por Moisés Neto
Seria inconsequente da minha parte dizer que não sofro com amigos e parentes meus que lutam contra o câncer.
É cruel.
Mas viver é lutar.
Admiro a força de quem combate ao lado de quem precisa.
Estou procurando me engajar mais nesse front.
Depois de tantos filmes sobre pessoas com câncer, e filmes como Love Story, Sunshine etc. temos agora, baseado num romance best seller americano, The fault in our stars, um arrasa quarteirão explosivo, uma granada de lágrimas e humor perverso, tipicamente norte-americano, ah, coração americano, acordei de um sonho estranho, um gosto vidro e morte, um sabor de chocolate... água com açúcar e câncer.
Inspirado na frase
de Shakespeare: Júlio César (Ato 1, cena 2) quando Cassius diz a Brutus: "A
culpa, caro Brutus, não é de nossas estrelas, mas de nós mesmos, que somos
subordinados.", John Green, haja técnica de colagem de aforismos e de
escrita dirigida, teceu, numa espécie de fábula pop, onde os animaizinhos são
doentes terminais, um enredo envolvente, cheio de carícias e que ao tratar do
geral, enfoca o particular com poeticidade superficial o bastante para agarrar
os adolescentes fugitivos das aulas de literatura clássica.
Não,
não é nada grandioso, mas é algo reconfortante nesses dias em que o isolamento
se dá por redes sociais.
A
adaptação cinematográfica traz os dois atores estrelas de Divergente, com um material bem legal para interpretar, pois não
exige tanto esforço, é cool, o filme.
Discute-se
sobre metáfora e há, sim, há, o papel da memória e da catarse na escrita. Os
protagonistas leram um livro sobre uma garota com câncer e foram até Amsterdã
encontrar, o autor recluso, abusado e caricato, bêbado e sarcástico, o oposto
do sempre bem disposto e sociável John Green que até para Ana Maria Braga dá
entrevistas quando o assunto é marketing. E por falar em negócios, o ator principal está aproveitando o sucesso da adaptação para ser catapultado ao estrelato.
It´s a hard life, isn´t it?
It´s a hard life, isn´t it?
Bem, não podemos culpar as estrelas, não é?
Mas
há mais coisas entre o céu e a Terra do que
supõe a nossa vã filosofia...
Agora
vamos a algumas frases do livro, amalgamadas por Mr. Green na sua costura de aforismos:
“Meus
pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações”
“Todo
mundo deveria ter um amor verdadeiro, que deveria durar pelo menos até o fim da
vida da pessoa.”
“As
marcas que os seres humanos deixam são, com frequência, cicatrizes.”
[sobre
om autor do livro que os adolescentes na trama leem] “Ele registra a morte com
fidelidade. Você morre no meio da vida, no meio de uma frase.”
“O
verdadeiro amor nasce em tempos difíceis.”
“Não
dá para escolher se você vai ou não vai se ferir neste mundo, meu velho, mas é possível
escolher quem vai feri-lo.”
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