Pesquisar este blog

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Com Ferreira Gullar ou sem... a vida bate!


Não se trata do poema e sim do homem
e sua vida mentida, ferida, a consentida
vida já ganha e já perdida e ganha

outra vez em sôfrego pulsar entre constelações
e embrulhos, entre engulhos.
Ó verdade, ó fome de vida!
O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da cidade.
E estamos na cidade...
...sob as nuvens e entre as águas azuis.
A cidade. 
Recife...vista do alto,
com seus bairros e ruas e avenidas, a cidade
é o refúgio do homem, pertence a todos e a ninguém.
Mas vista de perto, revela o seu duro presente, sua
carnadura de pânico: as pessoas que vão e vêm
que entram e saem, que passam
sem rir, sem falar, entre apitos e gases. 
São pessoas que passam sem falar
e estão cheias de vozes
e ruínas . 
E passamos
carregados de flores sufocadas.
Mas, dentro, no coração,eu sei,
a vida bate. Subterraneamente,
a vida bate... clandestina esperança
misturada ao sal do mar
que me sustenta
esta tarde, debruçado à janela...


Ferreira Gullar e Moisés Monteiro de Melo Neto:
intertextualidades poéticas libertinas no Recife


Nenhum comentário:

Postar um comentário