A atriz Sonia Romualda Carvalho, interpretando o texto de Álcio Soares Lins com Direção Toni Rodrigues
Apesar de pequenos deslizes típicos de uma estreia o que se viu na caixa cênica foi a força de um grupo honesto, num trabalho que surpreende, não pela potência, que já esperávamos, mas pelo exemplo de escolha de repertório. A técnica eles vem aprimorando através dos anos (tantas vezes sem nenhum auxílio do Poder Público, ao contrário de outros)
Sim, é um prazer poder ir ao Espaço Cênicas! Parabéns, pessoal, saudações guerreiras. Vamos em frente!
A Cênicas Cia de Repertório apresenta o espetáculo Baba Yaga, texto Alcio Lins; Direção Antônio Rodrigues e atuação de Sônia Carvalho. A peça é o primeiro monólogo da série Cênicas em Cena em que os membros do cia farão solos em comemoração aos 15 anos do grupo.
O espetáculo é um monólogo que conta a trajetória da mais temida das Bruxas Eslavas, a Baba Yaga, ela é o arquétipo da bruxa canibal presente no folclore Russo e de todo Leste Europeu. A cena se passa em sua velha cabana, onde a Baba Yaga chama por seu filho Olaf. O público é levado para a intimidade desse ambiente sombrio tornando-se testemunha e confidente da velha bruxa na busca por seu filho. A cena traz à tona a relação entre Baba Yaga e seu filho, que vai sendo dissecada a cada relato, e revela os segredos e mistérios das origens dos causos da tradição oral russa. A peça mostra além da degradação do relacionamento entre mãe e filho, os fatos e causos ocorridos na imaginaria vila próxima a sua cabana.
O Texto
A peça foi escrita pelo dramaturgo Álcio Lins, e traz à cena um mito das lendas Russa, a bruxa Baba Yaga, através do seu diálogo com seu filho escondido em sua cabana.
O termo Russo “Baba” é considerado ofensivo entre os eslavos, designando uma mulher vingativa e amarga, que jamais foi amada ao longo de sua existência, consumida pela inveja de todos aqueles que são felizes. Usando a teoria de Melanie Klein, sobre a mãe boa e mãe má, a trama constrói um relacionamento ambíguo, onde o filho começa a reconhecer a mãe como uma pessoa total com existência própria, fonte de experiências boas e más, a quem se ama e odeia, assim dando vasão a experiência do chamado sentimento de ambivalência. A história vai construindo sua rede de intrigas, até o momento onde a personagem da velha bruxa, que antes temia a destruição do seu objeto amado por perseguidores, agora teme que essa sua agressão possa destruir o objeto ambivalentemente amado e odiado. Sua angústia deixa de ser paranoide para ser depressiva. E assim começa a brotar um sentimento de culpa.
Ficha Técnica
Espetáculo: Baba Yaga
Grupo: Cênicas Cia de Repertório
Texto: Álcio Lins
Encenação: Antônio Rodrigues
Assistência: Rogério Wanderley
Preparação de manipilação : Álcio Lins
Elenco: Sônia Carvalho
Figurinos: Marcondes Lima
Adereços: Alcio Lins
Cenário: Alcio Lins e Felipe Lopes
Execução de Cenografia: Felipe Lopes
Execução de Figurino: Maria Lima
Maquiagem: Alcio Lins
Sonoplastia: Antônio Rodrigues
Operação de som: Monique Nascimento
Fonoaudióloga: Sandra Carmo
Iluminação: Luciana Raposo
Operação de luz: Luciana Raposo
Design Gráfico: Antônio Rodrigues
Ilustrador: Zeroff
Contra Regra: Manu Costa e Raul Elvis
Produção Gerência: Alcio Lins
Produção Executiva: Sônia Carvalho e Antônio Rodrigues
Fotografias: Wilson Lima e Toni Rodrigues
Realização: Cênicas Cia de Repertório
Capacidade: 60 lugares
Classificação indicativa: 12 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário