O Parnasianismo foi outra vítima da Inteligência do século XIX. Foi
essa Inteligência que construiu a prisão onde quis encarcerar o poeta. Preso, o
poeta era obrigado a esmagar seus sentimentos sublimes, a deformar suas idéias,
a cortar, diminuir, fazer o que não queria, porque à porta vigiavam carcereiros
terríveis com pencas de chave de ouro à cintura.
Coitado de quem dizia o que queria, e como queria! Era preciso medir as
idéias como se medem fazendas nas lojas de turco.(Rubens Borba de Morais, em
1922, comentando a literatura do
fim do século XIX)
A UM
POETA
Olavo
Bilac
Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino, escrevo! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço; e a trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua,
Rica mas sóbria, como um templo grego.
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
“Assim procedo minha pena
Segue esta norma
Por te servir, Deusa serena
Serena Forma.”
“Porque escrever – tanta perícia,
Tanta requer,
Que ofício tal... nem há notícia
De outro qualquer.”
(Bilac)
O Parnasianismo deve ser compreendido como uma reação ao sentimentalismo piegas e à
frouxidão dos versos românticos. É um estilo literário que se
desenvolveu paralelamente ao Real Naturalismo. Situam-se estes estilos no mesmo
contexto histórico, mas divergem quanto às propostas assumidas. A preocupação
dos parnasianos se dá com a forma, a
cultura clássica, enquanto os
real-naturalistas se preocuparam com a realidade, o momento presente, com a
crítica social. O Parnasianismo existiu essencialmente na poesia e foi fiel
seguidor do Esteticismo, da Arte pela Arte, da cultura greco-romana.
Os realistas visaram à
exibição da sociedade e à formação do homem; já os parnasianos não viram a arte com função social, daí
a preocupação em burilar os versos quanto à rima, metrificação, vocabulário.
Buscaram o verso sem nenhum defeito.
O Parnasianismo surgiu
na França em 1866 a partir do trabalho de poetas preocupados em reagir aos
exageros sentimentais da poesia anterior (antologia: O Parnaso Contemporâneo).
Os principais teóricos de O Parnaso Contemporâneo defenderam os
princípios de perfeição formal, negaram o valor de inspiração,
valorizaram a objetividade das descrições, renovação dos temas que se voltam à
cultura greco-romana, divulgaram os aspectos plásticos e sonoros dos versos, o
vocabulário raro (a pesada estética parnasiana).
O termo “parnaso” remete-nos à antiguidade clássica, ao Monte
Parnaso. Segundo a lenda, região que serviu de morada a deuses e poetas,
isolados do mundo, voltados à arte.
Lembre-se de que o Parnasianismo aconteceu apenas na França e no
Brasil. Supervalorizaram a forma e transformaram, muitas vezes, a poesia numa
exibição de técnica em detrimento do conteúdo.
·
Características
Buscaram a perfeição formal (Arte pela arte);
gosto pelo soneto; vocabulário raro; poesia descritiva, plástica e visual;
objetivismo; impassibilidade, contenção lírica; gosto pelo Universal; retorno à
tradição clássica; efeitos sonoros; preferência pelas rimas ricas e raras,
pelos versos decassílabos e alexandrinos; presença da mitologia; usou de chave
de ouro; gosto pela história antiga e motivos orientais; preferência por temas
universais: a natureza, o tempo, o amor, objetos de arte (fetichismo) e a
própria poesia; enfoque sensual da mulher, com ênfase na descrição de suas características
físicas.
O PARNASIANISMO NO BRASIL
Em 1878, no Diário do Rio de Janeiro, foi publicada uma polêmica
entre seguidores do romantismo e simpatizantes Realismo e Parnasianismo (A
Batalha do Parnaso). Vários poetas românticos foram criticados e a polêmica
proporcionou a divulgação das idéias parnasianas no Brasil. Estas idéias só
ganharam corpo em 1882 quando Teófilo Dias publica Fanfarras,
primeira obra parnasiana. Porém o Parnasianismo ganha força no Brasil
com a Tríade Parnasiana:
Os principais poetas do Parnasianismo foram:
Alberto de Oliveira (1857-1937): autor de Canções românticas,
Meridionais, Sonetos e poemas, Versos e rimas, poesias (1ª série, 3ª série e
Póstumas).
Raimundo Correia (1860-1911): autor de Primeiros sonhos,
Sinfonias, Versos, e versões, Aleluias, Poesias.
Olavo Bilac (1865-1918): autor da Via Láctea, Sarças de fogo, Alma inquieta, O
caçador de esmeraldas, Tarde.
* ALBERTO DE OLIVEIRA
Professor e
funcionário público, foi membro e fundador da Academia Brasileira de Letras
(1897). Em 1924, graças a um concurso, foi eleito “Príncipe dos Poetas
Brasileiros.” Foi sucessor de Bilac e ganhou, na época, popularidade em função
de sua preocupação formal – fato que o consagrou como o mais ortodoxo dos
parnasianos. As regras e os modelos que seguiu à risca levou-o a ser criticado
por modernistas como Mário de Andrade (ensaio – Mestres do Passado).
Começou
preso a resíduos românticos, mas logo se liberta e se destaca. Meridionais
o consagra como grande escritor parnasiano. O rigor e o tecnicismo ganham mais
força em SONETOS e POEMAS.
Principais características
de sua obra: Alterna lirismo amoroso ora ingênuo, ora erótico, ora
sublimado; humaniza a natureza e os objetos decorativos; sua poesia é
descritiva, exalta a forma e a antiguidade clássica; busca sentido moral do que
descreve, universaliza sua poesia; tem verdadeira adoração por objetos raros
(FETICHISMO); explora, em seus versos, refinadas impressões visuais, sonoras e
olfativas.
POEMAS: Vaso Grego,
Vaso Chinês, Fantástica, A Estátua.
* RAIMUNDO
CORREIA
Formou-se em
Direito, adotou a princípio as idéias positivistas, cientificistas, e
republicanas. Participou de manifestações liberais. Foi leitor dos poemas de
Antero de Quental (dos poemas socialistas). Seguiu, inicialmente, a retórica
abolicionista de Castro Alves, a poesia social à maneira dos românticos. Desta fase
romântica proveio a obra PRIMEIROS SONHOS em que percebemos ainda
influências de Casimiro de Abreu e Fagundes Varela.
Suas poesias
vão aos poucos assumindo outras perspectivas – a dimensão reflexiva,
filosófica e moralista bem como a face pessimista. O poeta de SINFONIAS
e VERSOS e VERSOES mostra-se melancólico. Essa fase filosófica é a chamada fase
parnasiana em função também do rigor, do esteticismo, da percepcão refinada da natureza, sua filiação à arte
pela arte.
É a dimensão
filosófica que o impulsionará também a uma reflexão sobre o mistério da
existência, fazendo-o precursor da estética simbolista, pois para
atenuar a tristeza buscou refúgio na metafísica.
POEMAS: Mal Secreto, As Pombas, A Cavalgada.
·
Olavo
Bilac – O poeta das estrelas. O Príncipe dos Poetas Parnasianos. (RJ)
O mais
jovem, o mais bem acabado poeta parnasiano brasileiro e o mais popular. Seus
poemas exigem uma perfeita elaboração formal.
Foi
jornalista, exercer cargo público, foi inspetor escolar e extremo nacionalista,
um intelectual a serviço dos dirigentes. Afastou-se do Brasil real e criou um
Brasil de heróis, tais como os bandeirantes – O POETA UFANISTA d’ O
Caçador de Esmeraldas. (Investe no gênero épico, mas fracassa). Foi autor
da letra do Hino à Bandeira e excelente cronista, galhofeiro. Ora reacionário,
ora conservador.
Estréia em
1888 (POESIA) e um ano após sua morte aparecem os sonetos de Tarde
(1918).
Versou sobre
temas greco-romanos, foi preciso quanto ao rigor formal, porém quebrou a
impassibilidade dos parnasianos (conotações subjetivas dos melhores textos que
põem em relevo sua HERANÇA ROMÂNTICA).
Sua
temática: HISTÓRIA GRECO-ROMANA e mitologia, a NATUREZA é descrita segundo o
rigor da impassibilidade.
Bilac foi
também o POETA DO AMOR, seu lirismo evidencia-se desde o platonismo até
o erotismo (beijos abraços, descrições físicas presentes em Sarças de Fogo.
O erotismo adquire equilíbrio em “In Extremis” (lamenta a perda das
coisas sensuais e concretas da existência) sem abrir mãos do ideal parnasiano –
A FORMA, o esteticismo, enfim a sutil emoção. Bilac preocupou-se com a
linguagem elaborada, com as inversões, com o amor pela língua portuguesa:
“Última
flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um
tempo, esplendor e sepultura.
Ouro
nativo, que na ganga impura
A bruta
mina entre os cascalhos vela...”
BEIJO ETERNO
“Quero um beijo sem fim;
Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!
Ferve-me o sangue. Acalma-o com teu beijo,
Beija-me assim!
O ouvido feche ao rumor
Do mundo, e beije-me, querida!”
Este poema
foi retirado de SARÇAS DE FOGO. Veja que o sensualismo, o erotismo é
“muito mais retórico, declamatório” do que poético, sugestivo, proveniente do
intimismo dos amantes – É o chamado “lirismo de efeito exclamativo em que
falta a riqueza psicológica.”
Seus
principais temas:
A Antiguidade
Clássica (Panóplias), o lirismo (Via Láctea), sensualismo
(Sarças de Fogo), temas filosóficos (Alma Inquieta; Viagens),
nacionalismo ufanista (paisagem nacional) aparece em O Caçador de
Esmeraldas, poema que está na obra Viagens. O poeta mais descritivo
e extremamente nacionalista aparece em Tarde.
·
TEXTOS
SELECIONADOS
Alberto de Oliveira
Vaso
Grego
Esta de áureos
relevos,trabalhada
De divas mãos, brilhante
copa, um dia,/Já de aos deuses servir como cansada,/Vinda do Olimpo, a um novo
Deus servia./Era o poeta Teos que a suspendia (...)
Vaso Chinês
Estranho
mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente,
uma vez, de um perfumado
Contador
sobre o mármore luzidio,
Entre
um leque e o começo de um bordado.
Fino
artista chinês, enamorado
Nele
pusera o coração doentio
Em
rubras flores de um sutil lavrado,
Na
tinta ardente, de um calor sombrio.
Mas,
talvez, por contraste à desventura
Quem
o sabe? – de um velho mandarim
Também
lá estava a singular figura:
Que
arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a,
Sentia
um não sei quê com aquele chim
De
olhos cortados à feição de amêndoa..
Mal Secreto
Raimundo Correia
Se
em muita fronte que parece calma,
Se
em muito olhar que límpido parece:
Se
pudesse notar, ler se pudesse,
Tudo
o que n’alma existe e vive n’alma!
Entre
essa paz fictícia que se espalma
No
rosto, a inveja, raro transparece;
Ela
que a glória alheia se enraivece,
E
que às alheias lágrimas se acalma.
Alma,
vítima dessa enfermidade!
Mal
sabes que à dos outros sendo adversa,
Tu
és adversa à própria f’licidade!
A
inveja os risos todos te dispersa:
Menos
ódio mereces que piedade,
Porque
és mais insensata que perversa.
As Pombas
Vai-se a primeira pomba
despertada...
Vai-se outra mais... mais
outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais,
apenas
Raia sanguínea e fresca a
madrugada...
E à tarde, quando a rígida
nortada
Sopra, aos pombais de novo
elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo
as penas,
voltam todas em bando e em
revoada...
Também dos corações onde
abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres
voam,
Como voam as pombas dos
pombais;
No azul da adolescência as
asas soltam,
Fogem ... Mas aos pombais as
pombas voltam,
E eles aos corações não
voltam mais...
ALMA INQUIETA
Olavo Bilac
Ah! quem há de exprimir,
alma impotente e escrava,
O que a boca não diz, o
que a mão não escreve?
– Ardes, sangras, pregada
à tua cruz, e, em breve,
Olhas, desfeito em lodo, o
que te deslumbrava...
O Pensamento ferve, e é um
turbilhão de lava:
A Forma, fria e espessa, é
um sepulcro de neve...
E a Palavra pesada abafa a
idéia leve,
Que, perfume e clarão,
refulgia e voava.
Quem o molde achará para a
expressão de tudo?
Ah! quem há de dizer as
ânsias infinitas
Do sonho? e o céu que foge
à mão que se levanta?
E a ira muda? e o asco
mudo? e o desespero mudo?
E as palavras de fé que
nunca foram ditas?
E as confissões de amor
que morrem na garganta?!
NEL
MEZZO DEL CAMIN...
Cheguei. Chegaste. Vinhas
fatigada
E triste, e triste e
fatigado eu vinha.
Tinhas a alma de sonhos
povoada,
E a alma de sonhos povoada
eu tinha...
E paramos de súbito na
estrada
Da vida: longos anos,
presa à minha
A tua mão, a vista
deslumbrada
Tive da luz que teu olhar
continua.
Hoje, segues de novo... Na
partida
Nem o pranto os teus olhos
umedece,
Nem te comove a dor da
despedida.
E eu, solitário, volto a
face, e tremo,
Vendo o teu vulto que
desaparece
Na extrema curva do
caminho extremo.
PÁTRIA
Pátria, latejo em ti, no
teu lenho, por onde
Circulo! e sou perfume, e
sombra, e sol, e orvalho!
E, em seiva, ao teu clamor
a minha voz responde,
E subo do teu cume ao céu
de galho em galho!
Dos teus liquens, dos teus
cipós, da tua fronde,
Do ninho que gorjeia em
teu doce agasalho,
Do fruto a amadurar que em
teu seio se esconde,
De ti, - rebento em luz e
em cânticos me espalho!
Vivo, choro em teu pranto;
e, em teus dias felizes,
No alto, como uma flor, em
ti, pompeio e exulto!
E eu, morto, - sendo tu
cheia de cicatrizes,
Tu golpeada e insultada, -
eu tremerei sepulto:
E os meus ossos no chão,
como as tuas raízes,
Se estorcerão de dor,
sofrendo o golpe e o insulto!
(Soneto do livro VIA LÁCTEA)
“Ora
(direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste
o senso!”E eu vos direi, no entanto,
Que,
para ouvi-las, muita vez desperto
E
abro as janelas, pálido de espanto...
E
conversamos toda a noite, enquanto
A
via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
linda
as procuro pelo céu deserto.
Direis
agora: “Tresloucado amigo!
Que
conversas com elas? Que sentido
Tem
o que dizem, quando estão contigo?”
E
eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois
só quem ama pode ter ouvido
Capaz
de ouvir e de entender estrelas.”
O INCÊNDIO DE ROMA
Raia o
incêndio. A ruir, soltas, desconjuntadas,
As
muralhas de pedra, o espaço adormecido
De eco
em eco sopro fatal, rolam esfaceladas.
E os
templos, os museus, o Capitólio erguido
Em
Mármor frígio, o Foro, as eretas arcadas
Dos
aquedutos, tudo as garras inflamadas
Do
incêndio cigem, tudo esbroa-se partido.
Longe,
reverberando o clarão purpurino,
Arde em
chamas o Tibre e acende-se o horizonte...
–
Impassível, porém, no alto do Palatino.
Nero,
com o manto grego ondeando ao ombro, assoma
Entre os
libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte,
Lira em
punho, celebra a destruição de Roma.
SATÂNIA
Nua, de pé, solto o cabelo
às costas
Sorri. Na alcova perfumada
e quente,
Pela janela,como um rio
enorme
De áureas ondas tranqüilas
e impalpáveis,
Profusamente a luz do
meio-dia
Entra e se espalha
palpitante e viva.
Entra, parte-se em feixes
rutilantes,
Aviva as cores das
tapeçarias,
Doura os espelhos e os
cristais inflama.
Depois, tremendo, como a
arfar, desliza
Pelo chão, desenrola-se,
e, mais lenta,
Vem lhe beijar a pequenina
ponta
Do pequenino pé macio e
branco.
Sobe ... cinge-lhe a perna
longamente;
Sobe ... – e que volta
sensual descreve
Para abranger todo o
quadril! – prossegue,
Lambe-lhe o ventre,
abraça-lhe a cintura,
Morde-lhe os bicos túmidos
dos seios,
Corre-lhe a espádua,
espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o
coral da boca,
E antes de se perder na
escura noite,
Na densa noite dos cabelos
negros,
Pára confusa a palpitar,
diante
Da luz mais bela dos seus
grandes olhos.
NOTA AO POEMA SATÂNIA
“Observe o sexualismo
requintado deste poema. O poeta segue os feixes luminosos no desvendamento das
imagens da mulher.”
Sátira a
Bilac: Em 1915 Olavo Bilac, famoso poeta brasileiro da época, declamou em São
Paulo alguns de seus poemas, fato que atraiu a imprensa. Juó Bananére
(“italianização de João Basnaneiro, apelido popular na época) comenta o
acontecimento com humor e ironia na Revista O Pirralho e ainda faz uma
PARÓDIA do soneto Ouvir Estrelas. Veja que Bananére fez uso do “português
macarrônico” (mistura de português com italiano) e desmistifica o entendimento
romântico-parnasiano de Bilac sobre o falar com as estrelas (Irreverência
típica do Modernismo):
UVI
STRELLA
Che scuittá strella, né meia strella.
Vucê stá maluco! E io ti
diró intanto,
Chi p’ra iscuitalas moltas
veiz livanto,
I vô dá uma spiada na
gianella.
I passo as notte
acunversáno c’oelha,
Inguanto che as outra lá
d’um canto
Sto mi spiano. I o sol
come um briglianto
Nasce. Oglio p’ru céu; –
Cadê strella?!
Direis intó; – Ó migno
inlustre [amigo!
O chi é chi as strellas ti
dizia
Quano ilhas viéro
acunversá contigo?
E io ti diró; Studi p’ra
intendela,
Pois só chi giá studô
Astrolomia,
É capaiz de intendê istas
strella.
(Juó Bananére. La divina increnca. São
Paulo)
Curiosidade
Carlos Drummond no início da década de 1950 publicou
um soneto intitulado “Oficina irritada”. Abaixo aparecem dois quartetos.
“Eu quero compor um soneto duro
Como poeta algum ousada escrever
Eu quero pintar um soneto escuro
Seco, abafado, difícil de ler.
Quero que o meu soneto, no futuro,
não desperte em ninguém nenhum
prazer.
E que, no seu maligno ar imaturo,
ao mesmo tempo saiba ser, não ser.”
* Drummond tem o mesmo
conceito de arte defendido por Bilac?
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