Denys adentrou o barroco
com a intimidade de um amigo, recriou o medieval em estertor do século XV ao hoje nunca mais. Na peça que
assisti hoje, no Teatro de Santa Isabel, Recife, sentado em posição de lótus (no
palco com 120 pessoas), Deus convoca o
personagem coletivo Todomundo a prestar contas de todos os atos de sua
existência.
Mas para quem pensa que nosso Denys está em ato de contrição, ele
vai logo partindo para outra: “uma obra
impura, entre católicos, evangélicos, espíritas, budistas, judeus, maometanos,
xangozeiros, umbandistas a provocar o improvável baile ecumênico em nome de
Deus e da subida à Casa do Criador.Nossa peça híbrida, plena de corpos
alegóricos e alegorias, caracteriza-se pela citação e pela homenagem. Reaviva e
reafirma o barroco sem nenhum pudor; reforça a sua amplidão de assuntos, sua
dilatação de temas, seu poder a-histórico, sua dimensão miscigenada, sua
interpenetração e acomodação a nossa cultura, brasileira, latina, contemporânea”.
Adoro Denys.
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