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sábado, 21 de janeiro de 2017

A menina Edith e a velha sentada: que delícia de peça!



Por Moisés Monteiro de Melo Neto




FOTOS: Telma Virgínia Pereira da Cunha




Assistir à comédia-musical-infanto-juvenil-circense  A menina Edith e a velha sentada,  do ator, autor, diretor e produtor, Lázaro Ramos foi para mim um deleite. O espetáculo teve produção local dos sempre competentes Tadeu Gondim (Atos produção) e André Brasileiro (assessor de imprensa com a Moinho Conteúdos Criativos).
foto:Produção do espetáculo

 A menina Edith e a velha sentada é recriação para o teatro do primeiro livro infantil de Lázaro (que iniciou carreira com o mesmo diretor que me dirigiu no início do meu percurso nos palcos, João Falcão), A velha sentada, que buscou inspiração na criança que foi (do mesmo jeito que o livro, a peça teatral, projeto da atriz Rose Lima, mostra personagens que foram inspirados pelos parentes, e também amigos de Lázaro Ramos, por quem agora começo a nutrir especial simpatia, e o nome da protagonista, Edith, é uma homenagem a sua avó paterna); ele tentou, segundo declarações suas, imaginar o tipo de peça a que ele gostaria de assistir se tivesse nove anos de idade. Edith é uma menina de 9 anos, daquelas típicas dos nossos dias, que vai passando o dia inteiro em frente a um computador e, após o comentário de uma vizinha, que é uma espécie de caricatura/ coro da opinião que os mais chatos têm sobre nós e que terminam exigindo uma resposta mais forte de todo o nosso ser, (a tal cricri disse assim, e a menina ouviu bem e ficou impressionada por não ter se tocado que algo muito errado estava rolando na sua cuca, sua existenciazinha um tanto quanto medíocre/ mais digital do que real: “você parece ter uma velha sentada na sua cabeça”, isso detonou um processo de crise, que ela só resolveria através de um viagem deliciosa pelos cinco sentidos do seu corpinho); Edith, então, a partir daí,  decidiu se aventurar através de  uma viagem, tipo Alice no país das maravilhas (não podemos deixar de comentar que tudo isso nos chega também através de envolventes técnicas circenses),  permeada por um lúdico aprendizado que envolve a platéia por mais de uma hora (e olha que criança no teatro, depois de 50 minutos, vira fera) cheia de um divertido aprendizado que leva ao autoconhecimento. Os atores George Sauma, Rose Lima, Isabel Fillardis, Suzana Nascimento e Orlando Caldeira, com seu know how cênico oferecem uma proposta de equilíbrio na vida das crianças e dos adolescentes, resgatando não apenas (o que seria anacrônico?) brincadeiras do passado, mas um modo (talvez) de aprender a usar a tecnologia com bom senso, equilibrando o virtual com o real (quem sabe?).

foto:Produção do espetáculo



 Tudo ao som de canções que misturam diferentes estilos musicais, passando por referências, segundo eles, como James Brown, Raul Seixas, Amy Winehouse e Cartola (“legal as crianças terem acesso a canções que nós curtimos”, diz Lázaro, autor e diretor deste notável espetáculo). Ao redescobrir os  seus sentidos, ela arrasta a plateia (plateia esta que ficou hipnotizada pelo dinamismo cênico de um elenco organicamente afinadíssimo)  que, por mimetismo, termina tantalizada com esta explosão de energia e generosidade que parte do tablado e contamina adultos e crianças, adolescentes e essa coisa toda que envolve o troço chamado (kkkkkkkkk) faixa etária. Tudo ao vivo, abem vivo, as tais sensações vividas pela guria Edith, no seu transe de cheiros, toques, paladares, sons, visões e... uau! Que delícia de teatro!

Isabel Fillardis e Moisés Monteiro de Melo Neto



No final da peça 20 minutos de debate com o elenco, simpaticíssimo, Isabel Fillardis, responde às minhas perguntas com uma doçura excepcional. Rose, orlando, George. Ah! Que tarde maravilhosa No teatro da Caixa Cultural (espaço onde já apresentei algumas das minhas peças), no Marco Zero, Recife Antigo.

Orlando Caldeira e Moisés Monteiro de Melo Neto



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