POR MOISESMONTEIRODEMELO NETO (Moisés Neto)
Fomos ontem ao show EU
CANTANDO PARA OS MEUS, de TOM ZÉ, Antônio José
Santana Martins, nascido em Irará, 1936, que ele tornou famosa nos seus versos, astro
anômalo e pivô, da nossa famigerada MPB (Ah! Essas minhas saudades do futuro).
Início do show, EU CANTANDO PARA OS MEUS, de TOM ZÉ, ele entra e vai logo apresentando numa atitude bem Brecht, a gente estava parando de conversar, ainda, eu e Telma Virgínia.
Eu curti logo a Tropicália, lembrando logo que já escrevi tese de doutorado sobre Jomard Muniz de
Britto (JMB), nosso tropicalista-mor. Indiscutível presença cênica do Tom (“TAM ZI”, como dizem os norte-amreicanos, yankees, na pronúncia
relapsa deles). Sentado na primeira fila fiquei espantado: na metade do show
ele pulou em cima de mim:
Momento do show em que TOM Zé pulou em cima de mim, “que susto!” (moisesmonteirodemeloneto)
Uma banda afinadíssima cheia de
novidades e conhecimentos antigos. Puro êxtase no ser e estar através do tempo.
Um artista aos 80 anos e transpirando genial vitalidade. Ajoelhava, levantava,
ficava pendurado nos outros, um escambo!
Ele é considerado (risos e sisos) “uma voz alternativa influente no cenário
musical do Brasil”. É muito mais. É um poeta alquimista. Quando gritaram “Fora
Temer!”, ele “Ah! Então ta”, mas precisamos desta força de dizer “Fora!”
Em determinado momento do show EU CANTANDO PARA OS MEUS, TOM ZÉ falou das diferenças de gêneros e vestiu uma calcinha rendada vermelha! (foto: moisesmonteirodemeloneto, Moisés neto; Recife, outubro, 2016
A carreira internacional de Tom Zé
teve a força de David Byrne, mas poderia ter sido qualquer um. O lance de Tom
falar de Aristóteles, Carlos Magno, Roland que invadiu a Espanha, os Moçárabes
(a quem ele atribui importância cultural de destaque na formação nacional, que
ele discute com irreverência gostosa); fala também da canção celta (que também
teria influenciado a cultura brasileira!). Lembrando que na época dos festivais, ele ganhou
primeiro lugar na Record, com “São Paulo, meu amor”. Eu olhava para ele, ali, a
um metro jogando arte em sua performance e pensando: se eu chegar aos 70, quero
ser igual a ele aos 80!
Depois do show EU CANTANDO PARA OS MEUS, TOM ZÉ conversou e autografou CDs e livros. Fiquei espantado quando ele beijou a minha mão! (foto: Telma Virgínia); Recife, outubro, 2016
O "Trótski do
tropicalismo" (na Revolução Russa este teve apagada pelo stalinistanismo). História ou estória? Em
2006 foi lançado o filme Fabricando Tom Zé, um DOC, de Décio Matos
Jr, sobre a vida e obra dele.
ingresso para o show
EU CANTANDO PARA OS MEUS, de TOM ZÉ
Tom nasceu numa família que
ganhou na loteria e viveu esse barato total no sertão da BAHIA, cheia de poesia
e narrativas orais. Foi estudar em Salvador. Na adolescência ligou-se mais na
música chegando a cantar em programas de calouros na TV, nos buliçosos anos
1960, quando estudava música na UFBA. Lembremos que no final dos 50, salvador
fervia co músicos dodecafônicos e de vários quilates diferentes, Glauber filmava
O Pátio, seu primeiro curta-metragem.
JMB estava lá. Em depoimento hilário, tom Zé explica uma das suas “influências”(!)
“a figura do homem da (recorrente no interior do Brasil: mercadores que viajavam pelas cidades vendendo
coisas como remédios etc. e para vender
faziam uma espécie de show nos espaços onde ficavam exibindo com notável performance os
seus artigos, transformando a rua, praça, pátio... em palco improvisado e colocava-se
como artista diante de uma plateia popular amparado apenas por sua capacidade
de improviso e de entreter os outros através de narrativas; aí Tom participa do
espetáculo Nós, Por Exemplo nº 2, com Caetano, Gil, Gal e Bethania,
em Salvador e em São Paulo ele participa
do teatro com Arena Canta Bahia, dirigido por Augusto Boal e então
participa do disco TROPICÁLIA. O resto é lenda, que ele reescreve a cada
trabalho novo, como o show, ontem no teatro da CAIXA CULTURAL, Marco Zero, Recife.
RECIFE: final do show EU CANTANDO PARA OS MEUS, de TOM ZÉ, OUTUBRO de 2016
POP EXPERIMENTAL? Foi na época
que surgia o MANGUEBEAT, Tom Zé também reapareceu. E Nossas emoções passearam
desde o seu disco de 68 (ano que nunca se acabou!): "Grande Liquidação".
O que nos inquieta: há mesmo características tipicamente tropicalistas? Sim: a Geleia Geral estava ali, Bem ali, na minha frente. Concretismo, Cinema Novo, Pop Filosofia... o néctar, ambrosia do disco "Tropicália ou Panis et Circensis", foi distribuído para todos no 1º de outubro, 2016, das 20h às 21:30, com direito a mais fatos e fotos, no Recife.
COMENTÁRIOS:
Flávio Renovatto, ATOR , ESCRITOR : "Foi bacana, muito bacana ver a potência do senhor cidadão Tom Zé".
A gênese da TROPICÁLIA (segundo Tom Zé)
O que nos inquieta: há mesmo características tipicamente tropicalistas? Sim: a Geleia Geral estava ali, Bem ali, na minha frente. Concretismo, Cinema Novo, Pop Filosofia... o néctar, ambrosia do disco "Tropicália ou Panis et Circensis", foi distribuído para todos no 1º de outubro, 2016, das 20h às 21:30, com direito a mais fatos e fotos, no Recife.
... e TOM ZÉ me abraçou, assim...
COMENTÁRIOS:
Flávio Renovatto, ATOR , ESCRITOR : "Foi bacana, muito bacana ver a potência do senhor cidadão Tom Zé".
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