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sexta-feira, 15 de abril de 2016

O centenário do texto Exilados, a única peça do irlandês James Joyce

por moisesmonteirodemeloneto



   Gostaria de um debate sobre o texto da peça EXILADOS, o teatro de James Joyce, que em breve completará 100 anos. O texto tem aspectos que lembra uma narrativa. Há outros aspectos que devem ser apreciados, obviamente, como a influência do dramaturgo Henrik Ibsen.

    Na trama temos o trois em xeque (a fidelidade levada a um impossível limite): temos um artista que desafia os padrões burgueses, a mulher que ele ama, um tipo bem marcante de trato complicado, e um profissional da comunicação cheio de um sensualismo peculiar. Amor, amizade e monogamia num torvelinho linguístico impressionante, mas menos ousado do que em Ulysses, só para uma comparação básica. A indefinição de gêneros é o que mais se comenta sobre o texto: drama, comédia, farsa etc.

   Mais forte do que a fé plena surge a dúvida, que a tudo permeia, e que Joyce considera mais forte, neste caso. Os personagens e suas motivações vão sendo exibidos de modo interessante. 


PS : Ana Lúcia Falcão MANDOU-ME A SEGUINTE MENSAGEM:
Adoro a peça de Joyce chamada Exilados, ou Exílio, também. É muito interessante tudo o que Joyce coloca, um triângulo amoroso e a forma com a qual caracteriza os personagens. Lembrei de uns trechos. O personagem  Richard-escritor e Robert- companheiro de juventude de Richard, além de Bertha casada com Richard - “mulher de nível inferior". Os personagens parecem se distinguer a partir de suas posições: um "automístico", espiritual, “caído de um mundo superior” e o outro automóvel, carnal, “provindo de um mundo inferior”(Robert). Há um debate sobre o conceito de amor. Richard não acreditava que o amor se reduzisse à natureza, às emoções irracionais, à posse carnal de uma pessoa. Amar para ele era querer bem, sendo seu objetivo estar unido a mulher dele “ a cada fase de seu ser, desde que o amor tende a realizar essa união no terreno do difícil, do vazio e do impossível”.  Quando Robert argumenta, que existe a lei da natureza, da paixão, Richard afirma, que essa lei pode até existir, mas sente-se descomprometido: ele não votou nela! Muito legal essa peça poder ser debatida em um de nossos encontros. Boa ideia.



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