por Moisés Neto
“Ser um encenador se dá em amplo leque
de liberdades criativas, técnicas exercitadas, investimento de tempo, recursos
etc... Todavia, tais circunstâncias podem elas mesmas implodir um projeto
criativo. Um diretor autor deve ter em mente a realidade que o cerca e o
posicionamento firme de que ele é o contador de histórias, árbitro em um
perímetro que convoca seu espírito e o tempo, mais aqueles, e tudo o mais que
ele reúne e conduz à reinvenção. Essa arquitetura pede cumplicidade do público;
reconhecimento, compassividade,
entusiasmo, prazer ou surpresa, até mesmo a silenciosa. A história já provou
que tanto um quanto outro podem criar valores ou desconhecê-los. Cabe ao
encenador ser fiel ao seu jeito especial de revelar ou encobrir. O
encenador-professor diferencia-se na medida em que não pode excluir do seu
diálogo com os alunos a exposição permanente e transparência. Todos seus atos
devem estar ao alcance da crítica, mesmo da crítica fácil, impertinente. Não
pode impor seu ponto de vista, mas defender a variedade de pontos de vista.
Mesmo sua ironia e tons depreciativos devem estar ao alcance dos discípulos e
revelar para eles a humanidade e os sombrios desvãos do conhecimento. O
encenador se mascara; o encenador-professor se confessa.”, afirma-nos Carlos Bartolomeu,
Professor do Dept° de Teoria da Arte da UFPE. Ele possui graduação em Comunicação Social pela
Universidade Federal de Pernambuco (1977) e mestrado em Biblioteconomia
UFPB(1998). Tem experiência na área de Artes, com ênfase nas Artes Cênicas, atuando
principalmente em Educação Artística nos seguintes temas: teatro, memória,
encenador, sonoplastia e teleteatro e cinema. Desenvolve projeto de pesquisa
sobre o Teatro pernambucano e seus encenadores. Encenador teatral, pesquisou e
escreveu sobre a teledramaturgia pernambucana, editando a historia da televisão
através da publicação - TESTEMUNHO DE ATORES-PANORAMA DO TELETEATRO DA TV
JORNAL DO COMMERCIO. Na dramaturgia destaca-se o seu TEATRO SUSPEITO. Dirigiu
peças premiadas como PARA UM AMOR NO RECIFE
("A ação se passa na noite de Natal, no calçadão da Praia do Pina. O foco
é a cidade do Recife, os personagens são daqui... Acho que isso é uma das
coisas mais importantes para o teatro atualmente, tratar da realidade, de
coisas próximas ao público", destaca o diretor), e musicais como A ILHA DO
TESOURO, que também recebeu vários prêmios da Associação de produtores
teatrais. Em setembro de 2009 lançou o livro sobre documentaçãp de programas de
peças - CARTAS DE PREGO.
Em 1980, o grupo de Teatro Vivencial levou ao palco do Teatro de Santa Isabel
(Recife) All Star Tapuias, colagem de textos escritos
por Antonio Cadengue, Carlos Bartolomeu e Guilherme Coelho, que também assinam
a direção do espetáculo. Mutilada pelos cortes da Censura Federal, a montagem
encerra suas apresentações no Teatro de Santa Isabel e faz temporada no
Vivencial Diversiones, onde é lançado o Manifesto
Quá-Quá-Quá, em que se reafirma: "o prazer é gargalhar"
(conforme está registrado no na enciclopédia do Itau Cultural). E sobre isso
Bartô ainda esclarece:
“All star
tapuias, se a memória não me falha, nasce de uma espécie de resumo
crítico de Amir Hadad, no qual ele divisava o brasileiro com a cabeça à
esquerda e o coração à direita. Antonio contou-me essa historia acrescida de detalhamentos
sobre um universo plástico teatral. Debate e síntese de tal visão seriam a
escola, o circo e o cabaré. Desenvolvemos conjuntamente o roteiro, dividimos as
direções. Coube-me encenar o Circo, a escola ficou com Antonio e o Cabaré com
Guilherme. Havia entreatos, uma abertura e finale
operísticos, onde apresentávamos os principais manifestos ligados à Semana de
22, como também um manifesto que eu escrevera: o “MANIFESTO QUÁ QUÁ”. Tal
discurso apresentava nossas aspirações dentro de uma ótica modernista, e mixava
comicidade e crítica com a política e o sentido dramático do período”.
Enquanto dramaturgo e diretor teatral recifense, pensa
(e põe em prática) um teatro que se possa vivenciar e o faz com o olho e o desejo
voltado para as fontes mais antigas desta arte que muitos dizem está em
extinção (o teatro como o conhecemos hoje e desde a Grécia 500 AC).
Suas ideias que de longe, dos centros
de criação europeus ou americanos (e sulistas) nos são enviadas (para nós,
criadores da metrópole-Recife que já tivemos o tempo necessário, e mais que o
tempo físico, o tempo interior para nos desvincularmos desse ordenamento, dessa
imposição cultural, externa) nos faz reconhecer que a importância das
construções de outros espaços, de
criadores estranhos a nossa cultura e
realidade, não implica necessariamente
numa tomada de posição comprometida
com a repetição dos achados teóricos e
práticos dessas matrizes.
Carlos Bartolomeu, Moisés Neto, Ivonete Melo e José Francisco Filho
em frente ao teatro Arraial, Recife
Seu livro “Teatro Suspeito” foi lançado em 2007 e também gerou certa
polêmica em torno dos rumos que tomam as
Arte Cênicas em Pernambuco.
Em relação aos trabalhos da nova geração de dramaturgos formada por Moisés Neto, Luiz Felipe Botelho,
Samuel Santos, Adriano Marcena, Newton Moreno, João Falcão, Bartolomeu opina sobre a relação que a encenação contemporânea mantém com
esses escritores, pensando que nos anos 80 do século passado : “Não creio que
procurássemos dar força maior aos estrangeiros; havia teatro local cunhado a
partir dos ecos sertanejos e posturas agrestes, uma galeria interessante de
tipos e vozes deslocadas das zonas interioranas. Era como não houvesse uma voz
teatral das grandes cidades nordestinas. Entre o medievo e a desolação tropical
filtrava-se a veia dramatúrgica. Necessitávamos de uma dramaturgia que
espelhasse nossa visão, nosso entrelaçamento com o mundo que buscávamos criar,
como também o estranhamento que o mundo já erguido por outros, antes de nós,
assinalava. Quanto à dramaturgia de Moisés Neto, ele explora e apresenta o
mundo íntimo de seu autor e de sua convivência com o mundo de nosso irrealismo
teatral . Sua escritura vive disso e incorpora os efeitos e as ações desses
mundos deplorando em ambos o lado insustentável e evanescente. A ação tateante
de suas personagens retoma trejeitos e ridicularias do entorno risível e da precariedade
de nossas construções e pretensões . Espelho quebrado, enquadra o ilusório de
nossa materialidade, delimitando o espaço tragicômico do conviver, do re/criar,
gritando dissonante por afeto, compreensão e palco. Porque para maioria de nós
é penosa essa aceitação? Para maioria de nós, sujeitos normais eles podem ser
tudo menos artistas; podem até se tornar artistas. Mas, terem em si, a
verdadeira chama da criação, o desejo inesgotável do fazimento...isso nós duvidamos. No caso das criativas mentes provincianas
a proximidade não é um espaço de reconhecimento e avaliação, antes é o lugar do
desconforto diante da individualidade que se lança corajosa. Penso alto e na
defesa daqueles que hoje se lançam e lutam por espaço. Penso e escrevo
projetando muito daquilo que houve em mim, nos de agora . Penso em mim e na
poesia que necessita e deve ser aceita: a de Moisés Neto.”
Bartolomeu também assinou a montagem
da peça ATORES DO ÓRGÃO IRRESPONSÁVEL,
uma produção da TELAC e COMPANHIA DO CHISTE, apresentando três grandes atores:
Paschoal Filizola, Rodrigo Cunha e Rogério Bravo. A peça tem dois atos: ATORES
DA NOITE (texto de Carlos Bartolomeu) e O CORAÇÃO É UM ÓRGÃO IRRESPONSÁVEL
(texto de Walther Moreira Santos). O pequeno teatro Joaquim Cardoso lotou
durante várias sessões e o que se ouvia era o riso solto, descontraído e
debochado (deboches escrachados da representação).
Para se ter uma ideia, afirma-nos o cronista Dom Antônio, do que é a peça, “transcrevo a chamada nos folhetos: ´Nós sabemos o que você faz nos cinemas, nas ruas escuras, só ou acompanhado. O que você apronta nos bares, saunas e boates, na sua escola, até mesmo, no recesso sagrado do seu próprio lar´. E, conclue, ameaçando: ´E nós vamos contarrrrr´. E contam mesmo. Desnudam os ambientes gays e heteros dos mais recônditos espaços nelsonrodrigueanos (sim, vi alguma coisa de Nelson Rodrigues) de qualquer cidade metropolitana, chegando em alguns momentos a causar quase um choque, mas é tudo colocado de uma maneira tão delicada que você não sente. O teatro dirigido por Carlos Bartolomeu prova que pode ser feito um teatro alegre, humorador, engraçado, de massa, sem cair na pornografia gratuita dos espetáculos a la Cinderela cuja fórmula está cansando. Diverte com escracho e alegria. Debocha com muito humor. Pra mim sã duas as peças do ano: Poemas Esparadrápicos e Atores do Órgão Irresponsável!”
Para se ter uma ideia, afirma-nos o cronista Dom Antônio, do que é a peça, “transcrevo a chamada nos folhetos: ´Nós sabemos o que você faz nos cinemas, nas ruas escuras, só ou acompanhado. O que você apronta nos bares, saunas e boates, na sua escola, até mesmo, no recesso sagrado do seu próprio lar´. E, conclue, ameaçando: ´E nós vamos contarrrrr´. E contam mesmo. Desnudam os ambientes gays e heteros dos mais recônditos espaços nelsonrodrigueanos (sim, vi alguma coisa de Nelson Rodrigues) de qualquer cidade metropolitana, chegando em alguns momentos a causar quase um choque, mas é tudo colocado de uma maneira tão delicada que você não sente. O teatro dirigido por Carlos Bartolomeu prova que pode ser feito um teatro alegre, humorador, engraçado, de massa, sem cair na pornografia gratuita dos espetáculos a la Cinderela cuja fórmula está cansando. Diverte com escracho e alegria. Debocha com muito humor. Pra mim sã duas as peças do ano: Poemas Esparadrápicos e Atores do Órgão Irresponsável!”
Em depoimento para nossa coluna Carlos
afirmou certa vez:
“ Uma atitude conscientemente pirata é
a origem de nossa canibalizada modernidade. Somos nossa matriz. O teatro feito
por nós precisa menos dessa muleta cultural para se resolver enquanto arte.
Precisamos sim, revelarmos a nós mesmos, o quanto de subserviente e colonizado
existe em nossa artisticidade, quando
aquiescemos em reverenciar a continuidade desse modelo.
É sempre no outro, no ser ausente, de
língua estranha, de costas voltadas
pra nós que apontamos nossa busca,
imaginamos nosso acerto. Recriamos
sempre a ilusão, que tudo é mais
próximo quando instalado na casa vizinha, na
sala do adversário, no quarto das
babás importadas. Estripemos as babás e
envenenemos os seus chás. Dificilmente
a realidade artística é tomada sob nossa responsabilidade e assumida como nossa
cria. Abrimos mão de sermos fabricantes de nossa receita.”
Essa atitude diante do que nossa própria identidade criativa, mesmo
aquela que é pirateada ou híbrida. Faz do teatro de Bartolomeu algo que nos
traz de volta o jogo, o lúdico, a busca da identidade m como construção
individual que se projeta no coletivo enquanto discussão, evolução. O teatro com
sua responsabilidade social, mas também como uma brincadeira (“está bem, me
proponham a
adjetivação: séria!”, desafia-nos o
mestre), onde se faz necessário apenas, parceiros, espaço e... toda uma vida!
“O dolo é fingirmos acreditar que isso,
só é possível no quintal do vizinho.”. Assim Carlos nos coloca em xeque
dramático.
Bartolomeu é um diretor teatral eclético, que transita com
facilidade por diferentes formas de produção de espetáculos. Atualmente é
diretor artístico da Companhia do Chiste. Acredita no teatro como um fato de
palco e, assim, exerce seu trabalho tanto a partir de peças de autores
dramáticos - como Fernando Arrabal, August Strindberg, Moisés Neto, Luiz
Francisco Rebello, Jean Tardieu, Hermilo Borba Filho, Bernardo Santareno,
Alfred Jarry, Eurípedes, Jorge Andrade, José Carlos Cavalcante Borges, Plínio
Marcos, entre outros - quanto retrabalhando materiais como em A vida diva, Flash clowns e Ato negativo. Recentemente
publicou seus primeiros textos teatrais no livro Teatro Suspeito. A qualidade dos trabalhos de
Bartolomeu se deve tanto ao vivo interesse que demonstra pelo trabalho do ator,
quanto ao talento na composição rítmica da cena e na sua profunda compreensão
da riqueza e multivalência do jogo teatral. Em entrevista concedida a Wellington Jr. e Rodrigo
Dourado, Carlos declarou:
“Admitindo não haver aquilo que se convencionou chamar de
estética homossexual, acredito que a poesia é privilégio dos corações abertos
de todos os gêneros ou daqueles que porventura ainda desabrocharão. Para mim,
isto é um fato, independentemente de gostos, predileções, discussões ou
perturbações ideológicas. A obra de arte verdadeira não tem gênero,
discute-o, e não se confunde com a questão. Meu imaginário cultua Marlowe,
compreende a sua fervorosa e bélica sexualidade, dentro de um limite que intuo
ser uma revelação pessoal através de Eduardo II. Neste memorial de personas
‘superiores’, espreito uma dinâmica na organização de material ‘em construção’
– memória oral, documentos de época, gossip
- e muito, muito de inspiração arrebanhada de sua agitada vida de outsider. Poreja suor e
sêmen de seus relatos subtraídos às frestas da documentação ‘real’. Neste
sentido acompanho a via inspiradora do poeta e penso que devemos muito a ele e
à sua narrativa grandiosa de uma história de cunho homossexual. Dentre os
relatos sobre Cristophe Marlowe, diverte-me imaginá-lo espião a serviço da
corte, e que alguns tenham chegado a afirmar que ele teria sido a sombra
criadora de Shakespeare. Tal afirmativa coteja os aspectos da carreira
literária do bardo inglês às criações de Marlowe e o desaparecimento deste
insuperável criador. Eduardo II é um texto que reverencio, e nele encontramos o
espírito independente e criador de uma época, como também a política inteligente
de uma família que transgride e recria uma nação. É sempre enriquecedor
observarmos como essa família, os ‘Tudor’, dialogava com o drama na sua real
dimensão, legando à poesia do teatro de seu tempo, e a eles mesmos, uma
dramaticidade insuperável, tão iridescente quanto os ‘Médici’ na sua relação
com a pintura e escultura do renascimento italiano. Considero a definição
‘caráter homoerótico’ como um vocábulo superável dentro do tempo por vir. Ainda
nos desnorteia a certeza de que somos iguais na diversidade: heteros, bi,
trans. As inumeráveis possibilidades da sexualidade humana deslizam a meu ver
pelo transitório. O que está em constante estado de expansão é a amorosidade.
Anseio que meu texto SUSPEITO arranhe de leve tal espírito e comporte-se diferentemente
da tradição culposa e sofredora modelada por uma herança de pecado, e que se
apresenta na atualidade reencenando o embate vitima/algoz em circunstâncias
polarizadas, onde se premia a morte, a vergonha, a derrota e o medo. Observo
que na arte o compromisso moral é acessório. Insisto que o movimento da poesia
é para o alto e luminoso; e isso é um ‘compromisso’ que certo viés lúmpen
desdenha em confrontar. O compromisso em não esconder que o mundo é
transitório, suas ideologias são passageiras e no fim das coisas o que conta é
o afeto humano, e que, se existe, como bem reconheço, provisoriedade, há
sobretudo durabilidade no querer humano, quando ele não avaliza o negativismo e
a reprodução do mesmo. Há ternura e compreensão desses potenciais no meu texto.
Ela se exprime através da conversação entre corpos parecidos, todavia
diferentes em vivenciar o mundo. Cada persona que se materializa, tanto em
‘Atores da Noite’ como em ‘Ensaio Aberto’, poderia travestir sua identidade e
revelar-se no gênero oposto; o casal seria macho e fêmea, ou mulher-mulher, ou
simplesmente velho-novo, preto-branco: Clovis e Tonis. Não quero, com isso,
parecer que me desvio do fato de que minha clara opção tenha se dado por
personagens de sexualidade e desejos homo. Apresentando corpos iguais,
matizados por um desejo de iguais traço, uma metáfora sobre as energias da
carne e do espírito, e de que tais campos de força devem superar as distâncias
entre si. Minha iniciação à escritura dramática sem dúvida deve-se ao meu
mestre Isaac Gondim Filho. No meu primeiro exercício de direção realizado em
sua disciplina de – Interpretação (!) -, idos de 1972, ele observou
enfaticamente minha disposição em reescrever as cenas e as intenções por sobre
o original. O texto encenado era de Hermilo Borba Filho, Electra no Circo, que, em
1974, eu viria montar pelo TEOR (Teatro Experimental de Olinda e Recife), grupo
teatral da Academia Santa Gertrudes de Olinda. O hábito de roteirizar minhas ideias
para encenação auxiliara-me a recortar possibilidades de uma geografia íntima,
e favoreceria a desenhos de cena posteriores. Ressoam em meus ouvidos sempre as
palavras de Isaac: “Escreva, Carlos, escreva....” Lutei contra este apelo... O
temor de me revelar. Eu adivinhava que escrever para teatro seria contar a
história de minha trajetória e de vidas que eu acompanhara. A este temor
acrescente-se a ideia do sagrado e de superior da literatura, fundamental para
muitos, mas no meu conceito completamente negativo. Precisava essa ideologia
como conservadora, cunhando de privilégios a literatura em detrimento daquilo
que é a ação verdadeiramente definidora do que seja teatral: o espetáculo. A
representação sempre compreendida como uma continuação do ato de escrever,
secundário, mesmo de acordo com algumas visões, e isso criava dentro de mim uma
tensão da qual eu me evadia. Temia esse ‘para sempre’ e as responsabilidades
dele, nascidas. Há volúpia em se cultivar a imortalidade de fardão, que hoje eu
apenas acho cômica, já não me restringe, e sei que minha arte é vividamente
impregnada do intangível e do impermanente,
sendo essa natureza a motivação de raiz que estabelece minha conversação com o
teatro. Gosto dos meus roteiros, tais como os citados por você, minha visão
cubista da cena deixa-me completamente à solta frente aos textos... Esta visão
possibilitou-me arriscar a criação literária. Por causa dessa visão, revisitei
com encenações diferenciadas textos por mim já realizados. Ubu rei, de Jarry, foi um
exemplo. Atualmente Atores
da noite reapresenta-se sob uma ótica diversamente oposta da
montagem inaugural que havia em Atores
do órgão irresponsável. Minimalista, lírica, atrelada a uma
auto-ironia melancolicamente cinematográfica e onde o grande recurso da cena
são os corpos de atores a meio caminho entre dança e teatralidade.”
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