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sexta-feira, 4 de julho de 2014

Poema de Tânia Lima

Para minha mãe que se foi nesta madrugada azul
À dona Janoca

Retorno de mãos vazias
embrulho perguntas sem respostas
Somos companheiras do tempo
Abrimos as janelas do século XXI
e chegamos à casa - coração!!!
É de lá que escuto a orquestra de palavras
a tocar a pequena flauta feita de cuidado
O que nos revela teus ensinamentos, minha mãe,
se teu nome tem o cheiro da palavra lealdade.
Haverá palavra mais leal que amar?
Haverá gesto mais singelo que teus cuidados?
Não sei onde deixei meu rosto
Talvez em algum lugar da casa esquecida
Onde ainda escuto o velho piano
desafiando a tecla da existência
Há orquídeas amanhecendo
por trás das folhas de bétula
pra onde as ondas vão, minha mãe
quando as lembranças vem?
A madrugada azul neste instante adormece contigo
sem teus cabelos brancos
sem teus olhinhos miúdos
sem tuas lindas rugas
sem tuas mãos de afeto
e todo esse sentimento que fica por ti
minha mãe
fica como quem carrega uma pétala
(às 4:39 da madrugada, Tânia Lima)

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