Uma tarde a trovoada caiu pelas encostas do céu abaixo como
um pedregulho enorme... Quando os relâmpagos sacudiam o espaço como uma grande
cabeça que diz que não, não sei porquê – em não tinha medo... Pus-me a rezar a
Santa Bárbara como se eu fosse a velha tia de alguém... Ah, é que rezando a
Santa Bárbara eu sentia-me ainda mais simples do que julgo que sou... Sentia-me
familiar e caseiro e tendo passado a vida tranquilamente, como o muro do
quintal; tendo ideias e sentimentos por os ter, como uma flor tem perfume e
cor... Sentia-me alguém que possa acreditar em Santa Bárbara... Ah, poder crer
em Santa Bárbara! (Quem crê que há Santa Bárbara julgará que ela é gente e
visível.)
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