tipo Rio de Janeiro. A peça? IMPECÁVEL. Sobre o Impecável beauty: trata-se de um salão de beleza teatral, fui lá, buscar talvez algo que deixei no final dos anos 70, quando assisti à peça TRATE-ME LEÃO, do Asdrubal trouxe o trombone, grupo que mudou minha concepção de teatro,ou quando vi ENGRAÇADINHA, filme que assisti em Santos (e deixei de lado o show Trem Azul, último de Elis Regina, já tinha visto dois dela no Recife e achava que aquele viria também, ela morreu logo a seguir). Então, neste sábado, fui apreciar o trabalho do ator Luiz Fernando, astro que admiro pela fleuma com que expressa seu humor politicamente incorreto e atrevido. A peça O impecável pretende falar sobre os sete pecados capitais (retrô?). Luiz Fernando Guimarães interpreta oito personagens “diferentes, com texto de Charles Moeller e Cláudio Botelho e traz personagens como um a ex-miss chamada Eleonora, dona do tal salão, o recepcionista preguiçoso, o evangélico, a manicure, o cabeleireiro convencido (egresso do SENAC!). Detalhe: quase não há adereço extra para cada um desses tipos   e o ator muda apenas a postura do corpo numa cenografia simples, cheia de porta (ah! Não quero comparar com o entra e sai das farsas, nem fala de Irma VAP); os autores Charles e Cláudio, acostumados a criar/ adaptar musicais arriscam-se  num texto-pretexto que é  O impecável, uma dramaturgia fraca, pronunciada com uma dicção vacilante (perdi várias tiradas (não só eu, mas várias pessoas falaram isso. Luiz fala como se estivesse conversando com alguém que não precisasse entender tudo que ele diz.  Marcus Alvisi, o diretor, parece tê-lo deixado bem à vontade. O processo de criação parece legal: “trabalho de mesa, editar o texto, fazer leituras públicas para  testar nível de aceitação etc.”O entra e sai de personagens torna-se enfadonho. O ritmo de voz, gestos, trejeitos, o ritmo, tudo calcado num texto bobinho. Luiz , em entrevista, disse que  Andy Warhol (artista que aprecio muito, ainda hoje e faz parte da minha formação) achava o salão de beleza um portal do inferno; isso se assemelha a ver esta peça, que parece mesmo  não estar completamente pronta, diz também que o espetáculo não é humorístico porque “não tem comédia o tempo todo”.  A peça foi feita para ser apresentadas em lugares menores e não num Teatro como o Guararapes, daí decidiram colocar dois telões, que falharam, também o microfone não era dos melhores. Chega, volto para ver Luiz em coisa mais consistente. Gosto muito dele, ainda.

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