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sábado, 29 de novembro de 2014

A lua em poemeto moisesneto




Por um potente telescópio em Olinda
Hoje vi o lado escuro da lua crescente
E foi  mais misterioso ainda: diferente

Foi sem querer, querendo: a morte de Bolaños

Nunca fui fã do ator mexicano, intérprete Chaves e Chapolin, que morreu ontem. Soube  que  devem levar flores brancas os que forem ao seu funeral. Roberto Gómez Bolaños será velado no Estadio Azteca. Ah! Falar de um último adeus! E logo de um homem que foi a estrela do programa mais visto da TV de um país dramático como o México! A emissora Televisa diz que foi dublado em 50 idiomas, o tal produto.
Por que as pessoas gostam tanto de Chaves?

Uma imagem icônica que merece interpretações contraditórias

Uma coisa eu acho boa: ele não ria. Não gosto de comediante que ri em cena. Como bem nos lembra, em relação ao poema,  João Cabral de Melo Neto, é o receptor que deve se emocionar (lembra-nos Cleise Furtado, estudando Bergson ,que admiro: "O cômico parece só produzir o seu abalo sob condição de cair na superfície de um espírito tranqüilo e bem articulado. A indiferença é seu ambiente natural. O maior inimigo do riso é a emoção. Bergson faz eco às mais antigas concepções psicofisiológicas sobre o efeito cômico. O riso é um tremor, um terremoto, uma convulsão do corpo. No entanto, desde as primeiras observações filosóficas desse efeito, atrepidação causada pelo riso foi vista justamente como turbação ou impedimento da faculdade de pensar. Platão e Aristóteles, que em tudo o mais divergem sobre causas, efeitos, valor e sentido do riso, concordam quanto a isso. Ao movimentar o diafragma, barreira entre a parte alta ou nobre do corpo e o baixo digestivo, sexual e excrementício, o riso causaria uma espécie de contaminação do "centro frênico" (centro do pensamento) por humores nocivos ao raciocínio e à capacidade de julgamento. Então, já temos aí um desacordo. O abalo do riso impede o sentir, ou o pensar?").
Vila Sésamo mexicana era mais amarga; Chaves tem algo do Gugu (dessa outra Vila) e aquela turma tem algo da turma de Garibaldo.
A pobreza e as tiradas do programa mexicano traziam o politicamente incorreto a um patamar aceitável.
Como toda unanimidade é burra, nos lembrava o recifense Nelson Rodrigues: Touché!
Saudemos um artista que se foi. Será eterno enquanto sua obra permaneça em releituras infinitas.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O Chatô assombrado

Eu não gosto do que se tornou a produção cultural dependente da Lei de “Incentivo”; mas o caso Tribunal de Contas da União versus o filme "Chatô"(anos 1990) me traz curiosidade; o diretor Guilherme Fontes vai ter que devolver R$ 60 milhões ao tal Fundo Nacional de Cultura, por não ter exibido o filme(detalhe: ele só captou cerca de R$ 8 milhões (atuais R$ 60 milhões).

A Ancine nega que "Chatô" esteja pronto, mas o diretor diz que as exibições começam dezembro.
Será?
Parece malassombro. 


quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Filme que aconselho você a assistir : TESS

Baseado no romance de Thomas Hardy, Tess (Nastassja Kinski) é uma jovem que foi enviada para morar com parentes nobres distantes. Lá, ela é seduzida e abandonada por seu primo. De volta a fazenda onde morava, Tess terá que enfrentar a discriminação e a hipocrisia da sociedade diante sua gravidez inesperada. 

Ficha do Filme:
Título original:(Tess)
Título no Brasil: Tess - Uma Lição de Vida
Lançamento: 1979

Direção: Roman Polanski
Gênero: Drama/Romance
Origem: França/Reino Unido
Duração: 172 minutos

O GOLPE DO FGTS

Ainda chocado com o golpe que o Governo Federal vai dar no FGTS do povo: patrões inadimplentes vão ser perdoados.
Brasil!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O papa e os negros

Duas notícias frescas fizeram-me estabelecer novas pontes nesse mundo globalizado e tão cheio de Marketing que parece que a propaganda é averdadeira existência (poste logo).
A 1ª é sobre o discurso do Papa Francisco  pedindo que a Europa aceite imigrantes e criem mais empregos (tudo tem sido feito? Milagres acontecem, quem não fala Deus não ouve etc.).
Jesuítas escolhem o novo Papa Negro - Quem é o Papa Negro? - O Código da Vinci
Os jesuítas educam brasileiros há quase 5 séculos


A outra foi o caso da morte do negro Michael Brown (desarmado), executado por um policial branco nos EUA. A justiça recusou-se a indiciar o oficial.
Um clamor por justiça permeia os dois discursos, não é?

Dias estranhos, mesmo?
Ora, devemos analisar bem as coisas: mas,temos tempo para isso?
Nosso tempo é digital, porém ainda há algo das cavernas em nossa existência antropológica.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Espresso no espaço e outras curiosidades sobre humanos que me deixaram assim assado, ontem


Enquanto o Papa Francisco discursa no parlamento Europeu e causa comoção, nos EUA, oh meu Deus, um garoto de 12 anos foi executado por policiais porque estava com uma arma ameaçando a população e não obedeceu a ordem de largá-la e erguer os braços. Já em Portugal, nossa ex-madrasta, o ex-1º ministro, José Sócrates(!), está preso por corrupção, ele tem 57 anos e isso acontece pela 1ª vez  na terra de Camões e Fernando Pessoa, ai que giro!
Enquanto aqui embaixo ficamos boquiabertos com nossa capacidade de babaquice, uma astronauta italiano levou uma máquina de café para tomar o 1º café espresso no espaço, mamma mia!



Ontem terminou o acordo entre o Irã e as potências  ocidentais (que querem a desativação das centrífugas iranianas de energia nuclear); os iranianos querem o fim do bloqueio comercial e dizem que têm uma arma poderosa (as potências também, e aí?).
O novo rei da Fórmula 1, Hamilton,  é um mulato bom e nosso Massa ficou em 2º por segundos.
Chove na seca de São Paulo.
E comemora-se, nas forças armadas, os 70 anos da batalha de Monte Castelo, na 2ª Guerra, na Itália, onde brasileiros venceram alemães numa batalha que durou 3 meses. As lembranças dos italianos incluem o mingau que nossas tropas ofereciam aos conterrâneos de Michelangelo. 
Valeu a pena? Tudo vale, nesse vale de...

domingo, 23 de novembro de 2014

Rei Lear: experimentalismo nos palcos do Recife





Assisti ontem ao espetáculo Rei Lear, no Teatro Apolo, Recife, dirigido pelo carioca Moacir Chaves, com Paula de Renor, Sandra Possani e Bruna Castiel. Um exercício de linguagem teatral. O original é de 1606. Nessa montagem temos um teatro NARRATIVO. Não é fácil romper com a máxima da cena que é a ação. Muitos já tentaram (alguns com sucesso). É interessante a participação, ao vivo, dos músicos Samuel Nóbrega e Tomás Brandão, executando a trilha criada por eles para a peça. A iluminação e o cenário (Aurélio de Simoni e Fernando Mello da Costa, nessa ordem) também são um caso à parte. O figurino (Chris Garrido)  faz-nos lembrar o ator como um funcionário da cena.

Voltarei ao assunto.


sábado, 22 de novembro de 2014

Reaja , Lulu Santos






Chegando agora de um show do Lulu Santos; gosto muito da poesia pop desse sujeito. Recife dançou em paz e amor durante 2 horas. Foi bom.

JOÃO DENYS ARAÚJO LEITE: Plateia sobre o palco, idade média, idade mídia no Recife



Denys adentrou o barroco com a intimidade de um amigo, recriou o medieval em estertor  do século XV ao hoje nunca mais. Na peça que assisti hoje, no Teatro de Santa Isabel, Recife, sentado em posição de lótus (no palco  com 120 pessoas), Deus convoca o personagem coletivo Todomundo a prestar contas de todos os atos de sua existência. 
Peça explora o universo barroco / Divulgação

Mas para quem pensa que nosso Denys está em ato de contrição, ele vai logo partindo para outra:  “uma obra impura, entre católicos, evangélicos, espíritas, budistas, judeus, maometanos, xangozeiros, umbandistas a provocar o improvável baile ecumênico em nome de Deus e da subida à Casa do Criador.Nossa peça híbrida, plena de corpos alegóricos e alegorias, caracteriza-se pela citação e pela homenagem. Reaviva e reafirma o barroco sem nenhum pudor; reforça a sua amplidão de assuntos, sua dilatação de temas, seu poder a-histórico, sua dimensão miscigenada, sua interpenetração e acomodação a nossa cultura, brasileira, latina, contemporânea”. Adoro Denys.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Um profissional em relações públicas afirma-se escrevendo e atuando


(palestra proferida pelo Prof. Moisés Neto na Escola Superior de Relações Públicas – Esurp, como aula de encerramento)

            O RP ao administrar o relacionamento e a comunicação do cliente, trabalha com a opinião pública, daí a necessidade de um bom texto e de estar atualizado com várias informações em muitas áreas. Uma das suas tarefas é humanizar a imagem dos seus clientes. Tem sido assim desde 1914, quando Ivy Lee cunhou este termo (Relações Públicas) nos EUA.  No Brasil, o primeiro Curso foi em 1953, na Fundação Getúlio Vargas e já apontava para o fato de que caberia ao RP harmonizar expectativas entre o seu cliente e os diversos públicos: conciliar, afinar, ajustar, sintonizar, através de uma gestão estratégica  de relacionamentos.  E como se dá isso?  Através da comunicação de textos.  Elaboração de slogans, etc. É importante também a atitude performer da oratória nestes casos. A desenvoltura.  Para isso o RP tem que tirar partido de vários recursos (dicção, postura, comando...)
Trata-se de um trabalho em conjunto: uma boa ideia e como apresentá-la. Então a busca pela cultura geral, o lançamento de propostas, o bom-senso, o controle emocional, a criatividade ao elaborar estratégias, tudo isso se mistura à imagem do RP com suas técnicas de comunicação verbal e não-verbal. Faz-se necessário trabalhar suas dificuldades no que diz respeito ao seu perfil intercomunicativo (barreiras a transpor).
Para se manter bem informado é preciso ler: jornais, livros, revistas e estar sempre conectado a sites, blogs (a blogosfera é uma aliada fundamental do RP), enfim: fazer parte de uma grande rede. Da sua capacidade de criação e interpretação (nos mais diversos gêneros textuais, literários), vem o seu sucesso, cabendo ao RP solucionar e não ser problemático: “Usar” o produto do cliente, conhecê-lo, para poder ter base sólida em sua estratégia de ação. Ser cúmplice, promover o bom relacionamento entre as interfaces. Organizar bem uma equipe, saber que o cliente tem sempre razão, mas isso nem sempre acontece.
Procuramos em nossas aulas observar regras de produção de textos, dicção, postura, como se comunicar em público, utilizando, para isto, vários gêneros e modalidades de escritura, reconhecimento de um público-alvo (de acordo com a ocasião).
Levamos em consideração a qualidade de reputation manager (gerente de reputação) do RP (num mundo onde a cada dia estes profissionais se tornam tão fundamentais). A ESURP assume noções de responsabilidade social, sustentabilidade, gestão qualificada, comprometimento, inovação, transparência, formação de opinião. Sabendo que cabe ao RP lidar com funcionários, fornecedores, poder governamental e público em geral, tratamos de estabelecer pontos de apoio que facilitem a carreira deste profissional que tem a árdua missão de manter  boas relações entre as pessoas.
Produtos, parceiros, tudo trabalhado em conjunto numa época em que os meios de comunicação estão em constante mudança: o que cabe ao RP?  Articular, através de um texto e visualização eficientes, informações, e, ter sempre uma carta  na  manga para  lidar com o mercado, que exige respostas rápidas e eficientes  diante dos problemas em diversos setores. No mundo do vale-tudo dos adversários, cabe ao RP buscar o que há de comum entre as partes, zelando pela reputação e imagem do seu cliente, às vezes até como coordenador de uma equipe (que inclui o jurídico, o pessoal da tecnologia, etc.): e como?  Evitando meias-verdades, não tomando nada como “pessoal”, fazendo a si mesmo todas as perguntas, antes que elas surjam (vindas dos outros) e ciente de que: se, não quiser que ninguém “saiba” de algo, é melhor não fazê-lo.
A comunicação do RP deve mostrar segurança e leveza, ao mesmo tempo deve estar permeada de determinação, lembrando que toda crise é também oportunidade para crescimento. Deve ser texto de quem luta para divulgar “boas ideias”, de quem faz as coisas “acontecerem”, de quem pesquisa e se aprimora para escrever bem e atuar no mercado  de modo convincente e  eficaz  diante de obstáculos e desafios, driblando aspectos negativos, assumindo  posicionamentos, utilizando bem suas ferramentas,  instrumentos, executando  estratégias, blindando, dando apoio, auxílio técnico e profissional ao cliente e até neutralizando (com o poder da imagem e do discurso) as opiniões contrárias,  tudo dentro da mais discreta confidencialidade.
Ativo e participativo: é como nós, que formamos a ESURP, queremos você, caro RP, ou secretário, dono de um estilo próprio. Pronto para uma troca comunitária e recíproca no mundo de hoje, onde a mídia é tão fundamental.
Twitter, Orkut, Facebook e o que mais vier. De posse ou não do melhor blackberrie, ou com o mais atual modelo de Iphone, o que vai importar mais é o seu raciocínio (ao navegar nessas e em outras possíveis novidades) e a consciência para saber lidar com novas e antigas “regras” das Relações Públicas diante da Responsabilidade Social Corporativa (educação, meio ambiente, compromissos com a sociedade).

Ajudar você a aprimorar sua comunicação diante do público, eis a nossa meta. Por uma vida social saudável, consciente, bem escrita e bem transmitida nesta nova década que se inicia (os anos 10) com as marcas da sustentabilidade social, econômica, cultural e ambiental. Que seja você um bom profissional com projetos para toda a vida, com a ousadia de quem se apoia no passado e ousa o futuro, sempre. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Renato Duque e Angelina Jolie: armas e negócios escusos



Enquanto o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, recebe R$ 1,6 milhão só de uma das empreiteiras, a UTC Engenharia e diz que "criou empatia” (!) com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, com quem mantinha constantes “encontros” de cunho social, era pessoa de agradável “convívio'", lá para banda dos EUA, nossa bela Angelina Jolie, que já fez tantos filmes com propaganda de armas (ao lado do marido Brad Pitt ou com outros), avisa que está cansada de tantos milhões de cachê e quer... aposentadoria.

Ah! Mundo, mundo, se eu me chamasse Raimundo...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Focas tentam estuprar pinguins e como não conseguem, devoram-nos

Fiquei intrigado com essa notícia: Cientistas na região do sub-antártico surpreenderam-se ao flagrar  focas  tentando estuprar pinguins. As informações estão noThe Huffington Post;  não conseguindo, elas matam e comem  os bichinhos. 

sábado, 15 de novembro de 2014

Saint Laurent


Assisti  ao filme sobre o estilista francês Yves Saint Laurent, uma cinebiografia por Bertrand Bonello; aconselho/ recomendo.
Nosso badalado Saint é representado por Gaspard Ulliel  e seu amante, Jacques, por Louis Garrel; há cenas absurdas, como a do o cachorro de estimação que come a droga (de Yves) e morre de... overdose. Já o amigo e sócio Pierre Berger (da Maison Saint Laurent), ainda vivo, não gostou muito este segundo filme, não autorizado por amigos e/ ou parentes. Não é fácil abranger várias décadas num filme. O roteiro optou por enfatizar os anos 60 e 70.
Há todo aquele clima que se espera de um filme francês. Estilo, às vezes, é tudo, não é?

BALADA LITERÁRIA 2014 (www.baladaliteraria.com.br)


EM SÃO PAULO:  “UMA NOITE COM JOMARD” 

Uma homenagem ao escritor JOMARD MUNIZ DE BRITTO

Terça-feira, 18 de novembro, às 20h30, na Casa das Rosas (Av.Paulista,37).

– Exibição do curta-metragem filmado em super-8  O Palhaço Degolado (1977)

– Entrevista com Jomard feita por FREDERICO BARBOSA, MARCELINO FREIRE e CLAUDINEY FERREIRA
Nascido em 1937, Jomard Muniz de Britto, professor, cineasta e autor (para enumerar poucas, de suas inúmeras atuações), é reconhecido por Gilberto Gil como um dos pilares da Tropicália. Jomard, segundo Caetano Veloso, “é uma dessas pessoas em constante movimento que, para mim, catalisa no Recife uma série de movimentos da alma entre muitas pessoas”.

 Nesta noite, acontecerá também o lançamento de seu mais recente livro

 “ENCONTROS – JOMARD MUNIZ DE BRITTO” da Editora Azougue.

https://profmoisesneto.blogspot.com.br


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

O grand monde luta por dias melhores no planeta?

Em Brisbane (Austrália), no “G20” representantes de 20 países “desenvolvidos” e/ou “em desenvolvimento” curtem o final de semana transando “economia global” (está pronto seu lobo?). Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, EUA a famigerada União Europeia, mas há convidados de outros países . 

Reuters
 Obama segura um coala, o encontro segue

São 4.000 delegados e 3.000 membros da imprensa. É o toma lá dá cá da comunidade internacional. Sparks Will fly! Esse  debate econômico é um jogo de cartas marcadas? Ali estão 90% da economia mundial (quase dois terços da população do globo) e a conversa é séria: do tipo “crescimento sustentável” (de preferência no baixo clero, já que, por exemplo, os EUA não se curvam jamais!). Esse ano vai ser proposto um pacote mundial de “estímulos para fazer a economia crescer”.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Programação da FLIPORTO 2014 (o evento perdeu a grande tenda e restringiu acesso)

https://profmoisesneto.blogspot.com.br



Dia 13 de novembro
19h30
Abertura:
Lya Luft e Vicente de Britto Pereira:
O valor da vida

Quando, ao lançar Perdas e danos, perguntou-se a Lya Luft, numa entrevista, sobre o que é mais importante na vida, ela não titubeou: "Primeiro, a vida é mais importante do que a literatura", e, por fim, disse as coisas que considera as mais importantes na vida: "afetos e a decência". Portanto, sobre os valores vitais e sobre a vida valorada a cada dia é do que tratará esta conversa, imperdível.

Dia 14 de novembro14h
Cláudio Assis, Xico Sá e Hilton Lacerda, com mediação de Isabela Cribari
Cinema e literatura: casamento suspeitoso, união estável ou de conveniência?

Desde pelo menos 1898, quando os franceses adaptaram Dom Quixote, a 2014, quando o Big Jato, de Xico Sá virou luz e ação de cinema, incontáveis horas e películas se ocuparam de obras literárias. Mas o que significa essa relação? Que liberdade ou libertinagem se permite um cineasta quando lê ou relê um texto? O que é melhor para um filme – ser fiel ou infiel ao livro? E um escritor – o que fica devendo ao cinema?

16h
Carina Rissi e Margaret Stohl, com mediação de Ju Costa:
Como seduzir o leitor e mantê-lo fiel.
Os escritores que a crítica mais elogia não raro têm pouco interesse por suas interpretações ou devotam um desdém solene ao que dizem deles. No outro extremo, os de grande sucesso de público parecem ter um caso de amor com o leitor. Um pouco dessa correspondência explicaria que sejam best-sellers. Duas das mais exitosas escritoras da atualidade revelam se há – ou não – receitas infalíveis para isso.

18h30
Hwang Sun-Mi e Braulio Tavares, com mediação de Abel Menezes
Escrever com alegria: a imaginação e a fantasia na literatura
"Gosto de escrever sobre pessoas em meus romances, mas me sinto muito mais livre quando escrevo uma fábula", disse, numa entrevista, Hwang Sun-Mi. "Eu costumo anotar sonhos, há mais de 30 anos. Muitas das minhas histórias nascem de sonhos. Se eu não entendo o sonho, melhor ainda", contou Bráulio Tavares. E mais dirão e contarão ao público da Fliporto.

20h15
Romero de Andrade Lima
Aula-espetáculo O Trovador Cariri

Nesta aula-espetáculo o narrador vai contando como o Mestre construiu os seus poemas… Tanto pelo que o poeta deixou por se escrito, quanto pelo que o pintor escutou dele pessoalmente… E durante a narrativa vai também relatando como fez sua leitura ilustrada dos versos… E como musicou com toadas populares para apresentá-los na antiga tradição da fala cantada…

Dia 15 de novembro
14h 
Adriana Falcão, Homero Fonseca, Rodrigo Garcia Lopes, com mediação de Samarone Lima
Grandes e pequenos truques para contar boas histórias
Três autores muito diferentes entre si, mas tendo em comum a engenhosidade com que escolhem seus temas e cativam seus leitores. Seja nas narrativas que partem do cotidiano, ou das que buscam inspiração no cinema e no teatro, ou nas complicadas tramas do romance policial, existe um desafio comum: como contar uma história? O que cada um faz para gerar suspense, criar enigmas e resolvê-los.

16h
Lira Neto
Conferência Humanizando os mitos: as biografias do Padre Cícero e de Getúlio Vargas

Num país em que biografar os vivos é algo atualmente sujeito a polêmica e até censura, como será contar a vida de dois dos mais celebrados personagens da história do Brasil – o padre Cícero e o “pai dos pobres” – Getúlio Vargas? Lira Neto, que escreveu os melhores livros já publicados sobre ambos, explica como foi sua pesquisa, redação e repercussão do trabalho, e dá dicas sobre como elaborar boas biografias.

18h30
Eliene Medeiros da Costa, Priscila Varjal e Rafael Monteiro, mediação de Marcelo Pereira
A dimensão do humano em Raimundo Carrero – Família, religião e loucura.
Seus títulos são cheios de força dramática e trágica. As sombrias ruínas da alma, Sombra severa, Somos pedras que se consomem são alguns. Mas, independentemente de como se chamem seus livros, é do “humano demasiado humano” que tratam. Mais do que nietzschiano ou dostoievskiano, esse mundo povoado de família, religião e loucura é uma cosmovisão muito própria, que fascina os seus leitores e críticos mais atentos.

20h
Martin Sixsmith conversa com Silio BoccaneraA incrível e triste história de Philomena e as freiras desalmadas
Mãe solteira irlandesa tem o filho tomado por uma instituição católica e entregue à adoção contra sua vontade. Poderia ser o resumo de uma história dramática de cinema. E é. Indicado ao Oscar e com grande êxito de público. O filme Philomena, do britânico Steve Coogan. Baseado numa história real escrita por Martin Sixsmith, que lança o seu livro na Fliporto e conta tudo da obra numa entrevista exclusiva ao jornalista Silio Boccanera. Falará de como chegou à história, outros casos de adoção dramática que descobriu desde então, do clima repressivo na Irlanda da época, o papel das freiras e da Igreja num país cegamente católico, as diferenças entre livro e filme.

Dia 16 de novembro

14h
Lourenço Mutarelli e Ondjaki, com mediação de Sidney Rocha
Roteiro, narrativas e imagens: as técnicas do cinema e da literatura: aproximações e distanciamentos
Num mundo saturado de imagens e de narrativas, o que distingue o trabalho do escritor do que realiza um cineasta? E o roteirista, que papel tem para o resultado de um filme? As imagens no cinema, na literatura e na História em Quadrinhos, por exemplo, são essenciais – mas o que há de específico em cada uma delas? Dois dos mais premiados autores da atualidade contam de suas experiências nesses gêneros.

16h30
Carlos Newton Jr., Adriana Falcão e Bráulio Tavares, com mediação de Lourival Holanda
Ariano Suassuna: do teatro ao romance e do romance ao cinema
Se há algo que caracteriza toda a obra de Ariano Suassuna – na poesia, no teatro, no romance e até no que produziu sob forma pictórica – é a força narrativa e dramática. Com uma capacidade inigualável de comover, seja fazendo o seu público gargalhar, seja levando o seu leitor pensar e sentir algo tão grave como nas tragédias. Um professor especialista em seus textos, e dois escritores-roteiristas que fizeram os seus personagens vivos na tela da TV comentam suas leituras e releituras desses e outros livros.

18h30
Samarone Lima, Geneton Moraes Neto e Vladimir Carvalho
Prefiro Tolstoi: Ariano Suassuna e seus leitores, os segredos das e aulas-espetáculo e as entrevistas.

Era um entrevistado do tipo que os bons repórteres "pedem a Deus". As frases de impacto surgiam aos borbotões e espontaneamente. Certa vez, um jornalista perguntou a ele: "O que o senhor acha da Aids?". Ariano ficou em silêncio, e em seguida, respondeu: "Prefiro Tolstoi". As aulas-espetáculo, as entrevistas e revelações de bastidores são o tema deste bate-papo.

20h30
Encerramento
Palestra de Raimundo Carrero em homenagem a Ariano Suassuna e concerto de Antônio José Madureira

A morte – o sol de DeusA vida – a estrada e muitas outras obras compôs Antônio José Madureira com Ariano Suassuna, com quem fundou o Movimento Armorial, nos anos 1970.  Também do movimento participou o romancista Raimundo Carrero, sua A história de Bernarda Soledade – A Tigre do Sertão tem os elementos da estética armorial. Um antológico encerramento da Fliporto 2014 com a conferência-recital. A melhor homenagem ao Mestre.


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Johnny Depp não é Marcel Duchamp (esse poemeto de Moisés Neto não é um cachimbo de Magritte)

(Depp posa de Duchamp para ensaio fotográfico)


Há um ator diferente na fissura do establishment
qual homulher jovelho solto na estepe
de hollywoodiano triste riso, atende, às vezes, por Mr. Depp

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O filme sobre TIM MAIA

 Eu assisti ontem ao filme sobre TIM MAIA: profissionalismo  no roteiro enxuto faz do enredo algo embalado em plástico, a tragédia , a emoção, a felicidade, a reconstituição de uma época, tudo temperado para não ter sabor, mesmo assim... um passatempo bom (pressuponho erros, mas...) atores se empenham com bons resultados e a fotografia não é esplendorosa: dá para o gasto; ah! haviacinco pessoas na plateia na Boa Vista noturna recifense.

domingo, 9 de novembro de 2014

Nheengatu

Os Titãs lançaram Nheengatu, o CD,  e levantam mais uma vez a bandeira da insubmissão e a do questionamento 

(ah! o significado de Nheengatu? Um vocábulo indígena que significa Língua geral, na verdade uma língua trabalhada pelos jesuítas nos mil e seiscentos para que os índios e os portugueses pudessem se comunicar no Brasil). Na capa do CD temos uma pintura de Peter Bruguel (a Torre de Babel). Vale a pena conferir.


terça-feira, 4 de novembro de 2014

As tardes de sábado têm sido de muita discussão e prazer na Livraria Jaqueira: política, literatura, psicanálise e muito mais. Um forum como poucos no Recife. Jomard Muniz de Britto chama o lugar de Universidade da Jaqueira.
Momento musical com Almir (Ave sangria) e Canibal (Devotos), dentre outros

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Sangue azul: de Lírio

O nome do circo é Netuno, e sua lona está sendo montada, essas cenas iniciais são em preto e branco (ofilme só fica colorido quando um canhão dispara  Zolah (Daniel de Oliveira), o homem-bala, que é nativo que viajou com o circo antes. Ele tem um relacionamento peculiar com a irmã Raquel (Caroline Abras), e sua  mãe, Sônia (Sandra Corveloni), o mandou para longe, por isso:  temia um incesto entre as crianças. 



Então o garoto, agora um homem, reecontra a família depois de vinte anos e é chegado o momento de resolver as questões do passado que ainda o atormentam. 


Assisti ontem ao filme e fiquei impressionado. Achei que o cinema pernambucano chegou à maturidade.


'Sangue Azul', de Lírio Ferreira, tem ator Daniel de Oliveira em busca de amor impossível em Noronha

A direção do pernambucano Lírio Ferreira conduz o filme Sangue azul, a um clima que tem tudo para envolver o espectador e levá-lo ao deleite e à  reflexão. Exibido em  Festivais, já levou troféus como o Menina de Ouro: Melhor Fotografia, para Mauro Pinheiro Jr, e de  Figurino (Juliana Prhyston). Ambientado em Fernando de Noronha, o filme tem como eixo a história do tal homem-bala Zolah (Pedro) e sua irmã, Raquel, uma mergulhadora. O sexo lateja de forma lírica, com o perdão do trocadilho, com abordagem contemporânea. Pereio no papel do apresentador misterioso está muito bom. O elenco está bem afiado e tudo flui num ritmo invejável.

Assista à reportaghem da TV Golfinho:

https://www.youtube.com/watch?v=lIAM2o638cs

“O  circo é uma ilha que se move, o sangue azul é o mar de Yemanjá. Mas, para mim, o cúmulo da incapacidade de amar seria a relação entre dois irmãos. Sangue azul nasceu da perspectiva entre a mitologia e macumba”. Apesar de Lírio dizer isso, tal viés aparece de modo bem discreto”.

Esse filme nasceu clássico

 Ele continua: “Dentro de uma perspeciva geográfica, nasceu da minha experiência de nascer e viver no Recife. Vários bairros da cidade são ilhas, como o Recife Antigo, a Ilha do Retiro e a Ilha do Leite, onde eu moro. O que retrato no filme é o que vi nos espetáculos dos circos Orlando Orfei, Garcia e Nerino. Antes de olhar para o futuro, eu sempre gosto de dar dois passos para o passado. Talvez o circo seja o meu Amarcord pernambucano. Tem uma homenagem direta a Fellini por meio do personagem Inox, vivido por Milhem Cortaz, que parece ter saído de A estrada da vida. O circo entra no filme como uma metáfora do cinema, que faz parte da minha maneira de pensar e que talvez não exista mais. Seria óbvio fazer um filme sobre o cinema. Pegar um circo, que pode não existir no futuro, foi a minha maneira de falar do cinema."
Como não se encantar com essas imagens?

 "Talvez eu esteja fazendo sempre o mesmo filme, mas de maneira diferente. Eu faço cinema porque tenho muitas dúvidas. O que me interessa é que o filme suscite debates e as mais diversas leituras, e que eu também saia aprendendo. Como faço tudo muito intuitivo, às vezes as respostas que recebo fazem parte dessa provocação. Isso é mais interessante do que ter que certezas. Eu gosto mais de fazer perguntas do que respondê-las. Talvez boa parte do cinema contemporâneo tenha uma certa caretice mesmo, essa coisa do politicamente correto. O filme tem várias cenas sexo, entre homem e mulher, homem com homem, ménage à trois.  Não sei ao certo, mas talvez isso tenha a ver com essa impossibilidade de amar, um certo desequilíbrio com o sexo".

A música, a cargo de Pupilo, Nação Zumbi, é um deleite à parte, mas combina-se de modo extremamente adequado à diegese do filme.
 "Quanto ao  homossexualismo: no cinema brasileiro é permitido até certo ponto. Há um falso moralismo absurdo nisso”, declara o diretor.

O homem mais forte do mundo é homossexual

 Detalhe: o registro, segundo dizem, se deu à moda antiga. Filmado em película, e mais: sem estúdio.


a participação de Ruy Guerra é um prazer a mais


"Imagino o cinema como uma espécie de road movie, em uma estrada pavimentada, prefiro pegar um caminhãozinho e passar pelo barro. Gosto de me perder nas minhas aventuras. Não sei como os caboclos baixam, mas eles baixam". 





O estranho caso da jovem norte-americana que tinha um câncer terminal e decidiu cometer suicídio com a ajuda do governo

Para mim ainda soa estranho esse ato norte-americano, mas justo. Acho que seja a minha formação católica que fala mais alto que a razaão. Será? 
 O nome dela era Brittany Maynard, tinha 29 anos e deixou essa mensagem: "Adeus, queridos. Hoje é o dia que escolhi partir com dignidade diante de minha doença terminal, este terrível câncer cerebral que tirou tanto de mim... Mas que poderia ter tomado muito mais. O mundo é um lugar bonito, viajar foi meu melhor professor. Espalhem boa energia. Vale a pena!". 
O grupo 'Compassion & Choices', que luta pelo direito à morte com dignidade disse que ela morreu no dia 1º de novembro. Em janeiro, os médicos afirmaram que a jovem teria seis meses de vida, mas que seria muito doloroso em consequência da natureza agressiva do câncer. Nos EUA, cinco estados permitem o suicídio assistido.