Pesquisar este blog

domingo, 13 de julho de 2014

JMB: "tudo na Bahia pode tornar-se deflagrador"

PORQUE SOMOS e NÃO SOMOS P E B A S
Jomard Muniz de Britto, jmb


 
Ignorando o legítimo significado de palavra tão
minúscula, decidimos encarar o Dicionário HOUAISS
da Língua Portuguesa.
Tendo origem tupi o vocábulo PEBA pode até
nos desorientar entre “o sem valor e/ou sem importância;
reles, ordinário, plano, liso, largo...”
Porém na década dos 70 do passado século nas
Jornadas de Cinema do Guido Araújo na Bahia
para o mundo, os mais gozadores superoitistas
começaram a designar produções cinematográficas
entre o Recife e Salvador de PEBA: no plural.
Pernambuco/Bahia sem barras.
Ironia amorosa? Sarcasmo constrangedor?
Hoje podemos até admitir, segundo o multiartista
Sérgio Lemos, que se trata bem e mal de uma idiotia.
Idiossincrasias? Impertinências?
Sejamos então os eternos idiotas das mais fecundas
famílias entre o conservadorismo dos rituais e a
irreverência deflagradora em performatividade.
Denomina-se PEBA para indiciar sob e sobre a
pele das imagens, ora documentários “valente como o galo”,
ora palhaços degolados em transe memorial.
Mas talvez a palavra-chave-sem-clichê
para reaproximar, libidinosamente, essas duas
culturações seja o verbo DEFLAGRAR: o mais usado
entre a Sorveteria CABANA e uma Livraria na Praça
Castro Alves. Deflagrações. Conflagrações.
De Gregório de Mattos e Guerra a João Carlos
Teixeira Gomes, nosso JOCA dos amigos e outros,
poeta e biógrafo do vulcânico GLAUBER, tudo nele
e através deles se irradiaria assumindo dilacerações.
Porque tudo na Bahia pode tornar-se deflagrador.
Entre Vivaldo da Costa Lima, dos santos Cosme e
Damião e o Pai de O Tempo no Pelourinho.
Tudo na Bahia faz a gente querer mais Dedé Gadelha,
TRANSmusa dos Tropicalismos. Artes Expandidas.
SER PEBA é continuar experimentando sem a pré-
ocupação de ser experimental pela reinvenção de
linguagens atravessando contemporaneidades.
 
Recife, julho de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário