JANEIRO DE GRANDES ESPETÁCULOS 2017 apresenta:
Três Tristes Gregas
Texto de Moisés Monteiro de Melo Neto
Leitura dramatizada para o Janeiro de Grandes Espetáculos com direção Cira
Ramos
Elenco: Isa Fernandes, Sônia Bierbard e Suzana
Costa
Produção Executiva de Mísia Coutinho (METRATON)
Make up: Fê Uchoa; Design de luz: Eron Vilar;Sonoplastia: Fernando Lobo;
Orientação corporal: Márcia Rocha; Criação de figurinos e adereços: Xuruca
Pacheco; Programação visual: Ronaldo Tibúrcio; Participação especial voz na
abertura: Magdale Alves
JORNALISMO: JOMERI PONTES
JORNALISMO: JOMERI PONTES
Três Tristes Gregas
Quando: 23 de janeiro (segunda), às 20h
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 463, Boa Vista), Recife (PE)
Valor: R$ 20 e R$ 10 (meia)
A proposta é fazer uma releitura da tragédia grega através de três das suas personagens femininas centrais: Fedra, Antígona e Elektra. Direção de Cira Ramos, com Suzana Costa, Sônia Bierbard e Isa Fernandes ( da esquerda para a direita, na foto) no elenco.
A
proposta é fazer uma releitura da tragédia grega através de três das suas
personagens femininas centrais: Fedra, Antígona e Elektra, misturá-las com
alcoviteiras, farrapos humanos e vícios, na intenção de atingir o limite entre
o justo e o injusto diante dos deuses de Sócrates e das fábulas morais acerca
deles, jogando com a ideia de que viver é morrer e querer é viver. A peça não
deixa de ser filiada ao drama satírico, tragédia curta próxima ao ditirambo,
misturando o grotesco, a seriedade e flertando com o humor.
As três tristes gregas. Participação no programa Metrópoles
SAIBA MAIS SOBRE ESSES TRÊS MITOS:
A filha de Agamemnon, Electra, havia se casado com um velho fazendeiro temendo que se continuasse
na corte e se casasse com um nobre, seus filhos ficariam mais tentados a vingar
a morte de Agamemnon. Seu marido, no entanto, se apiedou dela, recusando-se a
aproveitar tanto de seu nome de família
quanto de sua virgindade ; em
troca, Electra passou a ajudá-lo nas tarefas domésticas. Apesar de seu apreço
por seu marido camponês, Electra carrega consigo a mágoa por ter sido obrigada
a sair de casa, e pela lealdade de sua mãe com Egisto. O jovem filho de
Agamemnon e Clitemnestra,Orestes, foi levado para fora do país e encarregado
aos cuidados do rei da Fócida ,
onde se tornou amigo íntimo de Pílades, filho do rei local.Já adulto, Orestes e
seu companheiro Pilades viajam a Argos ,
em busca de vingança, disfarçados de mensageiros de Orestes; inadvertidamente,
vão parar na casa de Electra e seu marido - que acaba por reconhecê-lo, por uma
cicatriz , como a criança que ele
havia levado à Fócida anos antes. Os irmãos então, agora reunidos, compartilham
seus planos de vingança e passam a conspirar juntos para derrubar Clitemnestra
e Egisto
Fedra (do grego φαιδρός (phaidros),
"brilhante") é a filha deMinos
(rei de Creta) e Pasífae (filha
de Hélio, um oráculo bastante conhecida , irmã de Ariadne, Deucalião e Catreu).
Deucalião,
rei de Creta, como sucessor do
irmão mais velho, decide que ela se casará com Teseu (rei de Atenas), que, segundo
algumas versões, já era casado com uma amazona, Hipólita), a quem aparentemente
tinha raptado. No dia da boda entre Teseu e Fedra, irrompeu uma guerra com as
Amazionas, e estas foram derrotadas.Antíopa e Teseu teriam tido um filho, Hipólito.O jovem era muito formoso
gostava muito de seu pai.Antes de tudo acontecer os deuses revelaram uma
profecia a Fedra , que estava na solidão com seu marido viajando mundo afora,
apaixonou-se perdidamente por Hipólito. Ao chegar em casa, Hipólito, que
procurava seu pai não o encontrou e Fedra aproveitou a chance e convidou-o a ir
caçar. Ao chegar na floresta eles se separaram do grupo e Fedra se jogou aos
braços de Hipólito, sendo que ele se afastou não deixando-a chegar perto e foi
embora. Fedra, enquanto Hipólito ia embora, tecia uma corda e amarrou-a em uma
árvore e outra ponta em seu pescoço, assim se jogou da árvores se matando.Quando
Teseu chegou ao palácio, e soube da morte de sua amada, abriu um baú dela, e
dentro dele havia uma carta falando que ela se matou após sofrer agressões de
Hipólito. Teseu, com muita raiva, condenou Hipólito á morte.
Antígona: quando os dois filhos de Édipo,
Etéocles e Polinices, que se mataram mutuamente na luta pelo trono de Tebas.
Com isso sobe ao poder Creonte ,
parente próximo da linhagem de Jocasta. Seu primeiro édito dizia respeito ao
sepultamento dos irmãos Labdácidas. Ficou estipulado que o corpo de Etéocles
receberia todo cerimonial devido aos mortos e aos deuses. Já Polinices teria
seu corpo largado a esmo, sem o direito de ser sepultado e deixado para que as
aves de rapina e os cães o dilacerassem. Creonte entendia que isso serviria de
exemplo para todos os que pretendessem intentar contra o governo de Tebas.Ao
saber do édito, Antígona deixa claro que não deixará o corpo do irmão sem os
ritos sagrados, mesmo que tenha que pagar com a própria vida por tal ação.
Mostra-se insubmissa às leis humanas por estarem indo de encontro às leis divinas
Creonte é informado por um guarda de que o corpo de Polinice havia recebido uma
camada de pó e com isso seu édito havia sido desrespeitado, colocando sua
autoridade à prova. Ele se enfurece ainda mais quando o coro interroga-se,
questionando se não teria sido obra dos próprios deuses. Um guarda descobre que o rebelde tratava-se de
Antígona e a leva até Creonte. Trava-se então um duelo de ideias e ideais: de
uma lado a fé, tendo como sua defesa o cumprimento às leis dos deuses, as quais
são mais antigas e, segundo ela, superiores às terrenas, e de outro lado o
inquisidor, que tenta mostrar que ela agiu errado, explica seus motivos e
razões, mas cada um continua impávido em suas crenças. Creonte manda também chamar Ismênia, que
mesmo sem ter concordado com o ato da irmã, ainda no prólogo, confessa o crime
que não cometeu. Ainda assim não recebe a admiração da irmã, a única e real
transgressora. Ambas são condenadas à morte. Eis maldições se acumularam sobre
os Labdácidas. O diálogo travado entre Creonte e seu filho Hemon, futuro marido de Antígona, já
no terceiro episódio, explicita a honradez do jovem rapaz e sua submissão às
ordens paternas. Contudo, não deixa de levar argumentos concretos para a defesa
de sua amada, de como o édito está sendo contestado pelo povo nas ruas, e que
toda a cidade está de acordo com o feito de Antígona. Nesse ponto o autor
mostra que a vaidade e o poder
já tomaram conta de Creonte que
acredita ser o único a poder ordenar e governar aquele país (”E a cidade é que
vai prescrever-me o que devo ordenar?” e “Acaso não se deve entender que o
Estado é de quem manda?”). O filho ainda tenta trazê-lo à razão: “Não tens
respeito por ele [seu soberano poder] quando calcas as honras devidas aos
deuses”. A discussão se acalora a ponto de Hemon ameaçar se matar caso o pai
não revogue a condenação, mas é entendido como uma ameaça de parricídio.
Currículos das atrizes e da diretora:
Suzana Costa: Foi Alice em Muito pelo contrário (quando ganhou o importante prêmio Samuel Campelo) e O pequenino grão de areia, primeiros textos de João Falcão, Grupo de Teatro Vivencial (Sobrados e Mocambos, de Hermilo Borba Filho), Vivencial II, Genesíaco e Repúblicas Independentes, Darling!, de vários autores, direção de Guilherme Coelho. Cordélia Brasil (de Antonio Bivar, com direção de José Francisco Filho), Toda Nudez será Castigada (de Nelson Rodrigues, encenada por Antonio Cadengue), No Natal a gente vem te buscar (texto de Naum Alves de Souza, por João Falcão), Sonho de uma noite de verão, (de Willian Shakespeare, de novo Cadengue). As três Farsas do Giramundo( textos de Ionesco, Jean Tardieu e Woody Allen, com direção de Antonio Cadengue, Carlos Bartlomeu e Paulo Falcão). Investiu na dramaturgia com Super Léo, o menor, dirigido por Paulo Falcão. Foi Blanche DuBois, de Um Bonde Chamado Desejo, do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams, com direção de Milton Baccarelli. A montagem foi alvo de uma provinciana polêmica, sua Blanche não recebeu a bondade nem de estranhos, nem de conhecidos. E Suzana saiu de cena. últimos anos fez pequenas participações em produções cinematográficas. Aparece numa pontinha no filme Lula, o filho do Brasil, de Bruno Barreto, e está no elenco no Todas as cores da noite, de Pedro Severian.Foi protagonista do curta de estreia de João Lucas Melo Medeiros, Noites traiçoeiras, uma história singela, tocante, de uma vida que está bulindo. Ele assina a direção, o roteiro e a montagem. Noites traiçoeiras estreou no VII Janela internacional de Cinema, na competição de curtas.
Sônia Bierbard: iniciou sua carreira como atriz em 1977 no Recife, atuou em dezenas de espetáculos teatrais, filmes para cinema, campanhas políticas, comerciais e um seriado para televisão. Atua também como preparadora de elenco. Recebeu indicação de melhor atriz por alguns de seus trabalhos.A TROIANA HÉCUBA ( de Junior Sampaio, 2014); A VISITA DA VELHA SENHORA , de Friedrich Dürrenmatt, Direção de Lucio Lombardi, 2010); O FOGO DA VIDA, (direção de João Motta, 2008); MAMÃE NÃO PODE SABER, texto e direção de João Falcão- 1994); OS BIOMBOS, (de Jean Genet , dir.Antonio Cadengue-1995); SENHORA DOS AFOGADOS, de Nelson Rodrigues, dir.Antonio Cadengue 1993); MUITO PELO CONTRARIO (de João Falcão, direção de Augusta Ferraz-1991); FALA BAIXO SENÃO EU GRITO (de Leilah Assumpção, direção Antônio Cadengue-1980); É....., de Millôr Fernandes, direção de Milton Bacarelli- 1979); TELEVISÃO: FORÇA TAREFA – Direção de Jose Alvarenga, Seriado da Rede Globo de televisão – episodio 03 da 2ª. Temporada – 2011.
Isa Fernandes interpreta Antígone, filha de Édipo
ISA FERNANDES: Desde os anos 70 atua no teatro pernambucano em peça como Viva o Cordão encarnado, O laço, O doce blues da salamandra. Além disso: Atuou no Rio de Janeiro em musicais como CAXUXA; RIO DE CABO A RABO. Ganhou vários prêmios como atriz. Atuou nas peças: Armação contra armação; Um santo homem; Horóscopo; Convite de casamento; Lua de mel a três; Tem um psicanalista na nossa cama; Fogos de artifício; Paixão de Cristo do Recife; Antígona; O inspetor vem aí; Um santo homem; Rua do lixo; As desgraças de uma criança; Um sábado em 30. INTEGROU O CLUBE DE TEATRO INFANTIL DE PERNAMBUCO (com Leandro Filho). Como dramaturga: A coragem da formiga Fifi; O rato que queria ser marinheiro; O fantasma azul; A greve dos palhaços; A viagem de Pepe; O cabaré de Maria Magra.
CIRA RAMOS iniciou o seu trabalho de atriz em 1978 e veio de Goiás para o Recife em 1984, tornando-se atriz profissional em Recife ainda na década de 80. Como atriz recebeu prêmios tanto em espetáculos infantis, como em adultos, nos quase 40 espetáculos teatrais realizados. Seu último prêmio foi o Prêmio APACEPE-2010, de atriz coadjuvante por “Carícias” de Sergi Belbel, produção sua em parceria com mais quatro atores/amigos, com realização da REMO Produções. Do roteiro à direção, assinou seis espetáculos de dança, dentre eles o espetáculo “Três Compassos”, pelo Aria Social, que fez tournée por várias cidades brasileiras. Atuou em diversos trabalhos em vídeo, tanto institucionais, como comerciais. É atriz, dubladora, locutora e produtora teatral. Seus principais trabalhos em teatro são: Bella Ciao, de Luiz Alberto de abreu. Dir. Lúcio Lombarde (1986), Avoar, de Vladmir Capella, Dir. José Manoel (1987/1990), O Burguês Fidalgo, de Moliere. Dir. Antônio Cadengue (1988), Maria Borralheira, de Vladmir Capella. Dir. Manoel Constatino (1988), O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchecov. Dir. Antônio Cadengue (1990/92), A Ver Estrelas de João Falcão. Dir. o mesmo. (1990), A Lira dos Vinte Anos de Paulo César Coutinho. Dir.Antonio Cadengue (1991/1992), Senhora dos Afogados de Nelson Rodrigues. Dir. Antônio Cadengue (1993/1994), Os Biombos de Jean Genet. Dir. Antônio Cadengue (1995/1996), Suburbano Coração, de Naum Alves de Souza. Dir. Marcus Vinícius (1997/98), Fernando e Isaura de Ariano Suassuna. Direção Carlos Carvalho (2005/2006/2007), Carícias de Sergi Belbel. Direção: Leo Falcão (2009/2010/2012), Lágrimas de um guarda-chuva de Eid Ribeiro. Direção: Antônio Cadengue (2010/2011). Em 2015, estreou como encenadora do texto teatral “Em nome do pai”, de Alcione Araújo, em coprodução com a REC Produtores Associados.
Cira Ramos, a diretora
Quando: 23 de janeiro (segunda), às 20h
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 463, Boa Vista), Recife
Valor: R$ 20 e R$ 10 (meia)
A proposta é fazer uma releitura da tragédia grega através de três das suas personagens femininas centrais: Fedra, Antígona e Elektra. Direção de Cira Ramos, com Isa Fernandes, Sônia Bierbard e Suzana Costa no elenco.
“Somos reprimidas pelo medo ao
esquecimento” (disse Safo, poetisa,
sobre a submissão da mulher grega). TRÊS TRISTES GREGAS, leitura
dramatizada, com direção de Cira Ramos, texto de Moisés Monteiro de Melo Neto e
tendo no elenco Isa Fernandes, Sônia Bierbard e
Suzana Costa, dia 23 de janeiro, segunda-feira, às 20h, no TEATRO
ARRAIAL ARIANO SUASSUNA, Recife, é também
é sobre o papel das mulheres na Grécia antiga. Sabemos que elas não podiam participar dos debates públicos e políticos
(não podiam ter propriedades ou administrar negócios, sendo sempre tuteladas
pelos maridos ou por parentes masculinos mais próximos), no máximo eram
autorizadas a frequentar festas religiosas, assistir a peças teatrais, ir a
santuários, oráculos (não sacrifícios aos deuses, estes rituais eram exclusivamente
masculinos. Elas
eram como objetos do pai, do marido (não podiam escolher esposo); não havia, atrizes. Grega mulher numa festa? Talvez prostitutas; quase
não há relatos de insubordinação, mas resignação. Sair de casa? Só fêmeas mais pobres , por necessidade (nem tinham direito à cidadania)
dentro de sua civilização. Suportavam o desprezo dos s; muitos maridos as utilizavam apenas para procriação,viviam
sob o controle dos homens (pai, seus irmãos,filhos tomavam decisões (cuidavam da
casa, do dinheiro e podiam até...dar conselhos aos esposos, só). Criavam os
filhos, de teciam,costuravam, enfim: o funcionamento diário da casa (as escravas
cozinhavam, limpavam, traziam a água. As damas podiam visitar vizinhas,
cuidando para não se bronzear, pois o ideal em beleza feminina era a palidez.
A Grécia nunca foi governada nunca por uma mulher. Elas
vestiam túnicas e capotes. Muitas vezes era um retângulo de
lã que media o dobro do tamanho do seu corpo; dobravam no corpo,fixavam nos
ombros, e as túnicas longas. Aos homens cabiam: a força, a reflexão, o
calculo, e à mulher: sensibilidade, intuição, sim, e aceitava-se que fossem... inconstantes,
tolas... um acessório para o homem, a este cabia liderar o mundo, a Grécia. Ah, tristes gregas... há
algo muito maior que a história oficial ainda insiste em abafar?
foto: Paulinho Mafe
no Teatro Arraial
SOBRE A PEÇA TRÊS TRISTES GREGAS: DIÁRIO DE PERNAMBUCO
23 DE JANEIRO DE 2017
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