Pesquisar este blog

quarta-feira, 4 de junho de 2025

QUEM MATOU ANDY WARHOL? CORDEL de Moisés Monteiro de Melo Neto

 

QUEM MATOU ANDY WARHOL?

 

CORDEL de Moisés Monteiro de Melo Neto





 

1  - Warhol é o nome dele 

não importa se é trapaça

 tudo aquilo que ele fez

 muitas estrelas de graça

 inventou a superestrela!

é verdade ou é uma farsa?

 

2  - Spinoza diz assim:

pessoas querem seguir alguém

 Warhol perseguiu isso

Midas do nada e além

 ele refletiu o “nada”

 ficou nesse vaivém

 

3  - O vazio desse mundo

 De tanta banalidade 

Máscaras e camuflagem

 Céus, é tanta falsidade 

ideias sem conclusões

 fingem até moralidade

 

4  - Difícil compreensão

 Desde a Bíblia era assim

 Fama é construção vazia 

Tanto faz boa ou ruim

 banalidade é um vício 

Que mesmice, ai de mim!


5  - Sou um cordelista menor

 Um poeta professor

Eu sei que estudo tanto

 Com diploma de doutor

 Prefiro sempre a arte 

Apenas pesquisador

 

6  - Quem se rende assim à fama (e convence a si que não)

faz disso até terapia

Não se cura assim em vão

 Pai do Pop ensinou

E virou assombração

 

7  - Warhol nos demonstrou 

A arte é “desilusão”.

Modernismo arte cura

pós-modernismo é que não 

o pai do Pop era um monstro

 baleado foi ao chão

 

8  - Não acharam o assassino

 Esse cordel busca pistas 

Que o que fizeram com ele 

Fazem muito com artistas

Botam a gente embaixo, em cima

 Tratam como só turistas

 

9  - Eita, coisa violenta!

 Fi da peste, coisa e tal 

Isso é inacreditável 

Mas até sensacional historicista

 semiótico faz o zen e faz o sal


10  - Coisificar feito Marx

 Revolucionário, pois é

 Ou é um reacionário 

Andy Warhol ou Zé

É tanta coisa no pop! 

Pé de coelho ou chulé

 

11  - Pós-modernistas não sei

 Se sou ou nunca ninguém 

“mudar” a sociedade, pra quê? 

Se tudo é mesmo aquém 

Vigarista, alma sebosa

Os santinhos de vintém

 

12  - Apontaram os suspeitos 

De matar o Pai do Pop

Oh, por favor, nem me digam 

Oh, por favor: não me dope 

Que eu já ando muito doido 

Vê se vira: desentope!

 

13  - Ele era menos masoquista? 

“Cívico” e semiótico

Parecia verdadeiro 

Mas era até utópico

Nos jogos vorazes da vida

 Eu aposto no distópico

 

14  - Morava na dialética

ser ninguém, ser superestrela c

omia até caviar

bebia leite de camela 

(Só a fama interessava) 

descartável descabela


15  - Máquina, “metáfora Deus” E

le gostava mais de representar

 mais coisas do que pessoas

isso pra modernizar

e a coisificar o homem sim,

 se despersonalizar

16  - Defender-se do sentimento

 Brincar de “não ser nada”

tão e não enigmático 


Inconsciência calada Nega a inquietação:

“Me sinto como nada”

 

17  - Sentimentos inquietantes

 Melhor lidar com eles

A “Arte em Série” é legal 

pós-modernismo daqueles! 

Vamp, Andy copiou famosos 

refez originalidade deles

 

18  - Recusa originalidade 

Humana dos “coisificados

” ninguém muda (por dentro?)

 se repetem copiados coisificação do destino

 parecem até uns tarados

 

19  - Cópia mantém o status 

Fama é só aparência

Preste atenção, meu irmã

o Erótica consciência

Nesse jogo niilista

À rotina? Resistência!


20  - A ironia indiferente 

Que  o extremo produz 

Arte é jogo trivial

fácil de jogar e ter luz 

Forjar persona pública 

fugir na hora da cruz

 

21  - Ver como os outros o viam 

Caixão-fotografia, sabão

 Garrafas de Coca-Cola 

Tampinhas, dólar, chavão

 Epítomes (resumos)...nem sei ...

 da falta de compaixão?


22  - Transformando tais objetos

evidenciando-os 

em ilusões de sentido

 ilusões sem sentidos jogos

Ah,  Warhol

 masoquistas ou sádicos?

 

23  - Falha trágica é 

arte “levada a sério”?

desejo de fama, piada perversa

 desejo de morte, Mistério 

Andy Warhol (endiuarrôu)

 Nunca um deletério?

 

24  - Começam a tentar matá-lo 

Valerie Solanas, foi

feminista radical,

lésbica escritora, atriz:oi!

abusada na infância, pelo pai

 Rebelou-se por aí, e “apoi”!


25  - Prostituiu-se, fez tudo

 Teve um filho aos 16 

graduou-se em Psicologia.

trapaça é a condição da fama, eis! 

narcisismo da sociedade

Ela: digo bem a vocês

 

26  - Fama teatraliza

 sentimento de ser nada

 não libera o artista disso!

Coisifica, nunca parada

é tão real (na vida interior)

 satisfação pessoal na jogada

 

27  - Por que matar o Pai do Pop? 

Ela tentou, nele acertou

Ele colecionava 

pessoas e coisas, ela ousou 

num tipo de teatro

foi ela que atirou!

 

28  - Ah! “possibilidades abandonadas”

 “superstar”, ela previu

sob máscaras tragicômicas

de sentimentos (mas deduziu?)

de destruição reprimidos,

 um “final-fetiche”: viu?

 

29  - Tal teatralização permitia

 “fugir” da autocrítica

Teatralizar modos de vida 

pós-moderna, elíptica!

Pai do Pop sobreviveu 

Como a fugir, fica a dica


30  - A assassina no teatro farsa 

Fama. Rejuvenesce? Não

na realidade pós-moderna? 

Celebridade: prazer, (des) razão?

Alguém se torna famoso

 por estar “escondidão”.

 

31  - Celebridade narcisismo 

Picasso com “novas verdades” 

sobre a vida: Warhol cópias

a terapia era fútil, nas cidades

 vida “é destino”. teatro 

(indiferentes futilidades?)

 

32  - Não arte como terapia 

Pós-moderno Pai Pop 

Sobreviveu para (re)contar 

Morte: lento galope

Pai das patologias 

abusa humano ou stop!

 

33  - Como no seu filme Trash

celebridade é Nero

Toca e Roma incendiando

SimpsonsShrek? Insincero 

sinceridade falsa (ou cinismo) 

Caráter? Convicção? não espero!

 

34  - Artistas não sabem quem são?

 Hoje é meio assim?

Pra uns celebridade basta 

Sinceros, não? “vácuo”, sim

 Sem limites: sincero e falso

 “incompreensível”, enfim?


35  - Sociedade pós-moderna 

Sem relações sinceras?

Taylor Swift pra vender? 

zoológico de clones eras 

Olhares que não interagem

 autoridade? Que esperas?

 

36  - Proteja-se da perda audiência

 autoglorificação 

seja megalômano schizo

15 minutos de fama? Tesão! 

O Pai está morto e aí?

Não o matou sua explosão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário