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domingo, 16 de outubro de 2016

ARIANO SUASSUNA O criativo e polêmico mestre das Letras no Nordeste e A FARSA DA BOA PREGUIÇA



 “Eu vi a Morte, a moça Caetana,/ com o manto negro, rubro e amarelo./Vi o inocente olhar, puro e perverso,/ e os dentes da Coral da desumana// Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel(...) Ela virá, a Mulher aflando as asas,/ com os dentes de cristal, feitos de brasas(...) só assim verei a coroa da Chama e Deus, meu Rei,/ assentado em seu trono do Sertão”.  Ariano Suassuna (Sonetos: “A Moça Caetana” e “A Morte”)

Uma análise da obra teatral de Ariano Suassuna nos faz mergulhar nas nossas origens culturais. Num recuo positivo em direção às sucessivas fontes que nos fizeram quem somos hoje: misto de regional e universal.Os primeiros colonizadores trouxeram para cá a cultura europeia, transmitida oralmente. Assimilada pelos nordestinos, desenvolveram-se as influências ibéricas e mediterrâneas. Lançou o Movimento Armorial (cultura ibérica+africana+indígena= cultura brasileira)

 PEÇAS: A FARSA DA BOA PREGUIÇA (1955): Escrita em versos livres, tem trechos cantados. Cita a Bíblia e Camões, poeta da Renascença portuguesa. Cada ato tem uma certa independência um do outro (“O peru do cão coxo”, “A cabra do cão caolho” e “O rico avarento”). 

A farsa da boa preguiça: Antônio Nóbrega,_Marieta Severo e Laura  Cardoso_em versão de Luiz Fernando Carvalho para a TV




A inspiração de Suassuna desta vez recai sobre a arte do mamulengo, teatro de bonecos do Nordeste, com suas pancadarias e mestres, sua trama simples, como por exemplo, o patrão sempre é culpado. A história do diabo que quer levar uma mulher e um homem para o inferno. A exploração do homem pelo homem. A falta de caridade, a preguiça, a prova imposta à mulher, a vitória, seres celestiais disfarçados de pedintes e seres infernais oferecendo o pecado são temas que mais uma vez nos remetem à referida simplicidade medieval que apontamos no início deste estudo.
Peças (dentre outras):
·         O auto da compadecida
·         O casamento suspeitoso, (1957);
·         O santo e a porca (1957);
·         A pena e a lei, (1959);
·         Farsa da boa preguiça, (1960);
·         As conchambranças de Quaderna, (1987);

Romances:
·         A História de amor de Fernando e Isaura, (1956/ 1993);
·         História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana, (1976)

Poesia:
·         O pasto incendiado, (1945-1970);
·         Poemas (antologia), (1999).


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