O texto é de Moisés Monteiro de Melo Neto, Professor Doutor em Teoria da Literatura, ator, escritor premiado, pesquisador, que interpreta Padre Cícero, e conta com a participação do ator Douglas Duan, que interpreta o Inquisidor. A direção é de Rudimar Constâncio e retrata vários aspectos da vida de Padre Cícero Romão Batista, importante e polêmico líder religioso brasileiro, nascido no Ceará e que faleceu em 20 de julho de 1934, aos 90 anos de idade, em Juazeiro do Norte, cidade onde está sepultado, atraindo a cada ano milhares de romeiros, que a ele atribuem realizações de milagres.
Padre Cícero nunca obedeceu, como devia, aos repetidos Decretos do Santo Ofício a seu respeito e os de 4 de abril de 1894, declaravam falsos os pretensos milagres de Juazeiro e os apontava como “indigna comédia” e em 19 de fevereiro de 1897, impôs ao padre afastar-se de Juazeiro, sob pena de excomunhão, o que aconteceu pela Carta do Núncio Apostólico de 14 de abril de 1917, há 100 anos atrás. Em 1889, conta-se que, durante uma missa na igreja de Juazeiro (CE), a hóstia consagrada por ele transformou-se em sangue na boca de uma mulher. A partir daí foi considerado um “milagreiro”.
Desde o início a Igreja Católica, não concordou com os acontecimentos, considerando-o como místico e o proibindo-o de exercer o sacerdócio. Ele foi prefeito da cidade de Juazeiro por 15 anos. Morreu no ano de 1934, tornando-se uma das principais figuras religiosas da história do país e é considerado um santo, mesmo não sendo reconhecido pela Igreja Católica Romana, por muitas pessoas religiosas, principalmente do Nordeste brasileiro e em dezembro de 2015, o papa Francisco, emitiu um documento perdoando Cícero pelas punições impostas pela Igreja entre os anos de 1892 e 1926, e, esta forma, possibilitou sua reabilitação do padre Cícero Romão Batista dentro da Igreja Católica.
Muito mais do que um drama folhetinesco sonoro, Moisés pretende estimular a imaginação dos ouvintes, a sonoplastia, a cargo do operador de áudio Anderson Ricardo, enriqueceu a peça com sons e ruídos, como trovões, sinos, passagem de tempo, passos e efeitos os mais variados. É um novo espaço que se reabre aos atores recifenses nesta época de crise nos palcos. Moisés já tem engatilhada outra peça: DELMIRO GOUVEIA (texto seu que ganhou prêmio de Dramaturgia oferecido pelo Governo do Estado de Pernambuco nos anos 80. O projeto, segundo a gerente da emissora, Marise Rodrigues, pode ser o início de um novo espaço para a cultura na Folha FM, que pode abrir novos espaços a esse tipo de trabalho a partir de agora, ressurgindo os tempos do rádio teatro, que forjaram grandes nomes da nossa tele dramaturgia.”
http://www.folhape.com.br/radio-folha/radio-folha/geral/2016/11/23/NWS,7477,73,466,RADIO-FOLHA,2431-FOLHA-APRESENTA-RADIOTEATRO-SOBRE-VIDA-PADRE-CICERO.aspx
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