Pesquisar este blog

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

BARROCO NA LITERATURA DO BRASIL: GREGÓRIO DE MATOS E ANTÔNIO VIEIRA

O BARROCO
O professor Moisés Neto na Capela Dourada, Recife

                          

Note que Aleijadinho, num Barroco tardio, mistura a tradição clássica – humanista, racionalista, universalista, quase geométrica em termos de regularidade formal – e a tradição medieval – teocêntrica, sentimental, individualista.
No século XVII ocorre uma espécie de conflito entre essas tradições: enquanto a burguesia mercantilista continuava o seu projeto de laicização (tornar laica, leiga) da cultura medieval, a Igreja católica procurava reagir contra esse projeto, e o fez através da Contra-reforma (movimento religioso cuja finalidade era reafirmar as posições do clero, as quais se opunham à Reforma protestante e ao racionalismo Classicista) e da Inquisição.
 A expressão artística desse conflito a cujas causas históricas nos referimos chama-se Barroco que expõe contradição, dualidade, dilaceramento existencial do homem do século XVII. 
Nesse sentido, podemos compreendê-lo como o princípio da ruptura da ordem estática dos clássicos e podemos visualizar as principais características desta ruptura comprando esquematicamente ambos os estilos:

Estilo Clássico
Estilo Barroco
estaticidade
regular
plano
normativo
racional
claridade absoluta
verossimilhança
exatidão
dinamismo
tumultuoso
curvo
libertador
imaginativo
claridade relativa
ilusão
alusão

A Europa pré-industrial, aristocrática e jesuítica (Espanha e Portugal) estava em confronto com o avanço do racionalismo burguês (Inglaterra, Holanda, França).A angústia, o desejo de fuga, o subjetivismo, um sonho, uma fuga da realidade convencional,tentativa de negação da arte como “cópia” . eis o espírito Barroco.

Luz e sombra, materialismo e espiritualismo, racionalismo e irracionalismo se confundiram e se interpenetraram a ponto de provocar uma explosão artística de proporções gigantescas, inusitada. Cheia do inconformismo e da inquietação do homem do século XVII. Novas formas, novos significados, ligados à tradição clássica mas buscando transformação destas mesmas tradições.

No Barroco temos:

A) rebuscamento, (uma espécie de “jogo de palavras e de sensações” que subverte a linguagem poética clássica) é o  cultismo ou gongorismo (termo inspirado no poeta barroco espanhol Luís de Gôngora).
B) conceptismo ou quevedismo (termo inspirado no poeta barroco espanhol Antônio de Quevedo), isto é, a sofisticação de argumentos, o caráter paradoxal “do jogo de idéias” permanente nos textos barrocos.

E no  Brasil?

Leia o soneto abaixo e depois, os comentários.

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha,
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para a levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda a picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.

(Gregório de Matos – Obras Completas)
               
Lendo o poema do nosso principal poeta barroco – podemos observar traços literários e contextuais desse estilo no Brasil: trata-se de um soneto, o conteúdo não reafirma a harmonia, o equilíbrio da forma.

RESPONDA:

A) Como o poeta descreve a cidade da Bahia?________________________________________________________________________________________________________________________________

B) Que recurso o poeta usa para reforçar o que quer dizer esse recurso é muito usado no Barroco?_____________________________________________________________________________________________________________
C) Há ou não denúncia e em que tom?________________________________________________________________________________________________

 

História: A cana-de-açúcar era a base econômica do Nordeste (especificamente Bahia e Pernambuco), a colônia que ainda não possui condições materiais que lhe permitam uma “vida literária”.


 Gregório de Matos (séc. XVII, o poeta “maldito”: — o Boca do Inferno; Há apenas “ecos” do Barroco no Brasil, até a segunda metade do século XVIII, quando este ciclo é incorporado, em outras artes que não a literatura. Exemplo disso são as esculturas de Aleijadinho (MG- Na segunda metade do século XVIII. Lembremos das pinturas de Manuel da Costa Ataíde e das composições musicais de Lobo de Mesquita)

O baiano Gregório de Matos, escritor fundamen­tal. Um dos fundadores da literatura brasileira, foi o primeiro grande poeta que tivemos: cantava os seus versos nas tavernas, nos bares, “desacatando” os donos do poder e “desbocando” na paixão pelas mulatas, numa linguagem mais coloquial, mais “mestiça”, das ruas; nada publicou em vida, mas conjugou o barroco ibérico com os “barroquismos” da sociedade baiana, deixou uma obra múltipla e extremamente rica. Notamos aí a brasilidade.
Elementos marcantes dos diversos tipos de poesia de Gregório de Matos(características):


• Poesia satírica
Epílogos
Que falta nesta cidade?... Verdade
Que mais por sua desonra? ... Honra
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha

O demo a viver se exponha,
por mais que a fama exalta,
numa cidade, onde falta,
Verdade, Honra, Vergonha.

Quem a pôs neste sacrócio?... Negócio
Quem causa tal perdição?... Ambição
E o maior desta loucura?... Usura.

Quais são os seus doces objetos?... Pretos
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços
Quais destes lhes são mais gratos?... Mulatos

Dou ao demo os insensatos,
dou ao demo a gente asnal,
que estima por cabedal
Pretos, Mestiços, Mulatos.

Quem faz os círios mesquinhos?... Meirinhos
Quem faz as farinhas tardas?... Guardas
Quem as tem nos aposentos?... Sargentos

Os círios lá vem aos centos,
e a terra fica esfaimando,
porque os vão atravessando
Meirinhos, Guardas, Sargentos.

E que justiça a resguarda?... Bastarda
É grátis, distribuída?... Vendida
Que tem, que a todos assusta?... Injusta

Valha-nos Deus, o que custa,
o que El-Rei nos dá de graça,
que anda a justiça na praça
Bastarda, Vendida, injusta.

Que vai pela clerezia?... Simonia
E pelos membros da Igreja?... Inveja
Cuidei, que mais se lhe punha?... Unha

Sazonada caramunha!
enfim que na Santa Fé
o que se pratica, é
Simonia, Inveja, Unha.

E nos Frades há manqueiras?... Freiras
Em que ocupam os serões?... Sermões
Não se ocupam em disputas?... Putas.

Com palavras dissolutas
me concluis na verdade,
que as lidas todas de um Frade
são Freiras, Sermões e Putas.

(Gregório de Matos – Obras Completas)


Poesia lírica

Soneto

Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,

Em quem, se não em vós se uni formara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares,

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
(Gregório de Matos)
==========
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.


A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
==============

A nossa Sé da Bahia,
com ser um mapa de festas,
é um presépio de bestas,
se não for estrebaria:
varias bestas cada dia
vemos, que o sino congrega,
Caveira mula galega,
o Deão burrinha parda,
Pereira besta de albarda,
tudo para a Sé se agrega.
Décima
Se pica-flor me chamais, /Pica-flor aceito ser, /Mas resta agora saber, /se no nome, que me dais, /meteis a flor, que guardais /no passarinho melhor! /se me dais este favor, /sendo só de mim o pica, /e o mais vosso, claro fica, que fico então pica-flor.
Marque a alternativa falsa:

( ) o poeta usa trocadilhos criados a partir do vocábulo pica-flor(beija-flor).
(   ) Há um conteúdo erótico neste poema do século XVII.
(    ) há emprego de redondilhas na composição deste poema.
(  )  a linguagem busca a simplicidade típica dos padrões barrocos.

Poesia religiosa e poesia filosófica

A Jesus Cristo Nosso Senhor

Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado
Da vossa alta clemência me despido*,
Por que quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado,

Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
(Gregório de Matos – Obras Completas)

* despido = despeço

Soneto

Nasce o sol, e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura.
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim, pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza,
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos)

A única certeza é, então, a incerteza; a única constân­cia, a inconstância; a única firmeza, a não-firmeza, o que mostra o caráter move­diço de um momento históri­co e cultural em que vonta­de e medo, sensualidade e razão, corpo e espírito, vida e morte se roçam tão intimamente que só podem gerar uma literatura paradoxal, torturada e ao mesmo tempo extremamente rica, extrema­mente fecunda em seu po­der de expressão dos mais antigos dilemas humanos.
A diversidade de estilos está no poeta baiano Gregório de Matos, nosso Boca do Inferno, poeta-fundador da literatura brasileira —, tanto quanto a multiplicidade “das vidas” que teve —como trovador errante e como intelectual, como branco preconceituoso com os mestiços e como voz inconformista perante as desigualdades sociais. Trata-se de uma experiência do estilo e espírito barroco em nossa literatura.



                                                       A oratória barroca

Antônio Vieira

Vamos ler inicialmente um trecho do Sermão da Sexagésima, no qual o Padre Vieira se refere à organização de seus sermões:

Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se há de seguir, com os inconvenientes que se devam evitar, há de responder às dúvidas e há de satisfazer as dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloqüência os argumentos contrários, e depois disso, há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar...

(Padre Antônio Vieira – Sermões).
Responda:
Qual o objetivo do Sermão?
____________________________________________________________________________________________________________________________

A combinação entre o texto bíblico e a razão que o ilumina constitui o eixo da compreensão dos sermões de Vieira, cuja formação religiosa medieval alia-se à consciência da realidade social e econômica européia, em ter­mos gerais, e, em particular, das relações entre a metrópole (Portugal) e a colônia (Brasil).
O modo como escreveu transformou este padre no mais importante orador sacro do século XVII .
Eloquência, agudeza mental, capacidade para prender a atenção dos ouvintes/ leitores, o requinte e ao mesmo tempo o didatismo com que pregava, a clareza das idéias que expunha, tudo isso está ligado ao exemplo de Vieira como homem, como político, como religioso(três faces). A Inquisição o condenou como adepto do Sebastianismo. Conseguiu a anistia e, além disso, conseguiu levar a Santa Fé a tomar partido contra a In­quisição.
É um homem de ação: lúcido e perspicaz quanto à importância dos cristãos- novos (judeus convertidos para o cristianismo) na política fundada no poder econômico da burguesia mercantil que recomendava para Portugal. A sua expulsão do Brasil pode ilustrar outro lado importante deste pregador: pregou contra a escravização dos índios (Sermão de Santo Antônio dos Peixes), mostrando-se agora favorável às diretrizes da Companhia de Jesus.

A estrutura dos sermões de Vieira obedece às regras clássicas de composição

 Leia textos de Vieira, e tente reconhecer neles traços da mais fecunda e brilhante oratória barroca do século XVII. Vamos, também, descobrir por quais motivos podemos chamar de “literária” esta prosa:

Carta (fragmento)
Senhor, os reis são vassalos de Deus e, se os reis não casti­gam os seus vassalos, castiga Deus os seus. A causa principal de se não perpetuarem as coroas nas mesmas nações e famílias é a injustiça, ou são as injustiças, como diz a Escritura Sagrada; e entre todas as injustiças nenhumas clamam tanto ao céu como as que tiram a liberdade aos que nasceram livres, e as que não pagam o suor aos que trabalham; e estes são e foram sempre os dois pecados deste Estado, que ainda tem tantos defensores. A perda do Senhor rei D. Sebastião em África, e o cativeiro de sessenta anos que se seguiu a todo o reino, nota­ram os autores daquele tempo que foi castigado dos cativeiros, que na costa da mesma África começaram a fazer os nossos primeiros conquistadores, com tão pouca justiça como a que se lê nas mesmas histórias.
As injustiças e tiranias, que se têm executado nos naturais destas terras, excedem muito às que se fizeram na África. Em espaço de quarenta anos se mataram e se destruíram por esta costa e sertões mais de dois milhões de índios, e mais de quinhentas povoações como grandes cidades, e disto nunca se viu castigo. Proximamente, no ano de 1655, se cativaram no rio das Amazonas dois mil índios, entre os quais muitos eram ami­gos e aliados dos portugueses, e vassalos de Vossa Majestade, tudo contra a disposição

da lei que veio naquele ano a este Estado, e tudo mandado obrar pelos mesmos que tinham maior obrigação de fazer observar a mesma lei; e também não houve castigo: e não só se requer diante de Vossa Majestade a impunidade destes delitos, senão licença para os continuar!
(...) e a experiência o tem mostrado neste mesmo Estado do Maranhão, em que muitos governadores adquiriram grandes riquezas e nenhum deles as logrou nem elas se lograram; nem há cousa adquirida nesta terra que perma­neça, como os mesmos moradores dela confessam, nem ainda que vá por diante, nem negócio que aproveite, nem navio que aqui se faça que tenha bom fim; porque tudo vai misturado com sangue dos pobres, que está sempre clamando ao céu.
(Padre Antônio Vieira)

EXERCÍCIOS


01. A literatura barroca alcançou, entre nós seus momentos mais altos com:

A) os sermões de Vieira e os versos de Gregório de Matos.
B) as cartas de Gregório de Matos e os versos de Vieira.
C) Os textos do Quinhentismo e a sátira de Gregó­rio de Matos.
D) os sermões de Vieira e as liras de José de Anchieta.
E)  e) a carta de Pero Vaz de Caminha e os versos de Gre­gório de Matos.

“Nasce o sol e não dura mais que um dia
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria.”

02. Que figura literária está em destaque no texto?

A) aliteração
B) elipse
C) hipérbato
D) antítese
E) onomatopéia
Texto A

“Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, Senhor que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.”
Texto B

“A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.”

03. Os dois textos acima pertencem ao mesmo poeta e iden­tificam:

A) Texto A poesia que reconhece a condição pecadora do homem; texto B versos satíricos. São versos de Gregó­rio de Matos, autor da estética barroca;
B) Texto A poesia do arrependimento; texto B poesia satírica. São versos de José de Anchieta, na época do Qui­nhentismo.
C) Texto A gênero lírico-sacro; texto B gênero satíri­co. São versos de Tomás Antônio Gonzaga, escritor bar­roco do século XVII;
D) Texto A gênero lírico-religioso; texto B gênero satí­rico. São versos de Sta. Rita Durão, poeta lírico do Neoclassicismo;
E) Texto A poesia de caráter religioso; texto B poesia de caráter social. São versos de Gregório de Matos Guerra, autor da 2ª metade do século XVI.

04. Que características do Barroco se deixam entrever no texto abaixo:

A vós correndo vou, Braços sagrados,
Nessa Cruz sacrossanta descobertos;
Que para receber-me estais abertos,
E por não castigar- me estais cravados.
(Gregório de Matos)
_____________________________________________________________________________________________________________________

05.
Entre os semeadores do Evangelho há uns que saem a se­mear, há outros que semeiam sem sair. Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à China, ao Japão; os que se­meiam sem sair, são os que se contentam com pregar na Pátria. (...) Ah Dia do Juízo! Ah pregadores! Os de , achar-vos-eis com mais Paço; os de , com mais passos...

Ao proferir este sermão, o Autor estava no Brasil ou em Por­tugal? (Justifique sua resposta, com base no texto)_________________________________________________________________________

06. A literatura dessa época caracteriza-se pela abun­dância de ornatos, pela elaboração formal que redunda em um estilo trabalhado, ricamente entretecido de figuras, em especial a antítese, o paradoxo e a hipérbole. Esse movimento estético é o:

A) Barroco (distorceu modelos clássico)
B) Arcadismo(também chamado de Neobarroco)
C) Barroco- não apresentou inovações
D) Barroco, 1ª metade do século XVI
E) Barroco que viria a influenciar o Modernismo

“Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado: Porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na cruz, e em sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em
um engenho é de três (...) Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós maltratados em tudo (...) Eles mandam, e vós servis (...) Assim como vós, mas não para vós, fabricais o mel, abelhas.”
Pe. Antônio Vieira (Sermão XIV do Rosário, dirigido aos escravos de um engenho).

07. (UPE) Sobre o Padre Antônio Vieira e seus sermões:

I. Suas idéias políticas foram postas em prática por meio da defesa do índio e da colônia, em favor de Portugal, por ocasião da Invasão Holandesa.
II. Sua linguagem era sempre contida e com influência dos modelos greco-latinos. Não apelou para a retórica.
III. Usou algumas vezes frases grandiloquentes com antíteses e paradoxos. Sua linguagem era persuasiva, sua sintaxe erudita.
III. Bucolismo e simplicidade ao abordar os aspectos da vida pastoril apesar de fazer uso de citações bíblicas e clássicas e de jogos de palavras.
IV. Fez uso de paralelos para expressar o sofrimento dos escravos.

Pode-se afirmar que está(ão) correto(s):

A) só I, III e V       
B) só II, III e IV                     
C) só I, II e III                       
D) só III, IV e V
E) I, II, III, IV e V

08. Sobre as circunstâncias históricas que envolveram o Barroco no Brasil, sobretudo na literatura:


I
II

0
0
Formação da família patriarcal na economia açucareira.
1
1
Implantação do espírito católico contra-reformista, através da presença jesuítica.
2
2
Declínio da expansão marítima peninsular.
3
3
Expulsão dos jesuítas dos territórios portugueses por força de decreto do Marquês de Pombal.
4
4
Ciclo da mineração, cristalização de cidades na região mineradora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário