“O
Drama, para mim, é o choque de a cada momento ainda estarmos vivos, acordar e
ir até a brecha contemplar o infinito. Sempre me interessou muito o espaço
entre o Ator e o Personagem na apresentação do espetáculo;
distanciamento, quarta parede, luz e sombra na encenação. A esse espaço
de interlocução chamo lemniscata, lugar geométrico dos pontos de um plano cujas
distâncias a dois pontos fixos desse plano são constantes.
É espaço pharmakon,
espaço-amálgama, veneno e antídoto, de manipulação. Está também com o artista
desde os tempos de Arion, o primeiro dramaturgo, e de Tespis, o primeiro ator,
na Grécia Antiga, essa espécie de espaço divino, som que também é silêncio
cósmico, som que é orquestra, música e maestro, compositor, espectador, espaço
estelar mesmo no épico didático, mesmo quando a vida é sonho; tanto é
ação quanto exige sono; quando essa ação é necessária no ser-estar, ser hora da
estrela”, diz Moisés Monteiro de Melo Neto.
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