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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Sim! Eu aceito! (A Broadway é mais embaixo) por Moisés Monteiro de Melo Neto

“Sim! Eu aceito! — O musical do casamento”, amplamente divulgado como “Um musical da Broadway”, não me animou muito. Os atores , especialmente Sylvia Massari, dão nos nervos com seu distanciamento profissional. O espetáculo parecia um piano daqueles que tocavam sozinhos, de tão mecânico que estava. O teatro de Santa Isabel, Recife, com casa meia boca dava à comedia musical um tom de museu, no mau sentido. Diogo Vilela é sempre Diogo Vilela. Os dois, ele e a atriz, são bons. O musical tem como base o texto de Jan de Hartog, dos anos 1950, e já teve Cacilda Becker e Jardel Filho interpretando o original. Os americanos Tom Jones (texto e letras) e Harvey Schmidt (música), inseriram as canções na batida trama( os caricatos 50 anos de convivência de um casal burguês americano). A dramaturgia é de dar dó. Os quadros, sim, podemos chamar esta peça de uma sequência de quadros cujo eixo narrativo está mais para enferrujado do que azeitado, sucedem-se de modo um tanto quanto entediante. As letras e melodias são enxertadas sem delicadeza nenhuma. O patrocínio Federal através do Bradesco é paradoxalmente louvável, numa época de vacas magras nos pastos brasileiros carcomidos pelo horror que grassa muito além das piores expectativas; a direção e “coreografia” do senhor Cláudio Figueira é antropológica, uma espécie de homenagem à boa idade convencional (ideologicamente falando). Os personagens do escritor e da dona de casa só não são mais rasos porque falta chão.
O cenário de Clívia Cohen aqui e ali parece menos chato do que a linha geral seguida pela produção.
Altos e baixos à parte, vamos aplaudir dois artistas que nos representam com carinho, dedicação e técnica.

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