Fico feliz que o SESC inclua o meu livro nas suas produções.
Meu texto fala sobre as diversas possibilidades de se fazefr leituras dos textos jomardianos.
Dividi a obra em três partes:
1) Anos 70 e 89
2) Anos 90
3) De 2001 em diante
Trata-se de uma pesquisa detalhada e que usa estudiosos como Roland Barthes para sustentar certas suposições.
São quase 400 páginas num mergulho na obra radical que discute sexo, política, pedagogia, filosofia, poesia e muito mais.
Foram quatro anos de pesquisa mais apurada. O livro contém depoimentos de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Anco Márcio Tenório Vieira e outros intelectuais que fazem parte do círculo de JMB (Jomard Muniz de Britto)"
Moisés Monteiro de Melo Neto é o autor desta apurada pesquisa
Lucila Nogueira, Escritora e professora da Graduação e Pós - Graduação em Letras da UFPE fala sobre o LIVRO DE MOISÉS MONTEIRO DE MELO NETO:
"Uma trajetória que segue adiante sem hesitar na multiplicação de veredas e ocultações. Um caminhar carregado de raízes que se desdobra, no entanto, em futuras figurações. Um descrever que não renuncia à intensidade experimental, uma filosofia que se oferece para além dos conceitos teóricos tradicionais. Uma poesia que se deseja ensaio, memória, atentado. Um autor que está sempre testando o seu limite e a sua inexistência dentro do banal.
Durante três anos e meio Moisés Monteiro de Melo Neto dedicou-se ao estudo minucioso dos insights contidos na bibliografia do pernambucano Jomard Muniz de Britto, percorrendo desde os anos 70, até a entrada no século XXI e seus exercícios irreverentes que se tornaram sinônimo existencial da cultura do Recife. O período, considerado muito prazeroso pelo autor envolveu a leitura de grande acervo bibliográfico, quer teórico quer do poeta estudado: uma plataforma criada especialmente para dar acesso à obra em análise.
Um trabalho sem dúvida difícil e desafiador, este de atravessar as camadas de significação, percorrendo várias décadas de uma produção à qual se reúne a teoria presente em dois ensaios dos anos 60 e mais um livro posterior em co-autoria, com Jomard. A verdade é que as vanguardas nacionais resultam celebradas de modo crítico e contextualizado em Do Escrevivendo aos Atentados Poéticos, tese de doutorado defendida por Moisés em 2011, na UFPE, PPG Letras, sob nossa orientação formal que apenas saiu acompanhando as imagens sucessivas de um caleidoscópio intelectual que representava um entendimento fulgurante, por parte de Moisés, desse grande comunicador e intelectual que plasmou o percurso de várias gerações.
JMB e Moisés ocupam este espaço de diálogo e integração das artes interdisciplinares contemporâneas, cada qual trazendo a intensidade de uma experiência colada na pele como tatuagem que perdura e se multiplica a cada nova experiência intelectual no coração da linguagem. E não poderia ser diferente, um trabalho que surgiu de modo disciplinado e esfuziante trazendo tantas informações que a simples tese não conseguiria comportar tudo aquilo que o orientando dominava e estava sempre relacionando em conexões ontológicas e comparativas. Por certo, lhe era de utilidade tanto a sua experiência nas artes cênicas, como no ofício de professor, além de uma sintonia especial desenvolvida com relação à importância da contribuição do corpus, que não se negou a ser ouvido na consecução da escrita acadêmica.
Havia uma troca especial naquelas manhãs de Boa Viagem, em que de um lado era perseguido o conhecimento e de outro, a sobrevivência: revezamento de aluno e mestra na dignidade da relação que ultrapassa a problemática pessoal, na doação ao trabalho de engrandecimento das vocações. Apesar das minhas dificuldades de saúde, não aconteceu qualquer deslize na disciplina do autor deste livro que já trazia tudo pronto, precisando apenas de algumas indicações formais.
A poesia que desnuda o engano sem propor uma verdade absoluta, o tratando dos signos de uma maneira inovadora, para além do estereótipo; literatura como luta e também prazer, desmontando expressivamente as mitologias da cultura burguesa, sem deixar de levar em conta a esfera dos sentidos, a participação do corpo no discurso do intelecto. Memória como parte essencial da ação e não simples representação, vetor da diferença e similitude do pensamento contemporâneo. Uma passagem da posição diante do mundo a uma ação nele: estes alguns tópicos específicos abordados por Moisés, nestas quase quatrocentas páginas inaugurais sobre a produção literária do poeta, professor e pensador da cultura brasileira Jomard Muniz de Britto, que em boa hora o SESC decidiu levar para um público maior do que o estritamente acadêmico. Vamos todos à leitura." (Lucila Nogueira)
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