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sábado, 29 de outubro de 2016

Bruxas da Escócia barbarizam no Recife!


por Moisés Monteiro de Melo Neto

A professora e pesquisadora Telma Virgínia, Moisés Neto e parte da trupe Cia Vagalum Tum Tum



Gosta de uma história contada de uma maneira engraçada, com músicas em clima de opereta e até mesmo truques de mágica? Pois olha só: assistimos, ontem, no Teatro da Caixa Cultural, que já foi palco para alguns espetáculos que escrevi e dirigi (lá tem uma equipe muito boa) a um dos espetáculos infantis mais encantadores dos últimos anos, Bruxas da Escócia (no elenco os atores, Christiane Galvan (que também assina os figurinos), Anderson Spada, Erickson Almeida, Layla Ruiz, Tereza Gontijo e Val Pires, que executam ao vivo as músicas da peça, compostas pelo diretor musical Fernando Escrich); trata-se de uma adorável recriação de Macbeth, de Shakespeare, com a charmosa trupe de clows Cia Vagalum Tum Tum, com a magistral direção do tarimbado Angelo Brandini . Ver uma peça shakespeariana como esta sendo adaptada para, digamos assim crianças (que podem levar os adultos para curtir esse barato total) é um prazer que tem a possibilidade de se transformar em êxtase.  



Telma Virgínia, Moisés Neto e Enne Marx




 Falar bem da Cia Vagalum Tum Tum parece ser como chover no molhado, mas tive esta vontade. Recife pode apreciar, com a produção local da sensacional Enne Marx, a um espetáculo divino. Isso é muito legal. Levem todos! Chamem todos. Uau! todos os espetáculos premiados pela crítica especializada da cidade de São Paulo.Eles já ganharam muitos prêmios, como o  Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem 2014 (antigo Prêmio Femsa): Melhor Espetáculo Infantil, Melhor Direção e Melhor atriz Coadjuvante (Christiane Galvan). Ganhou ainda o Prêmio APCA de Melhor Espetáculo com Texto adaptado e foi finalista do Prêmio Governador do Estado na Categoria Arte para Crianças.


Eu já tive o privilégio de assistir a versão deles do Hamlet (“O Príncipe da Dinamarca”), no SESC SANTO AMARO (Teatro Marco Camarotti) e fiquei perplexo (lembrar que eu, Moisés Neto, já fui o protagonista de uma montagem desta peça, que também adaptei, tanto na versão para adultos quanto para crianças)


Essa maneira do palhaço de contar a história é hilária: as batalhas, por exemplo, são repletas de bofetadas, escorregões, e outras gags absurdas, enquanto  as mortes, tão terríveis em Macbeth, aparecem (cruzes!) de uma maneira, digamos assim, “leve, divertida e criativa”, como eles mesmos afirmam, isso tornou possível mantê-las no espetáculo (em vez do sangue a Lady Macbeth tem graxa nas mãos (daí um trocadilho patético: “você é uma graxinha!”); quanto às execuções por armas brancas a sacação foi colocar os personagens catapultados “para o espaço infinito”, numa encenação que não esquece de levar para crianças e reflexões sobre o (maldito?) “Poder”, nesta era temerosa na qual estamos todos inseridos de um modo ou de outro.
APLAUSOS! Eles merecem. Bis! Bravo!


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