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sábado, 29 de novembro de 2014

Foi sem querer, querendo: a morte de Bolaños

Nunca fui fã do ator mexicano, intérprete Chaves e Chapolin, que morreu ontem. Soube  que  devem levar flores brancas os que forem ao seu funeral. Roberto Gómez Bolaños será velado no Estadio Azteca. Ah! Falar de um último adeus! E logo de um homem que foi a estrela do programa mais visto da TV de um país dramático como o México! A emissora Televisa diz que foi dublado em 50 idiomas, o tal produto.
Por que as pessoas gostam tanto de Chaves?

Uma imagem icônica que merece interpretações contraditórias

Uma coisa eu acho boa: ele não ria. Não gosto de comediante que ri em cena. Como bem nos lembra, em relação ao poema,  João Cabral de Melo Neto, é o receptor que deve se emocionar (lembra-nos Cleise Furtado, estudando Bergson ,que admiro: "O cômico parece só produzir o seu abalo sob condição de cair na superfície de um espírito tranqüilo e bem articulado. A indiferença é seu ambiente natural. O maior inimigo do riso é a emoção. Bergson faz eco às mais antigas concepções psicofisiológicas sobre o efeito cômico. O riso é um tremor, um terremoto, uma convulsão do corpo. No entanto, desde as primeiras observações filosóficas desse efeito, atrepidação causada pelo riso foi vista justamente como turbação ou impedimento da faculdade de pensar. Platão e Aristóteles, que em tudo o mais divergem sobre causas, efeitos, valor e sentido do riso, concordam quanto a isso. Ao movimentar o diafragma, barreira entre a parte alta ou nobre do corpo e o baixo digestivo, sexual e excrementício, o riso causaria uma espécie de contaminação do "centro frênico" (centro do pensamento) por humores nocivos ao raciocínio e à capacidade de julgamento. Então, já temos aí um desacordo. O abalo do riso impede o sentir, ou o pensar?").
Vila Sésamo mexicana era mais amarga; Chaves tem algo do Gugu (dessa outra Vila) e aquela turma tem algo da turma de Garibaldo.
A pobreza e as tiradas do programa mexicano traziam o politicamente incorreto a um patamar aceitável.
Como toda unanimidade é burra, nos lembrava o recifense Nelson Rodrigues: Touché!
Saudemos um artista que se foi. Será eterno enquanto sua obra permaneça em releituras infinitas.


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