MURILO MENDES
Metade Pássaro
“A mulher do fim do mundo
Dá de comer às roseiras,
Dá de beber às estátuas,
Dá de sonhar aos poetas”.
Dá de comer às roseiras,
Dá de beber às estátuas,
Dá de sonhar aos poetas”.
Pré-história
Mamãe
vestida de rendas
Tocava piano no caos.
Uma noite
abriu as asas
Cansada
de tanto som,
De tonta
não mais olhou
Para mim,
para ninguém!
Caiu no
álbum de retratos.
A Tentação
Diante do crucifixo
Eu
paro pálido tremendo
“Já
que és o Verdadeiro Filho de Deus
Desprega
a humanidade desta cruz”.
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