Alma minha gentil, que te partiste
Alma minha gentil,
que te partiste
Tão cedo desta vida,
descontente,
Repousa lá no Céu
eternamente
E viva eu cá na terra
sempre triste.
Se lá no assento
etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se
consente,
Não te esqueças
daquele amor ardente
Que já nos olhos meus
tão puro viste.
E se vires que pode
merecer-te
Alguma cousa a dor
que me ficou
Da mágoa, sem
remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus
anos encurtou,
Que tão cedo de cá me
leve a ver-te,
Quão cedo de meus
olhos te levou.
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