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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

DESEJO de VOAR ou RINALDO por ELE MESMO


 

Entre o ser humano e a pedra cotidiana
é preciso e urgentíssimo reinventar a
poeticidade sem fronteiras. Com os pés
no chão da artevida os desafios
das linguagens intervisuais: desenho,
pintura, gravura, escultura, cerâmica.
Dialogismo das artes expandidas.
DESEJO DE VOAR que atravessa, percorre
e transfigura mitologias da Grécia para
Toritama, perpassando os NÓS de nossa
historicidade. Ninguém ousaria replicar
influências que se transmutam:
do muralismo mexicano aos cordeis
de J. Borges. O voo de Ícaro redescobrindo
correntezas e labirintos de João Cabral,
Samico, Picasso, Miró...
Transe por diferenciações.
Eles sempre souberam voar com os pés
no território de carências e vontades.
O artista se condensa no tempo: antes e
agora. Sujeito singular de pluralidades.
Não deseja ocultar-se em Brasília:
- “Eu vi, porque fui pra lá”. Coragem.
Sua visão entre abismos imaginários:
- “O olhar contorcido pela úmida razão”.
Jamais iludir-se com a fogueira dos
racionalismos explicativos. Dominadores.
Por todos NÓS que raramente conseguimos
escapar do império dos sentidos e outros
devaneios narcisistas persistentes.
Nosso RINALDO continua apostando no
EX-PERI-MENTAL sem dono nem propriedade,
desdobrando-se de olhos abertos para
os mistérios do mundo.
Porque ELE sabe voar agora e sempre.
JOMARD MUNIZ DE BRITTO

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