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domingo, 16 de agosto de 2015

Recife aplaude o musical Cássia Eller


por Moisés Monteiro de MeloNeto

Fui ontem ao Teatro RioMar assistir ao musical Cássia Eller,  narra a trajetória da cantora, que conheci em Brasília, em 1988. Cássia morreu em 2001, antes dos famigerados 40 anos. Aparentemente tímida para algumas coisas, era uma fera no palco, onde ganhava força e ali transitava por gêneros variados. Sob a direção de João Fonseca e Vinicius Arneiro,  roteiro de Patrícia Andrade, direção musical de Lan Lan (que namorou com Cássia), o musical exibe um pouco, na linha programa para adolescente, o fenômeno, o tipo estranho e envolvente, de voz incrível, que em 20 anos de carreira, fazendo a linha Janis Joplin, morreu no auge.




Na minha sessão estava Jana Figarella no papel-título, desta  produção da Turbilhão de Ideias. 


No repertório : “Todo Amor que Houver nessa Vida”, “Que País é esse” “Lanterna dos Afogados”, “Palavras ao Vento”, “Malandragem”, além de composições de Nando Reis. No elenco: Eline Porto, Emerson Espíndola, Evelyn Castro, Jandir Ferrari, Thainá Gallo e Juliane Bodini.
O cenário é minimalista (cadeiras, fundo preto, lembrando de leve o do especial Eller da MTV). Eu tinha visto o Rita Lee  Mora ao Lado (a peça) e estava acostumado com este tipo de narrativa cênica. Não se pode dizer que é um grande espetáculo. Mas é envolvente. Está ali para satisfazer uma espécie de vício de fãs e neófitos afins. Tem o patrocínio do Banco do Brasil e transborda carioquismos, ou soa paulistano, sabe Deus. Cássia quase não tem texto e falta uma construção mais apurada na composição de todos os personagens )que patinam à beira fa caricatura). Às vezes parecem pets.
Não mostrar a morte do ídolo contribui para uma anti?) apoteose lírica (o velho truque da cadeira vazia e o foco melancólico único).




Teatro lotado e muitas palmas (o que não implica em qualidade, claro). Uma matinê gostosa cheia de chupa e abana. Na plateia estavam críticos e professores de Teatro. Espero que contribuam com seus pareceres. E assim Recife vai recebendo as delícias e cambalachos do teatro contemporâneo.

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