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terça-feira, 5 de abril de 2016

A BRUXA mexe com totens e tabus, faz pensar, mistura magia, sexo e...

Sim, fiquei chocado com este filme.         
    
Vamos lá: 1630, o patriarca William (Ralph Ineson), sua mulher (Kate Dickie) e cinco filhos, são expulsos de uma vila puritana. O pai, apegado é fanático religioso tido como persona non grata no vilarejo. A família vai para um estranhíssimo vale e é ameaçada por uma suposta bruxa que mora na floresta ao lado. As mulheres são suspeitas de bruxaria: a filha de cinco anos, a mãe, e a filha mais velha, Thomasin (Anya Taylor-Joy), uma adolescente problemática. 


Garoto em êxtase quase sexual faz estranhas louvações religiosas e, numa espécie de salvação do pecado original, tiram uma maçã da garganta dele!



Black Philip, estranho personagem, representação satânica:"Quer sentir o gosto da manteiga? Quer viver em luxúria?"


Estas e outras imagens poderosas determinam o terror no filme A BRUXA, em cartaz no Recife, potencialmente psicológico, o produto assustou o príncipe das trevas da literatura norte-americana, Stephen King, o que funcionou como marketing cultural, em época de declínio intelectual no planeta Terra. Jovens, na maioria das vezes, odeiam este longa; ele mexe com totens e tabus, como pai, mãe, cidade, igreja, incesto, quase invioláveis, ainda no século XXI.


A figura do pai é desconstruída



Religiosidade no filme A BRUXA. Que acham desta cena?



São imigrantes ingleses na América colonial. Brancos, bravos, bonitos, exóticos, sensuais. A mãe lembra a atriz Agnes Morhead, que atuou em Cidadão Kane (de Orson Welles) e A feiticeira (série cômica de TV dos anos 60, ela interpreta a mãe de Samantha). Há vários tipos de referências culturais, inclusive aos contos de fadas. 
O cálice (Graal?) vendido, as mentiras do pai, a obsessão da mãe, os jogos medonhos das crianças A saudade da Inglaterra, onde a casa deles tinha janelas com vidro... 
O sabá, a casa da bruxa, a excitação que move a trama, o insólito, a preparação dos atores, o trabalho dos menores de idade, a maneira como é tratada a sexualidade, tudo se dá de modo envolvente e assustador; é de sair deprimido e guardando coisas para pensar depois; uma delas é: para que são feitos filmes assim?


Screen-shot-2014-12-03-at-3.10.25-PM.png

O diretor  Robert Eggers é estreante na direção(vem de cenografia e figurino de diversos curtas)  e , diz ele, baseou-se em “relatos reais da época” . Soube que há algo do Brasil neste filme: parece que foi financiado pela produtora RT Features, do brasileiro Rodrigo Teixeira.



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