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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

BABA YAGA em Recife: teatro enfeitiçado pelo ardor cênico de grupo plenipotenciário

Espaço Cênicas continua como excelente oficina de ideias, para mim um dos mais interessantes e democráticos na Cidade do Recife. Assistir ontem ao novo espetáculo  (Baba Yaga é o arquétipo da bruxa eslava presente no folclore russo e de todo Leste Europeu. Ela é um personagem muito mais profunda e intrincada do que as bruxas presentes nos mitos da Europa Ocidental, uma figura que inspira sentimentos contraditórios de medo, respeito e esperança), foi uma experiência reconfortante. Tratar de mitos não é fácil, e o da mulher bruxa, então... mas parece que o feitiço funcionou... arquétipos de mãe, esposa, amiga, guia espiritual, espírito ancestral, carne e alma na espiral do tempo tríbio, jogo sobre o futuro. Toni manipula composições com a habilidade de um pesquisador da milenar arte da representação. O Cênicas transformou-se num estranho sabá, comandado por Sônia Romualda, que fez troar o texto de Álcio.



A atriz Sonia Romualda Carvalho interpretando o texto de  Álcio Soares Lins com Direção Toni Rodrigues



Apesar de pequenos deslizes típicos de uma estreia o que se viu na caixa cênica foi a força de um grupo honesto, num trabalho que surpreende, não pela potência, que já esperávamos, mas pelo exemplo de escolha de repertório. A técnica eles vem aprimorando através dos anos  (tantas vezes sem nenhum auxílio do Poder Público, ao contrário de outros)



Sim, é um prazer poder ir ao Espaço Cênicas! Parabéns, pessoal, saudações guerreiras. Vamos em frente!


A Cênicas Cia de Repertório apresenta o espetáculo Baba Yaga, texto Alcio Lins; Direção Antônio Rodrigues e atuação de Sônia Carvalho. A peça é o primeiro monólogo da série Cênicas em Cena em que os membros do cia farão solos em comemoração aos 15 anos do grupo.

O espetáculo é um monólogo que conta a trajetória da mais temida das Bruxas Eslavas, a Baba Yaga, ela é o arquétipo da bruxa canibal presente no folclore Russo e de todo Leste Europeu. A cena se passa em sua velha cabana, onde a Baba Yaga chama por seu filho Olaf. O público é levado para a intimidade desse ambiente sombrio tornando-se testemunha e confidente da velha bruxa na busca por seu filho. A cena traz à tona a relação entre Baba Yaga e seu filho, que vai sendo dissecada a cada relato, e revela os segredos e mistérios das origens dos causos da tradição oral russa. A peça mostra além da degradação do relacionamento entre mãe e filho, os fatos e causos ocorridos na imaginaria vila próxima a sua cabana.

O Texto
A peça foi escrita pelo dramaturgo Álcio Lins, e traz à cena um mito das lendas Russa, a bruxa Baba Yaga, através do seu diálogo com seu filho escondido em sua cabana.
O termo Russo “Baba” é considerado ofensivo entre os eslavos, designando uma mulher vingativa e amarga, que jamais foi amada ao longo de sua existência, consumida pela inveja de todos aqueles que são felizes. Usando a teoria de Melanie Klein, sobre a mãe boa e mãe má, a trama constrói um relacionamento ambíguo, onde o filho começa a reconhecer a mãe como uma pessoa total com existência própria, fonte de experiências boas e más, a quem se ama e odeia, assim dando vasão a experiência do chamado sentimento de ambivalência. A história vai construindo sua rede de intrigas, até o momento onde a personagem da velha bruxa, que antes temia a destruição do seu objeto amado por perseguidores, agora teme que essa sua agressão possa destruir o objeto ambivalentemente amado e odiado. Sua angústia deixa de ser paranoide para ser depressiva. E assim começa a brotar um sentimento de culpa.


Ficha Técnica

Espetáculo: Baba Yaga

Grupo: Cênicas Cia de Repertório
Texto: Álcio Lins
Encenação: Antônio Rodrigues
Assistência: Rogério Wanderley
Preparação de manipilação : Álcio Lins
Elenco: Sônia Carvalho
Figurinos: Marcondes Lima
Adereços: Alcio Lins
Cenário: Alcio Lins e Felipe Lopes
Execução de Cenografia: Felipe Lopes
Execução de Figurino: Maria Lima
Maquiagem: Alcio Lins
Sonoplastia: Antônio Rodrigues
Operação de som: Monique Nascimento
Fonoaudióloga: Sandra Carmo
Iluminação: Luciana Raposo
Operação de luz: Luciana Raposo
Design Gráfico: Antônio Rodrigues
Ilustrador: Zeroff
Contra Regra: Manu Costa e Raul Elvis
Produção Gerência: Alcio Lins
Produção Executiva: Sônia Carvalho e Antônio Rodrigues
Fotografias: Wilson Lima e Toni Rodrigues
Realização: Cênicas Cia de Repertório
Capacidade: 60 lugares
Classificação indicativa: 12 anos


Lavajato, desprezo e... samba com Ivete, gente

Ivete Sangalo na Sapucaí, ontem, mandou ver: é tema da Grande Rio (ela disse que estava tão emocionada que o seu interior estava ... que ela... nem sabia... "vocês não sabem... minha vida...ai"), enquanto Eike Batista chega ao Brasil pra ser preso (não tem curso superior completo, está vendo você?) numa cela... "comum" (será?), porque deu dinheiro a Sergio Cabral (?). O Voo 973 da American Airline o trouxe do JFK (NY).


Por hoje Carmen Lúcia assinou / homologou as famosas 77 denúncias da Lavajato. Fico na expectativa, por aqui mesmo, lógico, enquanto Janot decide, bate o martelo quase final. Que bife! Já no Reino Unido o pinga-fogo vai numa lista onde milhões de pessoas num abaixo assinado pedem que Trump nem pise lá numa viagem próxima. Ah, a solidão do Poder...

Penedo é a cidade mais antiga às margens do Rio São Francisco


Moisés Neto em Penedo (a cidade mais antiga às margens do Rio São Francisco)  uma das mais belas cidades históricas do Brasil. Está situada a 157 km de Maceió, e possui hoje uma população de aproximadamente 60.000 habitantes. É chamada de "Ouro Preto do Nordeste" graças a seu riquíssimo acervo arquitetônico presente em sobrados e igrejas seculares. um Barroco estonteante, nesta igreja, por exemplo. 


     O primeiro povoamento da região onde hoje se encontra a cidade de Penedo iniciou em 1545, quando o primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, o qual tinha a incumbência de explorar a região até o Rio São Francisco, criou o primeiro vilarejo ribeirinho. A localização do vilarejo ao lado do Rio São Francisco teve importância fundamental na formação física, econômica e cultural de toda a faixa sanfranciscana. Ele foi o caminho que legou o progresso, a cidadania, a cultura e a arte àquela pequena cidade. No século XVII, o progresso da zona sanfranciscana era patente, levando o quarto donatário de Pernambuco, em sua viagem à Alagoas, elevar o povoado “PENEDO”, à condição de Vila, com o nome de VILA DO PENEDO DO RIO SÃO FRANCISCO, outorgando-lhe o título de “MUI NOBRE LEAL E VALOROSA”. Esse fato histórico aconteceu em 12 de abril de 1636. Em 1637, a Vila do Penedo do Rio São Francisco foi invadida pelos holandeses, liderados por Maurício de Nassau; era o projeto para a ocupação definitiva de todo o norte e nordeste brasileiro pelos holandeses. A ocupação holandesa durou 8 anos, quando então em 1645, os penedenses, auxiliados pelas forças baianas, expulsaram os holandeses de Penedo.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Lembrando Pablo Neruda

     
         

 Se cada dia cai, dentro de cada noite,
                  Há um poço onde a claridade está presa.
                  Há que sentar-se na beira do poço da sombra
                  E pescar luz caída com paciência.


sábado, 28 de janeiro de 2017

Ontem, no incrível show do grupo Ave Sangria, Teatro Luiz Mendonça, Parque dona Lindu, Praia de Boa Viagem, Recife

Moisés monteiro de Melo Neto (Moises Neto) e Telma Cunha, ontem, na entrada para o incrível show do grupo Ave Sangria, um conjunto musical brasileiro de Rock Psicodélico, um dos principais expoentes da cena musical psicodélica pernambucana dos anos 1970, junto com Alceu Valença, Flaviola e o Bando do Sol, Lula Côrtes, Marconi Notaro e Lailson. Inicialmente chamado de Tamarineira Village, o conjunto mudou de nome por sugestão de uma cigana que os integrantes conheceram no interior da Paraíba.Era formado por Marco Polo (vocais), Ivson Wanderley (guitarra solo e violão), Paulo Raphael (guitarra base, sintetizador, violão, vocal), Almir de Oliveira (baixo), Israel Semente (bateria) e Agrício Noya (percussão). Seu trabalho mais conhecido é o álbum Ave Sangria de 1974. O grupo foi alvo da censura do governo militar. A ilustração da capa do primeiro e único disco da banda sofreu modificações, sendo definida pelos integrantes como um "papagaio drag queen"


Moisés Monteiro de Melo Neto (Moises Neto) e Telma Cunha, ontem, na plateia do incrível show do grupo Ave Sangria

Escuta esta:
https://www.youtube.com/watch?v=n8tV-EYKhp4

Membros atuais

  • Marco Polo - vocal (1969- atualmente)
  • Ivson Wanderley - Guitarra
  • Paulo Rafael - Guitarra
  • Almir de Oliveira - Violão
  • Zé da Flauta - Flauta transversal
  • Júnior do Jarro - Bateria
  • Gilú Amaral - Percussão

Membros da última formação

  • Marco da Lata - Baixo e backing vocal (2011)
  • Cris Rás - Guitarra (2011)
  • André Sette - Teclados (2011)
  • Rodrigo Duplicata - Bateria (2011)
  • Breno Lira - Guitarra (2009-2011)
  • Cassio Sette - teclado e backing vocal (2009-2011)
  • Wellington Santana - baixo e backing vocal (2009)

Membros antigos

  • Israel Semente - bateriapercussão e backing vocal (1969-1982)
  • Agrício Noya - bateria e percussão (1969-1979)

Membros auxiliares em turnê

  • Ebel Perrelli - percussão (2009- atualmente)
  • Nando Barreto - baixo e backing vocal (2009 - atualmente)
  • Jerimum - percussão (2010-2012)

Álbuns de estúdio

Álbuns ao vivo[editar | editar código-fonte]

  • 1974 - Perfumes e Baratchos

Compactos

Bootlegs

  • 2009 - Tamarineira Village 1975 - ao vivo em Recife - CD Kopka

Paul Claudel e sua “Ode jubilar", gosto muito


“O mundo, por si só, dificilmente nos poderia persuadir que é completo e suficiente.
Difícil é para nós acreditar seriamente que não temos direito a mais nada.
Esta parede de figuras imutáveis, com as mesmas enervantes questões, onde colocamos nossas histórias inconsistentes,
Difícil é impedir que desmorone e que se torne bizarra e transparente.
Difícil é vendar os olhos todo o tempo e pensar em outra coisa.
Difícil é, como se não o soubéssemos, ouvir os elogios ao vinho e à rosa que amamos:
As armadilhas que são armadas, peça a peça sob os pés, a doença e o pecado,
É humilhante nelas cair sempre, e sentir-se sempre um imbecil e um fraco,
É humilhante sofrer a imposição da grosseira máquina corporal quando sabemos que fomos feitos para comandá-la
E é idiota a vanglória da carcaça de que somos inquilinos desconfortáveis,
Este Palácio sobre o mar em que nada compensa o tédio espantoso,
Senão o retorno aos nossos Trabalhos Forçados”.
(Paul Claudel é autor de “Ode jubilar pelo sexto centenário de Dante Alighieri”, que data de 1921, mas parece transtemporal)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

LEMBRANDO CERTO TEXTO DE FERNANDO PESSOA...

Há metafísica bastante em não pensar em nada. O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso... Que ideia tenho eu das cousas? Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos? Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma e sobre a criação do Mundo? Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos e não pensar. É correr as cortinas da minha janela (mas ela não tem cortinas).

A arca de Fernando Pessoa


                                                                              
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério! O único mistério é haver quem pense no mistério. Quem está ao sol e fecha os olhos , começa a não saber o que é o sol e a pensar  muitas coisas cheias de calor. Mas abre os olhos e vê o sol e já não pode pensar em nada, porque a luz do sol vale mais que os pensamentos, de todos os filósofos e de todos os poetas, a luz do sol não sabe o que faz e por isso não erra e é comum e boa.

Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores? A de serem verdes e copadas e de terem ramos e a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar, a nós, que não sabemos dar por elas. Mas que melhor metafísica que a delas, que a de não saber para que vivem nem saber que o não sabem?

Lembrando certo texto de Fernando Pessoa

Uma tarde a trovoada caiu pelas encostas do céu abaixo como um pedregulho enorme... Quando os relâmpagos sacudiam o espaço como uma grande cabeça que diz que não, não sei porquê – em não tinha medo... Pus-me a rezar a Santa Bárbara como se eu fosse a velha tia de alguém... Ah, é que rezando a Santa Bárbara eu sentia-me ainda mais simples do que julgo que sou... Sentia-me familiar e caseiro e tendo passado a vida tranquilamente, como o muro do quintal; tendo ideias e sentimentos por os ter, como uma flor tem perfume e cor... Sentia-me alguém que possa acreditar em Santa Bárbara... Ah, poder crer em Santa Bárbara! (Quem crê que há Santa Bárbara julgará que ela é gente e visível.)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Uma máxima de Montaigne

 "je donne mon avis non comme bon mais comme mien"
Algo como:  dou a minha opinião não como boa, mas como minha... 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

O GÊNERO FEMININO LITERATURA TRANSTEMPORAL por Moisés Monteiro de Melo Neto (Moisés Neto)

  

 Quando nos referimos ao gênero em literatura, tendemos automaticamente a associar este questionamento à forma e às vezes aos subgêneros contidos em cada uma delas, mas a questão “gênero” também inclui a dicotomia homem/mulher e a questão da voz, no sentido Bakthiniano, de posicionamento frente à organização da sociedade. Esta voz, o ethos, o tom, o sentido, vem sendo cada vez mais observado e os discursos “machistas”, principalmente desde os anos 50, “desconstruídos”. Filósofos franceses como Roland Barthes e Derrida serviram/servem de inspiração para intelectuais como a indiana Gayatri Spivak e outras que se unem em torno do questionamento sobre a posição opressora da voz masculina como dominante nos discursos históricos, antropológicos, psicanalíticos, literários, ideológicos enfim. Percebendo que em Simone de Beauvoir e seu livro “O segundo sexo” já se começava a tecer a ideia de respeito ao “outro”, hoje vemos que mesmo a idéia do “outro”, no caso das mulheres, às vezes justifica até uma visão patriarcal e que é impossível representar coerentemente este “outro”, isto é, a visão que a mulher tem do homem ou vice-versa, pois será sempre transcrito por um “eu”. A mulher, quer seja na literatura lírica, épica e dramática, atravessou milênios no papel de musa, muitas vezes foi representada no papel de submissa ou traidora como a bíblica Dalila, transgressora como Joana D´Arc, cujo maior delito teria sido travestir-se de homem numa época que proibia as mulheres, inclusive, de morrer pela pátria.
Esbarramos agora no ponto da teoria: os textos femininos visitados pelos teóricos, quase sempre homens até o início do Século XX, eram vistos como textos de exceção. Contra isso, levantou-se a inglesa Virgínia Woolf que, no ensaio “Um teto todo seu”, fez da literatura o pódio onde sugeria às mulheres que sem independência - inclusive financeira - não haveria possibilidade de “voz”, aqui mais uma vez no sentido Bakthiniano, numa sociedade que as proibia até de frequentar determinadas instituições. Se observarmos não só pelo lado das ideias e preconceitos dos teóricos, mas da própria representação literária vemos a mulher apresentada como reprodutora, cujos filhos machos devem desde cedo dela diferenciar-se e serem alertados sobre este necessário distanciamento e o reforço da identidade masculina. As correntes teóricas literárias de hoje sofrem grande influxo dos estudos culturais, como as de Homi Bhabha, por exemplo, e apontam como correção aos antigos erros a sugestão, mais uma vez desconstrucionista, Bhabha serve de influência para intelectuais como Gayatri Spivak, por exemplo. Ela consegue arrancar das palavras o sentido e reescrevê-las em palimpsesto e catacrese, revertendo assim o discurso do macho opressor.
Os discursos pós-coloniais de teóricos como os caribenhos Stuart HallÉdouard Glissant e Fanon, também vêm a cada dia comprovando que a problemática dos gêneros na literatura, a questão da voz, não deve separar-se de outros como raça, etnia, classes sociais, homossexualismo, multiculturalismo enfim. As teorias feministas francesas apoiaram-se na psicanálise, as anglo-americanas nas questões marxistas, mas o que percebemos é que tais discursos constroem-se com bases num resgate que envolve a história de um silenciamento das mulheres na sociedade, silêncio este que aos poucos rompe suas últimas amarras. A escritora Heloisa Buarque tem um discurso recheado de ironia quando traça um estranho paralelo entre a mulher de hoje e um Cyborg, ser construído em laboratório. Tal criatura artificial superaria o modelo de família, nem “pais” nem “filhos”, religião metafísica (não voltaria ao pó, pois não veio do barro e como uma salamandra poderia até recompor suas partes físicas que se perdessem). Notamos que os teóricos usam tais exemplos para justificar seus posicionamentos antagônicos quando que se trata de conservadorismo social. Retrabalhar o discurso do outro, quer seja masculino ou feminino, em busca de estratégias libertárias, comparar tendências e buscar novas estratégias parece-nos um dos caminhos mais adequados nos dias de hoje em que a relação entre os seres e as coisas devem buscar reativar o senso crítico e não a reificação. Proponho algo similar a um palimpsesto que tanto exiba o que estava antes quanto abra caminhos para um novo quadro usando a linguagem para desconstruir o racionalismo e as noções de veracidade.

A peça TRÊS TRISTES GREGAS, de Moisés Neto, direção de Cira Ramos, discute o papel da mulher na Grécia Antiga (na foto de Gustavo Túlio: Isa Fernandes é Antígona, Suzana Costa é fedra e Sônia Bierbard é Elektra, três mitos femininos forte










sábado, 21 de janeiro de 2017

A menina Edith e a velha sentada: que delícia de peça!



Por Moisés Monteiro de Melo Neto




FOTOS: Telma Virgínia Pereira da Cunha




Assistir à comédia-musical-infanto-juvenil-circense  A menina Edith e a velha sentada,  do ator, autor, diretor e produtor, Lázaro Ramos foi para mim um deleite. O espetáculo teve produção local dos sempre competentes Tadeu Gondim (Atos produção) e André Brasileiro (assessor de imprensa com a Moinho Conteúdos Criativos).
foto:Produção do espetáculo

 A menina Edith e a velha sentada é recriação para o teatro do primeiro livro infantil de Lázaro (que iniciou carreira com o mesmo diretor que me dirigiu no início do meu percurso nos palcos, João Falcão), A velha sentada, que buscou inspiração na criança que foi (do mesmo jeito que o livro, a peça teatral, projeto da atriz Rose Lima, mostra personagens que foram inspirados pelos parentes, e também amigos de Lázaro Ramos, por quem agora começo a nutrir especial simpatia, e o nome da protagonista, Edith, é uma homenagem a sua avó paterna); ele tentou, segundo declarações suas, imaginar o tipo de peça a que ele gostaria de assistir se tivesse nove anos de idade. Edith é uma menina de 9 anos, daquelas típicas dos nossos dias, que vai passando o dia inteiro em frente a um computador e, após o comentário de uma vizinha, que é uma espécie de caricatura/ coro da opinião que os mais chatos têm sobre nós e que terminam exigindo uma resposta mais forte de todo o nosso ser, (a tal cricri disse assim, e a menina ouviu bem e ficou impressionada por não ter se tocado que algo muito errado estava rolando na sua cuca, sua existenciazinha um tanto quanto medíocre/ mais digital do que real: “você parece ter uma velha sentada na sua cabeça”, isso detonou um processo de crise, que ela só resolveria através de um viagem deliciosa pelos cinco sentidos do seu corpinho); Edith, então, a partir daí,  decidiu se aventurar através de  uma viagem, tipo Alice no país das maravilhas (não podemos deixar de comentar que tudo isso nos chega também através de envolventes técnicas circenses),  permeada por um lúdico aprendizado que envolve a platéia por mais de uma hora (e olha que criança no teatro, depois de 50 minutos, vira fera) cheia de um divertido aprendizado que leva ao autoconhecimento. Os atores George Sauma, Rose Lima, Isabel Fillardis, Suzana Nascimento e Orlando Caldeira, com seu know how cênico oferecem uma proposta de equilíbrio na vida das crianças e dos adolescentes, resgatando não apenas (o que seria anacrônico?) brincadeiras do passado, mas um modo (talvez) de aprender a usar a tecnologia com bom senso, equilibrando o virtual com o real (quem sabe?).

foto:Produção do espetáculo



 Tudo ao som de canções que misturam diferentes estilos musicais, passando por referências, segundo eles, como James Brown, Raul Seixas, Amy Winehouse e Cartola (“legal as crianças terem acesso a canções que nós curtimos”, diz Lázaro, autor e diretor deste notável espetáculo). Ao redescobrir os  seus sentidos, ela arrasta a plateia (plateia esta que ficou hipnotizada pelo dinamismo cênico de um elenco organicamente afinadíssimo)  que, por mimetismo, termina tantalizada com esta explosão de energia e generosidade que parte do tablado e contamina adultos e crianças, adolescentes e essa coisa toda que envolve o troço chamado (kkkkkkkkk) faixa etária. Tudo ao vivo, abem vivo, as tais sensações vividas pela guria Edith, no seu transe de cheiros, toques, paladares, sons, visões e... uau! Que delícia de teatro!

Isabel Fillardis e Moisés Monteiro de Melo Neto



No final da peça 20 minutos de debate com o elenco, simpaticíssimo, Isabel Fillardis, responde às minhas perguntas com uma doçura excepcional. Rose, orlando, George. Ah! Que tarde maravilhosa No teatro da Caixa Cultural (espaço onde já apresentei algumas das minhas peças), no Marco Zero, Recife Antigo.

Orlando Caldeira e Moisés Monteiro de Melo Neto



sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

LA LA Land é um donut



por Moisés Monteiro de Melo Neto
Ambientado numa cidade que domina ideologicamente boa parte do Planeta com as figurinhas de Hollywood, indústrias das mais dúbias, entre as possíveis, Los Angeles (ah, os anjinhos digam amém!), LA LA LAND narra a história  do pianista de jazz Sebastian (interpretado com eficiência por Ryan Gosling) que conhece a atriz iniciante Mia (Emma Stone) que também tem pretensões dramatúrgicas (quer escrever para teatro, produz um monólogo que na estreia tem na plateia umas dez pessoas, mas é viés para um conto de fadas tipo Ghost, não digo mais para não estragar o prazer de comer este bombom norte-americano, um donut, ou rosquinha é um pequeno bolo em forma de rosca, popular nos EUA e de origem incerta. Consiste numa massa açucarada frita, que pode ser coberta com diversos tipos de coberturas doces coloridas, como por exemplo chocolate, daqueles!) e os dois se apaixonam perdidamente, e já não podemos dizer se é a história dela ou a dela que é mais fantasiosa, mas como ele é o homem, cabe a ela a primazia.  Uma diegese que começa dando vontade de lembrar de coisas como as empreguetes, a cena de abertura num engarrafamento sobre um viaduto é de dar nos nervos, mas é o prenúncio de algo melhor. O filme decola com dez minutos e vai para outra altitude mais saudável, mas não menos delirante. Lembrei SUNSET BOULEVARD, filme icônico, que virou musical que assisti na Broadway (com Glenn Close, e em Londres, com Elaine Page, no cinema vi com a quase caricata Glória Swanson, e fala sobre  uma atriz do cinema mudo que quer voltar à fama 20 anos depois de uma reclusão de luxo, termina matando o jovem namorado aspirante a escritor que tinha o caso com uma roteirista;pensei nisso  porque parece que Lala Land seria algo como o que teria acontecido se os dois tivessem ficado juntos, tá?): quem não curte a história do cinema não vai entender muito este papo. Sorry. 

Joe and Betty Schaefer: jovens buscando sucesso em Los Angels, no musical SUNSET BOULEVARD (versão londrina que assisti); o plor de LA LA LAND me fez pensar no sonho desses dois personagens icônicos de Hollywwod 

... Michael Xavier (Joe Gillis) & Siobhan Dillon (Betty Schaefer) in Sunset Boulevard ...




Mas voltemos ao Tra La La: O lance passe pela renovação/ valorização do jazz só que os negros têm pouco destaque e isto não é crônica sobre racismo, ok? Então, em busca de oportunidades para suas carreiras na competitiva cidade, os jovens tentam fazer o relacionamento amoroso dar certo enquanto perseguem fama e sucesso. Ele quer abrir um clube de jazz, ela quer ser superstar. A atriz parece uma rã e ele tem pinta de canastrão. Mas o negócio é forte e eu mesmo, que sou escritor, ator, produtor, trabalho literatura e adoro cinema (ah, quantas vezes fui salvo por um bom filme!), devo essa a Hollywood: ta bom, vai, assistiam a esta poderosíssima droga. É legal pra caramba.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos...

Salve Deus! Caiam sempre suas bênçãos sobre cada um de nós e O Recife-mundo fique melhor... pensei agora no final do romance A Hora da estrela... Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas – mas eu também?!

Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos...
beijos e abraços, façam desta quarta-feira um dia inesquecível. Amo muito esse nosso encontro aqui...

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Teatro no Recife discute o papel da mulher na história da Grécia e que ecoa hoje pairando como fantasma a assustar o empoderamento feminino



Isa Fernandes, Suzana Costa e Sônia Bierbard, com direção de Cira Ramos e texto de Moisés Neto, clamam por justiça para três tristes gregas...



“Somos reprimidas pelo medo ao esquecimento” (disse Safo, poetisa, sobre a submissão da mulher grega). TRÊS TRISTES GREGAS, leitura dramatizada, com direção de Cira Ramos, texto de Moisés Monteiro de Melo Neto e tendo no elenco Isa Fernandes, Sônia Bierbard e Suzana Costa, dia 23 de janeiro, segunda-feira, às 20h, no TEATRO ARRAIAL ARIANO SUASSUNA, Recife, é também é sobre o papel das mulheres na Grécia antiga. Sabemos que elas não podiam participar dos debates públicos e políticos (não podiam ter propriedades ou administrar negócios, sendo sempre tuteladas pelos maridos ou por parentes masculinos mais próximos), no máximo eram autorizadas a frequentar festas religiosas, assistir a peças teatrais, ir a santuários, oráculos (não sacrifícios aos deuses, estes rituais eram exclusivamente masculinos. Elas eram como objetos do pai, do marido (não podiam escolher esposo); não havia, atrizes. Grega  mulher numa festa? Talvez prostitutas; quase não há relatos de insubordinação, mas resignação. Sair de casa?  Só fêmeas mais pobres , por  necessidade (nem tinham direito à cidadania) dentro de sua civilização. Suportavam o desprezo dos s; muitos  maridos as utilizavam apenas para procriação,viviam sob o controle dos homens (pai, seus irmãos,filhos tomavam decisões (cuidavam da casa, do dinheiro e podiam até...dar conselhos aos esposos, só). Criavam os filhos, de teciam,costuravam, enfim: o funcionamento diário da casa (as escravas cozinhavam, limpavam, traziam a água. As damas podiam visitar vizinhas, cuidando para não se bronzear, pois o ideal em beleza feminina era a palidez. A Grécia nunca foi governada nunca por uma mulher. Elas vestiam  túnicas e capotes. Muitas vezes era um retângulo de lã que media o dobro do tamanho do seu corpo; dobravam no corpo,fixavam nos ombros, e as túnicas longas. Aos homens cabiam: a força, a reflexão, o calculo, e à mulher: sensibilidade, intuição, sim, e aceitava-se que fossem... inconstantes, tolas... um acessório para o homem, a este cabia liderar  o mundo, a Grécia. Ah, tristes gregas... há algo muito maior que a história oficial ainda insiste em abafar?

SOBRE A  PEÇA TRÊS TRISTES GREGAS: DIÁRIO DE PERNAMBUCO

23 DE JANEIRO DE 2017




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SOBRE A  PEÇA TRÊS TRISTES GREGAS: FOLHA DE PERNAMBUCO 

23 DE JANEIRO DE 2017

 Moisés Monteiro de Melo Neto (Moisés Neto)


    O professor doutor Moisés Monteiro de Melo Neto (Moisés Neto), autor da peça TRÊS TRISTES GREGAS,  sugere que quando nos referimos ao gênero em literatura, tendemos automaticamente a associar este questionamento à forma e às vezes aos subgêneros contidos em cada uma delas, mas a questão “gênero” também inclui a dicotomia homem/mulher e a questão da voz, no sentido Bakthiniano, de posicionamento frente à organização da sociedade. Esta voz, o ethos, o tom, o sentido, vem sendo cada vez mais observado e os discursos “machistas”, principalmente desde os anos 50, “desconstruídos”. Filósofos franceses como Roland Barthes e Derrida serviram/servem de inspiração para intelectuais como a indiana Gayatri Spivak e outras que se unem em torno do questionamento sobre a posição opressora da voz masculina como dominante nos discursos históricos, antropológicos, psicanalíticos, literários, ideológicos enfim. Percebendo que em Simone de Beauvoir e seu livro “O segundo sexo” já se começava a tecer a ideia de respeito ao “outro”, hoje vemos que mesmo a idéia do “outro”, no caso das mulheres, às vezes justifica até uma visão patriarcal e que é impossível representar coerentemente este “outro”, isto é, a visão que a mulher tem do homem ou vice-versa, pois será sempre transcrito por um “eu”. A mulher, quer seja na literatura lírica, épica e dramática, atravessou milênios no papel de musa, muitas vezes foi representada no papel de submissa ou traidora como a bíblica Dalila, transgressora como Joana d´Arc, cujo maior delito teria sido travestir-se de homem numa época que proibia as mulheres, inclusive, de morrer pela pátria.

   Esbarramos agora no ponto da teoria: os textos femininos visitados pelos teóricos, quase sempre homens até o início do Século XX, eram vistos como textos de exceção. Contra isso, levantou-se a inglesa Virgínia Woolf que, no ensaio “Um teto todo seu”, fez da literatura o pódio onde sugeria às mulheres que sem independência - inclusive financeira - não haveria possibilidade de “voz”, aqui mais uma vez no sentido Bakthiniano, numa sociedade que as proibia até de frequentar determinadas instituições. Se observamos não só pelo lado das ideias e preconceitos dos teóricos mas da própria representação literária vemos a mulher apresentada como reprodutora, cujos filhos machos devem desde cedo dela diferenciar-se e serem alertados sobre este necessário distanciamento e o reforço da identidade masculina. As correntes teóricas literárias de hoje sofrem grande influxo dos estudos culturais, como as de Homi Bhabha, por exemplo, e apontam como correção aos antigos erros a sugestão, mais uma vez desconstrucionista, Bhabha serve de influência para intelectuais como Gayatri Spivak, por exemplo. Ela consegue arrancar das palavras o sentido e reescrevê-las em palimpsesto e catacrese, revertendo assim o discurso do machoopressor.
Os discursos pós-coloniais de teóricos como os caribenhos Stuart HallÉdouard Glissant e Fanon, também vêm a cada dia comprovando que a problemática dos gêneros na literatura, a questão da voz, não deve separar-se de outros como raça, etnia, classes sociais, homossexualismo, multiculturalismo enfim. As teorias feministas francesas apoiaram-se na psicanálise, as anglo-americanas nas questões marxistas, mas o que percebemos é que tais discursos constroem-se com bases num resgate que envolve a história de um silenciamento das mulheres na sociedade, silêncio este que aos poucos rompe suas últimas amarras. A escritora Heloisa Buarque tem um discurso recheado de ironia quando traça um estranho paralelo entre a mulher de hoje e um Cyborg, ser construído em laboratório. Tal criatura artificial superaria o modelo de família, nem “pais” nem “filhos”, religião metafísica (não voltaria ao pó, pois não veio do barro e como uma salamandra poderia até recompor suas partes físicas que se perdessem). Notamos que os teóricos usam tais exemplos para justificar seus posicionamentos antagônicos quando que se trata de conservadorismo social. Retrabalhar o discurso do outro, quer seja masculino ou feminino, em busca de estratégias libertárias, comparar tendências e buscar novas estratégias parece-nos um dos caminhos mais adequados nos dias de hoje em que a relação entre os seres e as coisas devem buscar reativar o senso crítico e não a reificação. Proponho algo similar a um palimpsesto que tanto exiba o que estava antes quanto abra caminhos para um novo quadro usando a linguagem para desconstruir o racionalismo e as noções de veracidade.

Morgan Leon registra plateia do espetáculo TRÊS TRISTES GREGAS no teatro Arraial, no Recife, 23/01/17


Morgan Leon registra plateia do espetáculo TRÊS TRISTES GREGAS chegando ao teatro Arraial, no Recife, 23/01/17


Morgan Leon registra cena do espetáculo TRÊS TRISTES GREGAS , no teatro Arraial, no Recife, 23/01/17












Destino trágico das gregas… ou nem tanto


Desforra, trapaça, morte por (in)justiça. Pathos pesado dessas gregas. Como se sabe, o mito de Orestes remonta ao ciclo troiano e trata da vingança dos filhos de Agamêmnon, Orestes e Electra, contra a mãe Clitemnestra e Egisto, pelo assassinato do pai. Aparece na Oresteia, do dramaturgo grego Ésquilo – composta pelas tragédias AgamemnonCoéforas e Euménides; na Electra, de Sófocles e na Electra, de Eurípides.
O mito de Fedra ganha pequenas variações em Eurípides, Sêneca e Racine, a partir dos contextos grego, romano e clássico francês. Mas basicamente mostra a destruidora paixão de uma mulher por seu enteado. Fedra era esposa de Teseu. Apaixonou-se por Hipólito, filho ilegítimo do marido. Rejeitada, ela acusa, falsamente, o filho adotivo de violação. E depois se mata.
Sarah Kane diagnosticou a degeneração da sociedade em O Amor de Fedra. Na releitura da dramaturga britânica são expostas as feridas do mundo contemporâneo que recebe tempero da hipocrisia, do cinismo e da atitude misógina.
Antígona é a continuação dramática de Édipo Rei, de Sófocles, que parece ter deixado a desgraça como legado aos quatro filhos (Etéocles, Polinice, Antígona e Ismênia). Etéocles assume o governo, mas não respeita o trato de revezamento de poder com o irmão Polinice. Em conflito os dois se matam e o tio Creonte – irmão de Jocasta, esposa de Édipo – decreta que Etéocles, receba as honrarias fúnebres e Polinice não. E ameaça com morte a quem desobedeça suas ordens. Antígona não aceita a determinação que considera arbitrária, por não respeitar as leis naturais mais antigas ou divinas que pregavam que todo homem tem o direito ao devido sepultamento.
A leitura dramatizada Três Tristes Gregas… é a única atração desta segunda-feira do 23º Janeiro de Grandes Espetáculos. Com direção Cira Ramos, a ação conta com Sônia Bierbard no papel de Elektra, Suzana Costa como Fedra e Isa Fernandes na pele de Antígone.
O escritor e dramaturgo Moisés Monteiro de Melo Neto vem com uma releitura da tragédia grega através das personagens femininas Fedra, Antígona e Elektra. Ele anuncia que tirou o mito do pedestal para fazer bulir ao rés-do-chão. E mistura o trio grego “com alcoviteiras, farrapos humanos e vícios” para ressaltar o papel das mulheres na Grécia antiga. Alardeia ambição esse texto que tem a “intenção de atingir o limite entre o justo e o injusto” daquela sociedade, mas para isso usa a lâmina do humor em combinação com a seriedade e o grotesco. Mas isso é apenas uma primeira leitura.
Ficha Técnica
Três Tristes Gregas
Texto: Moisés Monteiro de Melo Neto
Elenco: Isa Fernandes, Sônia Bierbard e Suzana Costa
Produção Executiva: Mísia Coutinho (METRATON)
Make up: Fê Uchoa
Design de luz: Eron Vilar
Sonoplastia: Fernando Lobo
Orientação corporal: Márcia Rocha
Criação de figurinos e adereços: Xuruca Pacheco
Programação visual: Ronaldo Tibúrcio
Participação especial voz na abertura: Magdale Alves
SERVIÇO
Três Tristes Gregas…
Quando: 23 de janeiro (segunda), às 20h
Onde: Teatro Arraial (Rua da Aurora, 463, Boa Vista), Recife
Quanto: R$ 20 e R$ 10 (meia)