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sábado, 20 de dezembro de 2014

Moisés reencontra Ramses




Moisés parece um cavaleiro das Cruzadas?

Assistam ao filme de um mestre; porém ÊXODO não é um grande filme, Ridley Scott dedicou-o ao seu irmão, Tony, que dirigiu meu querido FOME DE VIVER. Os atores de Êxodo estão pouco à vontade no meio de um filme que titubeia entre a fé e a incredulidade. Não é fácil assistir Anne Baxter no filme antigo interpretando a mulher do faraó e agora ver uma atriz completamente incompetente no mesmo papel. A cena do Mar Vermelho tem até grandes sacadas, mas não salva o filme de uma catá...strofe. Sigourney Weaver e Ben Kingsley estão fracos. O roteiro é mais furado que peneira e o riso involuntário permeia toda a obra. O 3D só ratifica a nossa civilização digital afogada em bobagem, mas online 24h por dia. Deus, num efeito anti-Michelangelo (que representou Deus como um velho, no teto da Capela Sistina), é representado por uma criança abusada, e cabe ao texto de Ramsés questioná-lo: "como adorar um Deus que mata crianças?". Moisés não recebe o anátema (Não passarás o Jordão!), e continua sua jornada depois do bezerro dourado, sem destruí-lo; ah, sim: o filme tem até questionamentos políticos- ideológicos...
Não é fácil inovar uma história como essa; vi Ramsés II no Cairo (a múmia, é lógico), cabelos, dentes, nada mal para quem está com mais de 3 mil anos. Então Moisés reencontrou Ramsés no mesmo lugar de antes. Risos e sisos à parte.
Por que então os convido a assistir ao filme? Repito: é dirigido por um mestre. Ele deve ter pedido tantas mudanças no roteiro e pode ter sido "vítima" do que houve antes com o seu Blade runner, que a Warner, na primeira versão, a do cinema, introduziu um final feliz, com cena de O Iluminado, de Kubrik, se bem me lembro.

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