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quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Paul Claudel e sua “Ode jubilar pelo sexto centenário de Dante Alighieri”

Paul Claudel é autor de “Ode jubilar pelo sexto centenário de Dante Alighieri”, que data de 1921, mas parece transtemporal:
“O mundo, por si só, dificilmente nos poderia persuadir que é completo e suficiente.
Difícil é para nos acreditar seriamente que não temos direito a mais nada.
Esta parede de figuras imutáveis, com as mesmas enervantes questões, onde colocamos nossas histórias inconsistentes,
Difícil é impedir que desmorone e que se torne bizarra e transparente.
Difícil é vendar os olhos todo o tempo e pensar em outra coisa.
Difícil é, como se não o soubéssemos, ouvir os elogios ao vinho e à rosa que amamos:
As armadilhas que são armadas, peça a peça sob os pés, a doença e o pecado,
É humilhante nelas cair sempre, e sentir-se sempre um imbecil e um fraco,
É humilhante sofrer a imposição da grosseira máquina corporal quando sabemos que fomos feitos para comandá-la
E é idiota a vanglória da carcaça de que somos inquilinos desconfortáveis,
Este Palácio sobre o mar em que nada compensa o tédio espantoso,
Senão o retorno aos nossos Trabalhos Forçados”.
 Rimbaud teve uma influência "paternal" (em termos espirituais) em relação a Claudel, uma geração espiritual e não geração corporal, claro), desde uma manhã de junho de 1886 quando ele comprou o pequeno folheto de La Vogue que continha o começo de “As Iluminações”;. Foi uma revelação para ele. Saía enfim do mundo odioso de Taine, da insípida mecânica inteiramente governada por leis perfeitamente inflexíveis e, para cúmulo do horror, conhecidas e ensinadas. Teve a revelação do sobrenatural. O gênio mostrava-se, em Rimbaud, "sob sua forma mais sublime e mais pura, como uma inspiração realmente vinda não se sabe de onde”.




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