por Moisés Monteiro de Melo Neto
Assisti ontem à repreentação de ÓPERA DO MALANDRO, texto de Chico Buarque e direção de João Falcão (que quem trabalhei há alguns anos atrás).
A platei estava cheia no 1º ato. Presença da família de Eduardo Campos, João, Renata e mais. Ficaram lá pelas primeiras filas.
O espetáculo atrasou em meia hora o seu início.
Eu havia trabalhado numa adaptação de texto buarquiano com os meus alunos na disciplina de dramaturgia.
Ontem (re)vi como certas coisas no texto tanto envelheceram quanto renovaram-se, no sentido barthesiano. Outras carnavalizaram a realidade nacional ainda mais numa espécie de sátira menipeia nos moldes bakhtinianos.
O espetáculo é de grande apelo popular. Marcação mais para posicionar o ator na cena, propositalmente mecânicas (?)
João com o elenco
A presença de Thomás Aquino,com quem trabalhei personagens de Fernando Pessoa e Tomás Antônio Gonzaga, ao lado de Adriano Cabral, é marcante. Seu registro de voz é incrível e o trabalho com as vozes em geral é muito bom.
O cenário lembra várias encenações e filmes. Andaimes, desta vez prateados, o que cria efeitos bons.
A adaptação de João Falcão tomou certas liberdades, que tem acompanhado sua obra deve entender muito bem a origem de certa malícia.
3 horas de duração, meia hora de atraso: na entrada o encontro com Pollyana Diniz (site de teatrao Satisfeita Yolanda?), Clenira Bezerra, atriz, Dione Barreto, poeta, e muita gente dos queridos ou detestáveis na nossa província, Recife.
João volta ao seu estilo? Inova? Homens vestidos de mulheres? Parece uma homenagem a Chico, a quem João já usou como referência outrras vezes, desde o início da sua carreira, este escritor de Tiúma que desde o final dos anos 1970 vem tabalhando com o palco.
Quando vi João a primeira vez ele estava interpretando um personagem de Os Filhos de Kennedy, dirigido por Romildo Moreira, depois vi o Cupido que ele interpretou em O Extrato de Formosura, e também o Serginho, de Toda Nudez Será Castigada, dirigido por Antonio Edson Cadengue. Eu frequentava o DCE da UFPE na rua do Hospício, eu também estava tendo aulas de teatro com Luiz Maurício Cavalheira. Havia no DCE o grupo do TUBA (teastro universitário Boca Aberta, com Magdale Alves, Fátima Barreto, Paulo Barros, Jujuba, Alberto Amaral e tantos outros que eu amava, amo); João , numa sala ao lado dirigia o grupo Balaio de Gato); logo tivemos a apresentação de Flicts, no Teatro do parque, ele e seu grupo mostravam vigor , irreverência e alegria, força.
Isso eu também senti ontem, na montagem da Ópera do Malandro. Não é a primeira vez que João trabalha com Chico Buarque.
A gente sabe o que pode esperar de João.
É bom ver um artista como ele no vigor do seu exercício.
O modo como ele trabalhou as personagens Geni e Vitória, tornando-as quase um eixo no transcorrer do espetáculo, é bem interessante.
E para encerrarmos há um fato que deve ser mencionado. já dissemos que havia gente do PSB na audiência (Renata, João Campos...), pois bem, não sei o que pensaram quando houve uma quebra (brechtiana?) no espetáculo e durante a uma fictícia marcha das "vadias" surge uma bandeira com os seguintes dizeres: #OCUPE ESTELITA. A plateia aplaudiu inrtensamente.
lembremo-nos da peça original de John Gay e da adaptação de Brecht.
O épico, o documental, a crítica jocosa....
Achei um bom espetáculo, mas 'Gonzagão, a Lenda' foi bem melhor.
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